15 passos para sair das dívidas mesmo com pouco dinheiro

Um guia prático para sair do vermelho e reconquistar o equilíbrio financeiro

como quitar dívidas com pouco dinheiro
13 de março de 2023 6 min. leitura

Vivemos um momento especialmente difícil para as famílias brasileiras. A queda na renda durante a pandemia contribuiu para a elevação do nível de endividamento e inadimplência da população. Em janeiro de 2023, de acordo com o Mapa de Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil, do Serasa, mais de 70 milhões de pessoas estavam inadimplentes. 

Além dos transtornos gerados pelo endividamento, como a dificuldade de acessar crédito na hora que precisar ou quiser realizar algum projeto, a desorganização financeira prejudica outros aspectos da vida, inclusive o desempenho no trabalho, gerando um círculo vicioso.

Por isso, mesmo que a situação esteja muito complicada, é importante dar os primeiros passos e planejar a quitação das parcelas em atraso. Para te apoiar nesse desafio, montamos um guia prático com dicas de como se organizar para recuperar o equilíbrio financeiro.

1. Faça seu orçamento pessoal ou familiar

Ao fazer o orçamento, passamos a ter mais clareza sobre a real situação de nossas finanças, entendendo melhor o quanto entra e para onde vai o nosso dinheiro. Esse é o primeiro passo para planejar a saída do endividamento. Você pode usar uma de nossas planilhas financeiras, o bloco de notas do celular ou papel e caneta, o que preferir.

Marque o rendimento mensal e todas as entradas pontuais de dinheiro. Se você recebe comissões, é empreendedor ou profissional liberal, esse controle é ainda mais importante. Em seguida, anote as despesas fixas, como aluguel, condomínio, internet, mensalidade escolar e prestações. Faça também um controle dos gastos variáveis - contas de luz, água, gás, transporte, lazer, vestuário e compras do dia a dia

2. Converse com a família e organizem, juntos, um plano para sair das dívidas

Depois de listar todas as entradas e saídas de dinheiro, fica mais fácil enxergar a real situação financeira. Com esse raio X em mãos, é hora de conversar com a família, colocando-a a par da situação e envolvendo-a na busca de soluções. A dica é agendar um papo sobre as contas da casa, expor as dificuldades e pedir que cada um dê suas sugestões e veja como pode ajudar a mudar o jogo.

Como sair das dívidas - Conversar com a família para planejar o pagamento das contas atrasadas 

Esse apoio é fundamental para descobrir o valor que será reservado para sair das dívidas. Juntos, vejam o que pode ser cortado do orçamento por um certo período, se é possível fazer economia de luz ou água ou diminuir o número de refeições fora de casa, por exemplo. 

Que tal vender coisas que não são mais usadas ou se desfazer temporariamente de um bem, como um automóvel, para quitar as dívidas e, mais adiante, comprar outro? Ou, ainda, usar as habilidades de cada pessoa da família para fazer renda extra e destinar o valor para quitar as dívidas? Neste vídeo, trazemos algumas ideias para fazer isso: 

Vídeo da TV Meu Bolso em Dia com 14 dicas para você fazer um dinheiro extra.

3. Liste todas as suas dívidas

Para sair das dívidas é preciso entender o quanto devemos, para quem, qual o valor principal e os juros de cada conta em atraso. Comece fazendo uma lista com três colunas: nome do credor, valor da parcela em atraso e valor dos juros. Ter essa visão é importante para negociar com os credores.

Se você tem dívidas no cartão de crédito, empréstimos e financiamentos, é fácil descobrir o valor atual da dívida. Entre no site ou aplicativo do banco ou financeira ou fale com a área de negociação de dívidas. Outro jeito é fazer uma pesquisa no Registrato, sistema do Banco Central que consolida dados do relacionamento dos consumidores com as instituições financeiras.

Não tem certeza se tem outras dívidas com lojas e outras empresas? O caminho é acessar o site dos birôs de crédito, como Serasa e SPC, e consultar seu CPF. Você também pode fazer isso nas recuperadoras de crédito, como Recovery, Em Dia e outras. Dívidas muito antigas, em geral, são geridas por elas.

4. Defina o que pagar primeiro

Saber priorizar as dívidas é importante para planejar a quitação de forma organizada. É preciso pensar, em primeiro lugar, nas contas que causam grande impacto na vida da família. Água, luz e gás são serviços essenciais que garantem o bem-estar e a segurança de todos. Manter essas despesas em dia, evita o corte do fornecimento. Se você paga aluguel ou condomínio, o não pagamento pode acarretar problemas maiores à família, portanto, essas dívidas também devem estar no topo da lista. 

Se você tem um imóvel financiado, ele é dado em garantia. Tenha em mente que, caso acumule parcelas, o credor pode levar o imóvel a leilão e você pode perder o bem. Essa regra vale para o financiamento de carro ou moto. Esse pagamento requer muita atenção, caso você dependa do seu veículo para trabalhar, por exemplo.

