Como o desequilíbrio financeiro prejudica a sua saúde física e mental

Equilíbrio financeiro e saúde física e mental: Quando o desequilíbrio no bolso afeta o equilíbrio do corpo e da mente

Pessoa meditando. Equilíbrio físico, mental e financeiro.
10 de setembro de 2021 4 min. leitura

Dados iniciais coletados pelo Índice de Saúde Financeira dos Brasileiros – I-SFB FEBRABAN mostram que 69% das pessoas chegam ao final do mês no negativo ou no empate financeiro, sem conseguir guardar dinheiro. E 58% delas vivem estresse dentro de casa por causa de compromissos financeiros. Os dados são um retrato da pesquisa até o final de agosto, somando 4.863 respondentes.

Essa situação se agravou ainda mais durante a pandemia, em função da perda de renda das famílias e do isolamento social, que trouxe uma série de outras questões. Uma delas foi a necessidade de equilibrar muitos pratos ao mesmo tempo, conciliando o trabalho dentro de casa e o cuidado com a família. Outra, a falta de horário de término do expediente.

Um estudo feito pela Universidade do Rio de Janeiro e publicado pela revista The Lancet, revela que os casos de depressão aumentam 90% nos primeiros meses da pandemia e o número de pessoas com crises de ansiedade e estresse agudo praticamente dobrou no período.

Para quem está endividado, as coisas se tornam ainda mais complexas e surge, nesse cenário, uma estreita relação entre saúde financeira e saúde física e mental. É bom saber que você não está sozinho e que há toda uma rede de apoio que pode ajudar você a atravessar esse momento. É o que mostramos neste artigo.

Apoio psicológico

Um estudo feito pelo Ministério da Saúde revelou que quase 30% dos brasileiros buscaram apoio para lidar com questões psicológicas entre agosto e outubro de 2020. Outros 35% não tiveram esse auxílio, mas desejavam contar com ele. Muitas organizações passaram a oferecer esse tipo de serviço, a partir da pandemia, de forma gratuita ou com preços sociais.

Para descobrir profissionais e instituições que prestam atendimento à distância ou presencial em sua região, faça uma pesquisa usando as seguintes palavras: pandemia + serviço, núcleo, centro de apoio psicológico + o nome de sua cidade. As universidades públicas e privadas que possuem cursos de psicologia e psiquiatria costumam aparecer no topo da lista, ao lado de ONGs que atendem pessoas com os mais diferentes perfis.

Mulheres conversando. Apoio Psicológico. Equilíbrio financeiro, físico e mental.

Suporte a compradores compulsivos 

Os serviços de apoio psicológico costumam atender os chamados compradores compulsivos, que mesmo endividados não consegue controlar seus gastos. Em São Paulo, por exemplo, há o grupo de Compradores Compulsivos do Programa Ambulatorial Integrado dos Transtornos do Impulso (Pro-Amiti), mantido pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo. O programa presta atendimento a quem deseja sair desse ciclo vicioso e retomar o controle de sua vida financeira.

Apoio jurídico a pessoas superendividados

Nos casos em que o descontrole do orçamento gera pendências financeiras e jurídicas que você não consegue resolver, é possível contar com o apoio de organizações que prestam orientação jurídica e intermediam a renegociação de dívidas, nos casos que que não há acordo entre as partes. Para saber quais são estes órgãos e como proceder, leia a matéria Onde buscar apoio para sair das dívidas

Negocie suas dívidas com empresas

Quem tem dificuldade em resolver divergências com empresas pode recorrer ao www.consumidor.gov.br, um serviço público que facilita o contato entre consumidores e empresas para a resolução de conflitos pela internet. Apoiado pela FEBRABAN, o serviço é monitorado pela Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, Procons, Defensorias, Ministérios Públicos e pela sociedade.

Ele possibilita a resolução de conflitos de consumo de forma rápida e desburocratizada: atualmente, 80% das reclamações registradas no portal são solucionadas pelas empresas, que respondem às demandas dos consumidores em um prazo médio de sete dias.

