De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a cada 10 brasileiros, 7 têm alguma dívida, 3 estão com contas atrasadas e 1 deles não conseguirá pagá-las. O endividamento das famílias vem batendo recordes ano após ano e foi agravado pela pandemia e pela inflação.
Embora o cenário não esteja fácil, não podemos cruzar os braços e deixar a situação chegar ao extremo. Aos primeiros sinais de alerta de que as finanças vão se complicar, é fundamental tomar decisões rápidas. Para ajudar você nisso, listamos as principais atitudes e comportamentos que costumam levar ao descontrole e trazemos muitas dicas para evitar o superendividamento. Confira!
1. Manter um padrão de vida acima da renda
O cenário econômico mudou, a pessoa perdeu parte da renda, a inflação aumentou e ela continua gastando como se nada tivesse acontecido. Manter o padrão de vida mesmo quando ele não cabe mais no bolso é um sinal de alerta perigoso. No curto prazo, a pessoa pode usar uma reserva, dar uma pedalada nas contas e seguir vivendo, mas no longo prazo essa situação não se sustenta e a chance de entrar em uma bola de neve é muito alta.
Para evitar maiores consequências, é importante revisar os gastos fixos da família, sempre que houver uma queda na renda ou aumento nos preços. Repensar o plano de saúde, a parcela do carro, o aluguel, a escola dos filhos, a internet, entre outras despesas, é fundamental para encaixar os gastos dentro da renda. A dica é ser flexível para se adaptar à nova realidade. Quando o cenário estiver mais favorável, você pode retomar o conforto. Até lá, é preciso fazer alguns sacrifícios para garantir o sono tranquilo. Que tal conferir se o seu padrão de vida cabe no seu bolso?
2. Gastar mais do que ganha
Os gastos fixos podem até ser baixos, mas quando sai de casa, a pessoa não resiste a um parcelamento, uma blusinha, uma guloseima. Quando se dá conta, o salário acabou e o mês ainda não.
O cartão de crédito é muito útil, mas também é muito tentador e facilita as compras por impulso. O remédio para essa situação é anotar todas as entradas e saídas de dinheiro, e estabelecer metas de gastos para alimentação, lazer e vestuário. Fazer um orçamento é muito importante, principalmente em períodos de inflação alta.
Coloque as parcelas em um calendário anual e veja até qual mês sua renda estará comprometida. Escreva um lembrete com essa data e cole no cartão, para se proteger de si mesmo. Assim, você evita assumir novos parcelamentos antes do prazo.
3. Fazer malabarismos com as contas da casa
A situação está tão difícil que, todos os meses, é preciso escolher algumas contas para pagar e outras para atrasar. Às vezes, a escolha é por sorteio, outras é pelo valor que tem no banco. E assim, vai-se levando mês após mês, acreditando que está fazendo uma gestão inteligente das contas, quando, na verdade, está pagando juros e multas por atraso.
Para organizar a vida financeira, vale a pena juntar todas as contas atrasadas e procurar o banco para um empréstimo com juros baixos para quitar os atrasos e ficar com apenas uma dívida. O empréstimo consignado e o crédito com garantia de veículo são os mais acessíveis, pois a garantia oferecida facilita a redução dos juros.
Antes de tomar essa medida, porém, é importante colocar as contas no papel e entender como conseguirá pagar as despesas dos meses seguintes. Senão, em vez de uma única dívida, você terá apenas mais uma conta para pagar e cairá na mesma armadilha. Procure uma forma de gerar renda extra ou reduzir os gastos para aliviar o bolso. Veja, também, como criar um plano B para manter as contas em dia.
4. Usar o cheque especial para compras do dia a dia
É tentador usar o limite extra ao saldo da conta corrente para uma comprinha aqui, outra ali, mas quando isso se torna um hábito, o risco de perder o controle é muito alto.
Afinal, o cheque especial é um crédito automático, que fica disponível na conta para cobrir gastos não planejados. Por ser pré-aprovado e fácil de contratar, os juros desse tipo de crédito são mais altos do que outros empréstimos, e são cobrados a cada dia de uso, diretamente na conta, assim que entram novas receitas.
Por isso, ele é considerado um crédito para emergências e seu uso deve ser feito esporadicamente, e por apenas alguns dias. Se você estiver entrando no cheque especial todos os meses, isso é um sinal de que sua renda não é suficiente para bancar seus gastos. Reduza despesas ou procure formas de gerar renda extra para equilibrar as contas. Baixe o Guia do Cheque Especial e saiba tudo sobre como usar esse crédito.