Outro aspecto que deve ser levado em conta ao priorizar as contas, são os juros, quitando primeiro aquelas com juros mais altos, como cartão de crédito e cheque especial

5. Busque o melhor caminho para você e negocie

Para quitar as dívidas e voltar a ter sua saúde financeira em dia é importante traçar estratégias. Não há fórmula mágica e, cada pessoa, deve identificar o que se encaixa melhor no próprio perfil. 

como se livrar das dividas - fazer uma boa negociação

Para quitar as dívidas e voltar a ter sua saúde financeira em dia é importante traçar estratégias. Não há fórmula mágica e, cada pessoa, deve identificar o que se encaixa melhor no próprio perfil. 

# Consolidação de dívidas

Com todas as suas dívidas listadas, você faz um empréstimo em uma única instituição financeira, negociando prazos e juros. Assim, você quita as pendências e assume uma única dívida, com prazo programado para pagamento. Para essa opção, é importante considerar os juros do valor a ser emprestado, assim como o número e o valor das parcelas, garantindo que tudo caiba no orçamento.

# Reescalonamento de dívidas

O que é reescalonamento de dívidas? Trata-se de uma opção para quem já se comprometeu com alguma instituição financeira, mas teve algum imprevisto no meio do percurso e não está conseguindo arcar com as parcelas. Aqui, você renegocia a dívida com o banco, estendendo o prazo de pagamento e reduzindo o valor das parcelas. Mas fique atento: os juros incidirão sobre toda a negociação, o que significa que o valor final será maior do que o inicialmente contratado.

# Negociação direta com cada credor

Procurar um credor de cada vez e propor negociações separadamente, conforme sua condição permitir, é uma boa opção para quem possui um perfil mais organizado para controlar datas de pagamento e compromissos assumidos. O ideal é tomar a iniciativa e entrar em contato, já que ficar esperando que o credor tente negociar só irá fazer com que os juros se acumulem e façam a dívida aumentar.

Veja mais alguns caminhos e outras dicas para colocar as contas em dia.

6. Venda o que você não usa mais

Sabe aquela roupa e aquele sapato que você comprou e usou uma vez só? Ou aquele eletrônico que não usa mais? Essa pode ser uma boa oportunidade para você limpar o guarda-roupas e ainda fazer um dinheiro vendendo itens que não servem ou que não são mais usados. Uma boa dica é criar um lote grande com várias peças e vender para brechós. Há ainda a opção de criar lojas online em sites de desapego ou revender para lojas especializadas que trabalham com produtos usados ou seminovos.

Passos para sair das dívidas - Brechós vender o que nao usa mais

7. Busque uma fonte de renda extra só para quitar dívidas

Os talentos da família podem ser usados para fazer renda  extra com artigos de artesanato, doces e salgados, revendendo produtos de beleza ou bijuterias, entre outros produtos. Dividir algum conhecimento específico também pode ser uma boa fonte de receita. 

Se você tem conhecimento de redes sociais, pode ajudar pequenos empreendedores ou empresas a se promoverem na internet, por exemplo. Essa opção vale para outras habilidades, como instrumentos musicais, idiomas e outros.

Cuidar dos animais de estimação de amigos durante viagens é outra boa saída. O censo pet, realizado pelo Instituto Pet Brasil, em 2019, indica que há 139,3 milhões de animais de estimação no Brasil, trazendo oportunidades no chamado mercado petsitter. 

No Guia da Renda Extra, trazemos mais ideias para buscar fontes alternativas de renda. Confira: 

Guia da Renda Extra: dicas de atividades para ganhar dinheiro

8. Faça uma varredura nas contas e descubra o que pode ser cortado

Você já parou para pensar se realmente usa todos os minutos e serviços oferecidos em seu plano de celular pós-pago? Ou o quanto consome do pacote de TV a cabo? Esses serviços, prestados mediante assinaturas, ficam, muitas vezes, invisíveis no orçamento das famílias, consumindo um montante considerável da renda no final do mês. 

Por isso, a dica é fazer uma caça aos gastos invisíveis para economizar e cortar aqueles pequenos valores escondidos na fatura do cartão. Somados, eles fazem uma boa diferença! 

9. Busque uma negociação que você possa pagar

Tenha em mente que você não precisa aceitar a primeira oferta feita pelos credores a não ser que ela seja realmente boa para você. Negocie a redução dos juros e o prazo de pagamento, de forma que o valor da parcela caiba no orçamento reservado para quitar dívidas (ver item 2, acima), levando em conta todas as despesas cotidianas da família.

A dica é só fechar a negociação sabendo que conseguirá quitar as prestações mensais.

10. Aproveite os mutirões de negociação

Uma excelente oportunidade para negociar as dívidas e colocar as contas em dia são os mutirões de negociação. Nos meses de março e novembro, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e bancos associados, em parceria com o Banco Central do Brasil, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e Procons de todo o país, promovem o Mutirão de Negociação e Orientação Financeira.

O primeiro mutirão de 2023 aconteceu entre os dias 1º e 31 de março. As negociações valem para qualquer dívida em atraso com bancos ou financeiras, exceto aquelas que tenham bens em garantia, como veículos, motocicletas e imóveis.

Outras opções são os mutirões de negociação realizados pelas empresas de recuperação de crédito. Um bom exemplo é o Feirão Limpa Nome do Serasa, que acontece online durante todo o ano.

