“Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só. Sonho que se sonha junto é realidade”, diz Raul Seixas na canção Prelúdio. O fato é que, para realizar os projetos comuns, é preciso fazer acordos e combinados sobre as finanças. Nesse ponto, não existe uma única fórmula; é preciso encontrar aquela que mais combina com o jeito de cada casal, com base em muito diálogo e compreensão. Veja, a seguir, alguns modelos de organização financeira a dois que podem acelerar a prosperidade de sua família.
1. Conta conjunta ou separada?
Alguns casais preferem juntar todas as economias em uma única conta corrente para facilitar a gestão do dinheiro, outros optam por manter suas contas separadas e se dão muito bem dessa forma. A conta conjunta permite uma visão integrada de todas as entradas e saídas de dinheiro e pode ajudar a reduzir gastos com tarifas. Além disso, ela pode ser cadastrada no mesmo aplicativo de gestão para que os dois acompanhem o fluxo de caixa.
Essa pode ser uma ótima alternativa para formar a reserva de emergência do casal, já que a renda dos dois é somada e permite separar uma parte para poupar para os sonhos comuns. Por outro lado, pode ser vista como invasão de privacidade, gerando questionamentos e cobranças sobre gastos feitos pelo(a) parceiro(a).
Nesse caso, o casal pode optar por manter suas contas separadas e dividir a responsabilidade pelo pagamento das contas. Ou, ainda, por manter uma conta conjunta apenas para gerenciar as despesas comuns e contas separadas para os gastos individuais. Lembrando que gerenciar várias contas ao mesmo tempo pode ser mais trabalhoso e aumentar as chances de descontrole financeiro. Independente do modelo escolhido, é fundamental conversar sobre dinheiro.
2. Cartão de crédito específico para os gastos da casa
Outra ferramenta que pode ajudar o casal a organizar as contas comuns é manter um cartão de crédito específico para os gastos da casa, como supermercado, combustível, eletrodomésticos, entre outros. Nesse caso, cada um pode manter seu cartão individual para as compras pessoais. Entretanto, assim como a conta corrente, é preciso muita atenção e disciplina para gerenciar o limite de gastos e a data de vencimento de cada cartão. Confira as dicas que trazemos no Guia do Cartão de Crédito para tirar o melhor proveito deste produto.
3. Orçamento familiar
Independentemente do tipo de conta (conjunta ou separada) e do número de cartões que o casal decida manter, uma coisa é certa: o orçamento familiar não pode faltar. Seja por meio de uma planilha, aplicativo ou caderninho compartilhado, é fundamental que os dois visualizem as receitas, despesas e o saldo da família.
Para essa gestão compartilhada funcionar, é importante que haja comprometimento dos dois nessa tarefa. Um pode ficar responsável por alimentar a planilha ou aplicativo com as informações, mas o outro precisa enviar seus gastos para contribuir com a gestão integrada. Muitos casais brigam justamente porque, enquanto um deseja ter mais controle e organização das contas e o outro gasta sem se preocupar em anotar os dados. Para ajudar nessa tarefa, veja as orientações de nosso Guia do Planejamento Familiar.
4. Quem paga o quê?
Outro ponto importante na gestão financeira do casal é o acordo sobre a divisão das despesas. Há casais que preferem dividir os gastos comuns meio a meio, porém, em situações nas quais há uma diferença significativa entre as rendas de cada um, o mais razoável é fazer a divisão proporcional aos ganhos. Assim, o parceiro que ganha mais, contribui com mais.
Para facilitar o dia a dia, alguns casais separam as contas que ficarão sob a responsabilidade de cada um, assim, um dos dois paga a energia, outro cuida do condomínio, um assume a escola das crianças, outro paga o aluguel. Para evitar esquecimentos, basta colocar algumas contas no débito automático ou programar alarmes no celular nas datas de vencimento dos boletos.
5. Reserva de emergência conjunta
A reserva de emergências é uma ferramenta poderosa para proteger o casal de imprevistos, como a perda do emprego ou redução de renda de um dos dois, por exemplo. Assim, a dica é somar as despesas da casa e fazer um esforço conjunto para poupar o equivalente a seis meses de gastos do casal.
Mantendo esse dinheiro aplicado em um investimento com liquidez, o casal ganha fôlego financeiro para lidar com os sustos que possam aparecer. Essa tranquilidade certamente irá contribuir para reduzir os atritos e conflitos na relação. Criar esse fundo demanda persistência e o trabalho fica mais fácil a dois.
Veja como começar em nosso Guia da Reserva de Emergência. Clique aqui para baixar gratuitamente.
6. Investimentos nos sonhos do casal
Com a organização das contas feita e a reserva de emergência montada, o casal pode ir mais além e planejar a realização de sonhos em conjunto, como viagens, a compra do imóvel, a chegada do filho, entre outros. Para isso, é importante definir um prazo para a realização do sonho e começar a separar uma parte da renda para investir em produtos que ofereçam maior retorno, considerando o prazo em que o dinheiro ficará aplicado.
Nesse caso, a conta conjunta pode facilitar o investimento dos valores poupados no mesmo fundo, mas também é possível, por meio do pix, transferir o dinheiro para o titular do investimento realizar as aplicações. Descubra como superar o medo de ir além da poupança, investir melhor e ter maior rentabilidade.
7. Lidando com as diferenças
Na teoria, parece fácil fazer a gestão compartilhada do dinheiro em um casal, afinal há amor e desejo de realizações envolvidos, mas na prática, não é bem assim. Inúmeros conflitos podem surgir ao longo de uma relação, que começam no jeito como cada um aprendeu a lidar com dinheiro. Um é mais gastão, o outro quer economizar, um gosta de guardar para viver grandes aventuras, o outro é pé no chão e prefere adquirir bens, e assim por diante.
Seja qual for o estilo do casal, as diferenças irão aparecer ao longo do relacionamento. Para driblar as divergências, o melhor remédio é sempre o diálogo. Incluir a conversa sobre finanças na rotina do casal e não deixar para falar sobre o assunto somente nos momentos difíceis é uma das maneiras de evitar brigas e desentendimentos. Também é importante entrar em acordo sobre o que é prioridade para cada um, e procurar conciliar as necessidades de ambos, sem impor a vontade de um sobre o outro.