Assista também este vídeo da TV Meu Bolso em Dia com mais dicas para você:
5. Parcelar a fatura do cartão com frequência
O cartão de crédito facilita a vida, pois permite que você antecipe suas compras e adie o pagamento. O problema é quando os gastos ultrapassam o valor disponível para eles. Nesses casos, sempre existe a possibilidade de parcelar a fatura, mas quando isso acontece frequentemente, é um sinal de que os gastos estão fora de controle.
Lembre-se que o parcelamento da fatura é, na verdade, um empréstimo, portanto tem juros. Assim, para usar o cartão com consciência, procure acompanhar a fatura no APP do seu banco regularmente, e defina uma meta de gastos que caiba no seu bolso para que você consiga pagar o valor total da fatura. Mesmo que o banco autorize aumentar seu limite, é importante adequá-lo à sua renda mensal, para não se enrolar com o cartão de crédito!
6. Contratar toda hora um crédito para pagar outro
É saudável trocar dívidas de juros altos por outras de juros mais baixos, porém isso deve ser feito com consciência e planejamento. Quando a pessoa começa a contratar frequentemente créditos para quitar outras dívidas, isso pode ser um sinal de superendividamento, que acontece quando a renda é insuficiente para pagar os gastos essenciais e saldar dívidas.
Nesse caso, é fundamental buscar ajuda e orientação para organizar as contas e negociar com os credores. Veja os canais de negociação de dívidas com os bancos. Confira, ainda, o que diz a lei do superendividamento.
7. Não ter fôlego financeiro
Parece óbvio que ter uma reserva pode ajudar a driblar os imprevistos, mas o fato é que infelizmente a maioria dos brasileiros não conta com dinheiro para uma despesa inesperada. Não ter reserva para emergências é como viver na corda bamba, qualquer ventinho pode derrubar você.
Por isso, é recomendável poupar uma parte de sua renda todos os meses, em um investimento com alta liquidez, ou seja, que esteja disponível para ser usado quando necessário.
O guia da reserva de emergência explica em detalhes como começar e onde investir para garantir o fôlego financeiro que vai trazer tranquilidade para sua vida. Baixe gratuitamente!
8. Acumular parcelinhas
Hoje em dia é possível parcelar até a compra de supermercado. Vamos combinar que às vezes essa facilidade nos ajuda muito a encaixar os gastos dentro do orçamento. Mas isso quando existe organização financeira, caso contrário, o que poderia ser uma mão na roda acaba se tornando uma dor de cabeça.
Quando pequenas parcelinhas começam a se acumular, podem fugir do nosso controle. Além disso, quando uma compra é parcelada em muitas prestações, compromete a renda por um longo prazo e, se surgir algum imprevisto no caminho, vai complicar a situação.
A dica é reduzir ao máximo o número de parcelas e anotar todas as que forem assumidas por mês em uma tabela, para facilitar o controle e evitar o acúmulo exagerado de prestações. Outra recomendação é adiar a compra, investindo o dinheiro por algum tempo e comprar à vista com desconto, sem postergar o pagamento. Você tem dificuldade para poupar? Freud explica.
9. Não ter a menor ideia de quanto ganha ou gasta
Você tem ideia de quanto dinheiro entra líquido na sua conta, depois de pagar impostos e custos do seu trabalho ou negócio? Sabe exatamente quanto gastou no supermercado no mês passado? Consegue listar as três despesas mais altas do seu orçamento? Se respondeu não a alguma dessas perguntas, é um sinal de que você não tem controle de suas receitas e despesas.
O hábito de anotar quanto ganha e quanto gasta todo mês pode ajudar você a tomar decisões mais conscientes sobre o que precisa ser cortado, reduzido ou mudado em seu orçamento. Aproveite as planilhas e listinhas gratuitas do portal Meu Bolso em Dia e comece agora.
10. Empresta o cartão ou contrata crédito para amigos e familiares
Quer jeito mais fácil de perder o controle da sua vida financeira do que esse? Infelizmente, é comum ter dificuldade para dizer não a quem amamos, mas nesse caso, a ajuda pode acabar atrapalhando as finanças de todos e ainda arriscar a relação de afeto ou amizade.
Ofereça outras maneiras de ajudar um amigo em dificuldades, como distribuir seu currículo nas redes sociais, contratá-lo para um serviço, comprar produtos feitos por ele, indicá-lo para trabalhar com pessoas de sua rede de contatos, orientá-lo a buscar cursos gratuitos e apoiá-lo quando estiver triste. Mas evite emprestar seu nome ou fazer compras para terceiros, pois a dívida cairá sobre você no futuro. Pense nisso!
EXTRAS!
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