11. Quite as parcelas da negociação em dia

Ao fechar um acordo de negociação de dívidas, é importante incluir o valor no orçamento da família e quitar as parcelas em dia. Caso contrário, a situação poderá se complicar ainda mais e o seu nome irá parar novamente na lista de inadimplentes, prejudicando seu score de crédito

12. Reduza a quantidade de cartões de crédito

A possibilidade de comprar, parcelando valores e pagando só no mês seguinte é tentadora. O problema é quando essa praticidade se transforma em descontrole financeiro, por falta de planejamento ou de anotar os gastos feitos no cartão. 

Diminuir a quantidade de cartões de crédito ajuda a sair das dívidas

Ao deixar de pagar 100% da fatura na data de vencimento, você entra no rotativo, uma linha de crédito que você utiliza sempre que pagar o valor mínimo e empurrar o restante da dívida para depois. Como os juros do cartão estão entre os mais elevados do mercado, fazer isso com frequência acaba aumentando a bola de neve das dívidas.

E, cá entre nós, gerir vários cartões ao mesmo tempo pode ser bem complicado. Por isso, a orientação é reduzir a quantidade de cartões. Se possível, concentre tudo em um só. Além de facilitar o controle dos gastos, você ainda poderá fazer economia, deixando de pagar várias anuidades ou mensalidades.

13. Use o crédito com consciência

Ao se deparar com dificuldades financeiras, é comum que as famílias busquem linhas de crédito para manter os compromissos essenciais em dia. O ideal, contudo, é recorrer a empréstimos em situações bem pontuais e, principalmente, para realizar projetos que o dinheiro não pode comprar à vista.

Além disso,  é preciso se planejar e só assumir parcelas que caibam no orçamento. Na hora de contratar, é importante conhecer as principais características de cada tipo de crédito e descobrir qual é o mais adequado à sua prosperidade financeira. Veja, a seguir, alguns deles.

# Cartão de crédito

O rotativo do cartão é uma das linhas mais usadas pelos brasileiros, contudo, é uma das mais caras do mercado e é aí que a maioria das pessoas costuma se enrolar. Do total de inadimplentes com nome no Serasa em janeiro de 2023, 29,61% tinham dívidas no cartão.

Para utilizá-lo com segurança, anote todas as compras parceladas  e, antes de outras despesas, assegure-se de que conseguirá pagar a fatura integralmente no vencimento. Caso tenha algum imprevisto, avalie a possibilidade de adquirir uma linha de crédito mais barata para liquidar logo a fatura, evitando que os juros comprometam sua saúde financeira

# Cheque especial

Limite de crédito pré-aprovado atrelado à conta corrente, o cheque especial fica à disposição e pode ser usado sempre que necessário, mas tem taxas de juros elevadas. Esse é um projeto que deve ser reservado para situações emergenciais, em que você precisa de dinheiro na hora. Usando, faça a quitação o mais breve possível.

# Empréstimos

O empréstimo pessoal é uma alternativa de crédito com juros inferiores aos do cartão de crédito. Quando pré-aprovado, você consegue o dinheiro rapidamente para fazer o uso que desejar. 

Trabalhadores com carteira assinada ou pensionistas do INSS podem acessar o crédito consignado que, em geral, possui taxas de juros mais baixas do que as de outras linhas de crédito. 

Há ainda a opção de empréstimo como garantia que, como o próprio nome já diz, precisa colocar algum bem pessoal como garantia. Essa modalidade tem taxas de juros mais atraentes e um período mais longo para pagamento.

Conheça outras modalidades de crédito e descubra qual se ajusta melhor às suas necessidades em cada momento e como usá-las sem se enrolar. 

14. Veja se seu padrão de vida cabe no bolso

Depois de renegociar e quitar as dívidas, é importante traçar objetivos claros para manter as finanças em dia. Um passo importante é rever seu padrão de vida e se assegurar de que seus ganhos são realmente condizentes com os gastos que você tem. Se você já cortou todas as despesas supérfluas, mas continua sem conseguir pagar as despesas mensais básicas, é sinal de que algo não está indo bem.

Estar sempre com o orçamento apertado, sem folgas para possíveis imprevistos em caso de doença ou perda de renda, é um risco e talvez seja o momento de olhar novamente sua lista de entradas e saídas de dinheiro. Aqui, além de novos possíveis cortes de gastos, vale pensar em alternativas para novas entradas de dinheiro, evitando novas dívidas.

15. Cuide de seu score de crédito

Do inglês, score, quer dizer, placar ou pontuação. Instituições financeiras, empresas e lojistas dão uma nota a cada indivíduo para decidir se essa pessoa recebe ou não crédito. Ela é calculada pelas próprias instituições e pelos birôs de crédito, que são autorizadas a gerir dívidas e avaliar riscos de inadimplência.

É importante salientar que o score de crédito não reflete apenas do momento atual, mas o histórico da sua vida como consumidor, podendo mudar a qualquer momento. Ter os dados atualizados, o nome limpo e as contas em dia ajuda a melhorar sua pontuação.

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