O CLEIF - Congresso Latino-Americano de Educação e Inclusão Financeira 2022 representou um marco no debate sobre como avançar rumo a uma sociedade mais inclusiva, sustentável e próspera para todos os cidadãos.
Realizado em São Paulo nos dias 27 e 28 de setembro, o evento foi organizado conjuntamente, pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e Federação Latino-Americana de Bancos (Felaban), com apoio do Banco Central do Brasil.
O congresso reuniu representantes de instituições internacionais, órgãos reguladores e de defesa do consumidor e lideranças do setor financeiro de 27 países da América Latina e Caribe.
Além do público presente ao local do encontro, em São Paulo, quase 8,5 mil pessoas acompanharam as transmissões feitas pela plataforma Noomis e pelo canal do YouTube da Febraban.
O congresso foi, essencialmente, um espaço privilegiado de compartilhamento de experiências e aprendizados na condução de iniciativas que têm levado inclusão e educação financeira aos cidadãos do continente, que enfrentam problemas como endividamento, dificuldades para poupar e falta de acesso a serviços financeiros.
Ficou evidente, nas discussões, a necessidade de os diferentes atores trabalharem juntos na superação dos desafios regionais e locais. “Tudo o que acontece em um dos países acaba se refletindo nos demais e, conjugando esforços, podemos avançar rumo a um sistema econômico e social mais igualitário, que impulsione as nossas potencialidades”, afirmou Isaac Sidney, Presidente da Febraban na abertura do evento.
Práticas ESG e finanças responsáveis
Durante os dois dias do congresso, os palestrantes se debruçaram sobre a conexão entre as práticas ESG das instituições e a criação de abordagens e produtos que promovam a inclusão financeira responsável, em especial, diante da crise em que vivemos. “Perdemos, nos últimos dois anos, boa parte dos avanços conquistados na última década”, situou o Secretário-geral da Felaban, Giorgio Trettenero.
Uma visão unânime trazida pelos convidados foi a de que os processos de bancarização e de educação financeira devem estar profundamente conectados, sobretudo na abordagem às populações mais vulneráveis.
“Não falta vontade de fazer uma inclusão financeira correta e com educação financeira. A questão é superar os desafios para tornar isso possível”, reconheceu Maurício Moura, Diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central do Brasil, destacando a importância do compartilhamento de experiências proporcionado pelo encontro.
A necessidade de se mensurar os impactos das iniciativas realizadas foi outro assunto recorrente nas mesas de debates. Muitos convidados apresentaram seus cases e as metodologias aplicadas nas instituições que representam.
Ganhou destaque, nesse cenário, o Índice de Saúde Financeira do Brasileiro, construído por mais de 70 especialistas com apoio da Febraban, Banco Central, bancos e outros atores do sistema financeiro nacional. Ao final do encontro, o público conheceu outras ações que as associações de bancos têm realizado para acelerar a educação financeira nos diferentes países.
Dentre as iniciativas apresentadas estão o fortalecimento do portal de educação financeira da Febraban, o Meu Bolso em Dia, lançado há 12 anos e que alcançou mais de 2 milhões de acessos únicos apenas nos últimos seis meses, e a Plataforma Meu Bolso em Dia, que oferece trilhas de aprendizagem gratuitas de acordo com o perfil de cada cidadão.