Veja um passo a passo para sair das dívidas

Para sair do endividamento, é necessário colocar um plano no papel, um passo a passo que funcionará como uma bússola na direção da saúde financeira e de uma vida organizada e bem mais tranquila. 

Para ajudar você nesta empreitada, nós preparamos o e-book Como sair das dívidas em 10 passos. Com ele, você entende melhor a sua situação financeira e aprende a fazer um orçamento doméstico, envolver a família nas decisões financeiras e criar uma estratégia para sanar suas dívidas. Pode ser útil para você? Então baixe agora nosso e-book gratuito.

Descubra seu índice de saúde financeira

O I-SFB FEBRABAN foi lançado em julho pela Federação Brasileira dos Bancos – FEBRABAN, em cooperação com o Banco Central, acadêmicos e várias outras instituições do sistema financeiro nacional. Ele permite consolidar, em um indicador, a saúde financeira de todos os cidadãos. Além disso, traça um diagnóstico de cada indivíduo, ajudando a mapear as áreas de maior vulnerabilidade, facilitando a adoção de estratégias para melhorar de vida.

Se você ainda não descobriu o seu índice, responda o questionário e saiba como anda a sua saúde financeira. Se já respondeu, veja as dicas que trazemos neste artigo para melhorar, cada vez mais, o seu índice e a sua saúde financeira.

Cofre e estetoscópio, saúde, dinheiro.

Dicas para ter mais saúde financeira

Descubra, a seguir, o que você pode fazer, ainda hoje, para encontrar mais equilíbrio nas contas e ter uma vida financeira mais saudável. 

Reveja seu estilo de vida

Viver um degrau abaixo do padrão de vida que sua renda permite é o principal caminho para a saúde financeira. Vale reavaliar os gastos com moradia, água e energia e meios de transporte, por exemplo. O objetivo é chegar ao final do mês com alguma sobra, mesmo que pequena, para poupar e investir. Faça uma caça aos gastos invisíveis e economize!

Construa sua reserva de emergência

A reserva de emergência é aquele dinheiro que fica guardado, rendendo em uma aplicação, para te socorrer naquelas situações em que você realmente precisa dele. Além evitar o risco de entrar em dívidas, a reserva garante tranquilidade para lidar com os imprevistos. Quer descobrir como calcular o valor que você precisa acumular e onde investir o dinheiro guardado para essa finalidade? Leia nosso Guia da Reserva de Emergência.

Coloque suas contas do débito automático

Esquecer os compromissos do mês é um dos fatores que levam à desorganização financeira, além de gerar juros desnecessários. Nesse caso, vale criar uma tabelinha listando cada conta (água, luz, telefone etc.) com sua respectiva data de vencimento e, em seguida, pendurá-la em um lugar visível, como a porta da geladeira. Mais interessante ainda é colocá-la em débito automático: o sistema no banco paga a conta na data programada e você não corre o risco de esquecer. 

Controle no cartão de crédito 

O cartão de crédito nos ajuda com parcelamentos, inclusive viabilizando compras de valores maiores, mas precisa ser usado com planejamento. Se o valor da fatura vem maior do que o saldo da conta e empurramos uma parte do pagamento para o mês seguinte, além de pagar os juros do crédito rotativo, ainda corremos o risco do descontrole. Por isso, sempre pague o cartão em dia e no valor integral. Leia mais em Como usar o cartão de crédito de forma inteligente e De olho no cartão de crédito.

Cheque especial não é entrada de dinheiro

Cada produto financeiro tem a sua função. Com o cheque especial, não é diferente. Esse é um recurso que você pode acessar diante de um imprevisto, naquele momento em que você não tem dinheiro na conta. Nesse caso, o banco te empresta um valor para resolver a emergência, mas você deve cobrir a conta o mais rápido possível. Isso porque o cheque especial também opera com juros elevados e, se você começar a depender dele para tudo, pode entrar em um processo de endividamento. Leia mais em Por dentro do cheque especial.

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