Inclusão financeira: alguns bons motivos para ter conta em banco

Entenda a importância de estar inserido no sistema financeiro e de usar produtos e serviços bancários de um jeito saudável

 Inclusão financeira: porque ter conta em banco é bom para a saúde financeira
4 de junho de 2023 4 min. leitura

Mais de 190 milhões de brasileiros têm algum tipo de relacionamento com os bancos, segundo o Banco Central (Bacen). No final de 2017, o número não chegava a 154 milhões. O crescimento está relacionado à digitalização de serviços e meios de pagamentos, o que permitiu que cada vez mais pessoas das mais diferentes faixas de renda ingressassem no sistema financeiro. A evolução continua. Somente em 2023, os bancos brasileiros vão investir R$ 45,1 bilhões em tecnologia.

Ainda segundo o Bacen, em 2017, apenas 57% dos mais pobres tinham conta em banco. Esse número subiu para 82%, ou seja, 8 em cada 10 pessoas da camada mais pobre estão incluídas no sistema financeiro. Ainda assim, uma parcela significativa da população segue sub-bancarizada, ou seja, pouco utiliza ou não tem acesso a produtos e serviços financeiros.

Mas, afinal, o que é inclusão financeira e por que ela é importante? “A inclusão financeira permite às pessoas economizar para atender às necessidades de sua família, tomar emprestado para apoiar um negócio ou formar uma barreira para emergência. Ter acesso a serviços financeiros é um passo crítico para reduzir tanto a pobreza como a desigualdade”, disse o ex-presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim. 

Alguns bons motivos para ter conta em banco

Se você ainda não está convencido das vantagens de estar inserido no sistema financeiro, entenda por que abrir uma conta em banco pode ser importante para a segurança e bem-estar financeiro de qualquer cidadão.

1. Segurança: o dinheiro bem protegido 

Inclusão financeira e a segurança de ter conta em banco 

Uma pesquisa feita em 2022 pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) revelou que 3% dos brasileiros ainda guardam dinheiro em casa. Isso pode ser perigoso, não só pelo risco de roubos ou furtos, mas também de acidentes domésticos e catástrofes que podem simplesmente acabar com as economias em poucos minutos.

Para quem trabalha por conta própria, como motoristas de aplicativos, cabeleireiras ou costureiras, receber pagamentos em dinheiro também pode tornar o negócio mais visado por ladrões e oportunistas. Abrir uma conta em banco elimina esse problema, pois garante que o dinheiro estará seguro e acessível quando você precisar.

2. Rendimento e proteção contra a inflação

Além de inseguro, o dinheiro guardado em casa perde valor, já que a inflação come parte do seu poder de compra diariamente. Quando ouvimos dizer que a inflação está em 5% ao ano, por exemplo, isso significa que uma pessoa precisaria ter, hoje, R$ 105 para comprar os mesmos itens que custavam R$ 100 há um ano. 

Se a mesma quantia estiver em uma aplicação e render 10% ao ano, ao final desse período, você terá R$ 110 em mãos. Ou seja, o dinheiro poderia comprar aqueles mesmos produtos e ainda sobrariam R$ 5, correspondentes ao rendimento acima da inflação. Portanto, o sistema financeiro protege o poder de compra do dinheiro, além de fazê-lo render.

3. Facilidade para fazer pagamentos e transferências 

 Inclusão financeira facilita fazer pagamentos e transferências

Mandar dinheiro para familiares que moram longe ou pagar compras à vista é mais simples para quem tem conta bancária. Essas transações podem ser feitas pelo PIX  (sistema de pagamento instantâneo). Desde seu lançamento, em novembro de 2020, o PIX vem superando outras formas de transferência de dinheiro na preferência do consumidor. Quem não tem conta em banco, fica excluído dessa vantagem.

4. Praticidade para comprar e vender

Quem vai ao supermercado com notas e moedas, por exemplo, precisa ficar atento e somar cada item que coloca no carrinho. Se faltar dinheiro, será preciso deixar alguns produtos para trás. Por outro lado, quem tem comércio ou presta serviço e não aceita meios de pagamento digitais, como cartão ou PIX, precisa ter sempre troco disponível para não perder a venda. A simples abertura de conta em banco traz mais praticidade ao dia-a-dia de compradores e vendedores, facilitando as transações e trocas financeiras.

5. Acesso ao crédito

Pessoas inseridas no sistema financeiro podem ter acesso a cartão de crédito, consórcios, empréstimos, parcelamento de compras, financiamentos e outros meios de antecipar a aquisição de bens e a realização de seus sonhos.

Vale ressaltar que esse é um círculo virtuoso: quanto melhor for o comportamento do consumidor bancário, pagando as parcelas contratadas em dia, mais crédito ele pode ir obtendo ao longo do tempo, já que o seu score, ou seja, sua pontuação de crédito, vai aumentando. Assim, a pessoa pode obter um limite cada vez maior para realizar suas conquistas ao longo da vida.

6. Gratuidade nos serviços

Foi-se o tempo em que era necessário pagar tarifa de manutenção de conta. Há mais de uma década, é possível ter contas gratuitas, ou seja, você não precisa pagar nada para acessar um pacote essencial de serviços. Ele inclui: um cartão de débito para compras e saques, 4 saques por mês no caixa eletrônico ou no guichê da agência, 2 transferências entre contas da mesma instituição por mês e 2 extratos no caixa eletrônico.

É possível visualizar extratos pelo computador ou celular e fazer várias transferências via Pix sem pagar um centavo por isso. Quem precisa de mais serviços pode contratar uma cesta mais sofisticada, com preços que podem variar entre os bancos e os perfis de usuários, mas se não for o seu caso, terá custo zero para manter sua conta bancária. Além disso, várias instituições oferecem contas digitais gratuitas.

Inclusão com educação financeira = prosperidade

Inclusão financeira para realizar projetos de vida

Vimos que a inclusão financeira contribui para ampliar o bem-estar financeiro, no entanto, é fundamental que ela seja acompanhada de orientação, informação e educação financeira. Dessa maneira, o consumidor pode usar os produtos e serviços financeiros a seu favor, evitando expor-se a golpes e fraudes ou ao risco de superendividamento, por exemplo.

Para ampliar o uso consciente do dinheiro e dos serviços e produtos financeiros, a FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos), entidade que representa os bancos, e o Banco Central, órgão regulador do sistema bancário, atuam em parceria para promover a inclusão e a cidadania financeira no país.

Como fruto dessa parceria, têm sido realizadas diversas ações envolvendo bancos e financeiras no esforço para melhorar a saúde financeira da população. Conheça as principais iniciativas: 

  • Portal Meu Bolso em Dia, que traz cerca de 500 matérias com dicas práticas e orientações para sair das dívidas, organizar as finanças, poupar e empreender, além de ferramentas e e-books.
  • Plataforma Meu Bolso em Dia, com trilhas educativas compostas por aulas, vídeos e outros recursos adequados ao perfil de cada pessoa e tipo de dificuldade que ela enfrenta. 
  • Índice de Saúde Financeira, um diagnóstico da saúde financeira de cada indivíduo e aponta o que ele precisa fazer para melhorar. 
  • Mutirões de Negociação, realizados duas vezes ao ano, em março e novembro, em parceria com a Secretaria Nacional do Consumidor e Procons (órgãos de proteção e defesa do consumidor) de todo o país.