Acabamos de atravessar a metade de 2021 e, em breve, entram o 13º salário, as comissões de vendas tendem a aumentar e quem tem bônus e PPR (participação nos lucros e resultados) ainda pode ter um dinheiro adicional no bolso. A entrada de uma grana extra pode ser um bom começo para se livrar das dívidas.
Para quem não tem emprego fixo, o final de ano traz novas oportunidades de renda, especialmente no comércio. Também é possível fazer algum dinheiro oferecendo serviços e produtos dos quais as pessoas necessitam nesse período.
Vale, por exemplo, cuidar dos animais de estimação de quem vai viajar e organizar atividades para os filhos de pessoas que precisam trabalhar durante as férias escolares. Ou, ainda, alugar a edícula de casa para conhecidos que vão receber parentes de outra cidade no final do ano, e não têm espaço para acomodá-los. Sempre respeitando as regras de segurança contra a Covid-19!
Se você tem outras habilidades, como cozinhar, costurar ou fazer reparos domésticos, a demanda por esses serviços também costuma ser maior no final do ano. Então, comece desde já a montar o seu catálogo virtual de produtos e serviços e a planejar novas formas de chegar aos seus clientes potenciais e vender mais.
Fontes alternativas de renda podem dar aquele empurrão que você precisa para começar a pôr a vida financeira em ordem. Ao fazer isso de uma maneira organizada, aumentam as chances de sucesso. Para apoiar você nessa organização, trazemos a seguir algumas dicas que podem ajudar a concretizar seu plano de viver sem dívidas.
1. Coloque tudo no papel
Faça uma lista das contas que você tem em atraso, incluindo o cheque especial, prestações, cartão de crédito e empréstimos. Insira nela o nome do credor, o valor da parcela e o total devido. Assim, você passa a enxergar as dívidas com maior clareza e pode pensar melhor em como liquidá-las.
2. Organize seu orçamento mensal
Liste suas receitas – salário, comissões, enfim, todas as entradas de dinheiro – e suas despesas mensais. Você pode usar uma das Planilhas do Meu Bolso em Dia. É só fazer o download gratuito, lançar sua renda e seus gastos em cada categoria (alimentação, estudos, moradia, transporte, saúde e outras), sem esquecer as pequenas despesas do dia a dia, como a padaria e o cafezinho. Ao final, você terá os valores totais das entradas e saídas de dinheiro, acompanhando sua saúde financeira diariamente.
3. Converse com a família
Se a renda não está dando conta de cobrir os gastos, levando você a acumular dívidas, é essencial compartilhar isso com a família. Exponha a situação e peça que todos contribuam com a busca de soluções. Elas podem envolver o corte ou redução de gastos e a venda de algum bem (automóvel, por exemplo) para reduzir gastos, pagar as dívidas e recomeçar.
4. Defina uma estratégia para pagar
Com a lista das dívidas em mãos, organize a ordem em que devem ser feitos os pagamentos. Primeiro, devem ser quitados os serviços essenciais, como água, telefone, gás e luz. Em seguida, os empréstimos nos quais você ofereceu algum bem como garantia – carro ou imóvel, por exemplo – e que podem se penhorados após um período de atraso.
Em terceiro lugar vêm as dívidas que têm juros mais altos, como o cheque especial e o cartão de crédito. Nesses casos, veja a dica do item 8, abaixo, para reduzir o peso do pagamento de juros no seu orçamento.
5. Saiba o valor com o qual pode contar
Feito o orçamento, é definido o corte de gastos junto com a família. Estipule o valor com o qual poderá contar, mensalmente, para pagar as contas atrasadas. Considere que você terá as contas normais da casa para pagar, faça alguma previsão de gasto extra e reserve o dinheiro que será usado exclusivamente para quitar dívidas.
6. Negocie com os credores
Quando souber exatamente o quanto poderá pagar, procure seus credores para negociar. Muitas empresas oferecem descontos e condições especiais de pagamento. Outra opção é acessar o site consumidor.gov.br, criado com o apoio da FEBRABAN e de outras organizações públicas e privadas para facilitar o contato direto entre devedores e credores. É preciso, contudo, que a empresa seja cadastrada no serviço. Não deixe de ver, também, as dicas para negociar dívidas com bancos.
7. Tirando o nome da lista de inadimplentes
Você não precisa aceitar a primeira proposta de acordo feita pelo credor. Faça contrapropostas, tendo claro o valor que poderá pagar. A partir do momento em que fechar um acordo de renegociação e quitar a primeira parcela da dívida, em até cinco dias a empresa deverá retirar seu nome das listas de inadimplentes. Caso isso não aconteça, procure a defensoria pública ou um órgão de defesa do consumidor. Mantenha os pagamentos em dia, para evitar dores de cabeça ainda maiores no futuro.
8. Troque as dívidas mais caras por outras mais em conta
Caso precise escalonar os pagamentos, você pode reduzir o ritmo de crescimento das dívidas com o cartão de crédito e o cheque especial, que costumam ter os juros mais elevados do mercado. A dica é contratar um empréstimo consignado ou um crédito pessoal, que custam menos, para cobrir o cheque especial e quitar a fatura do cartão.
9. Descubra as causas do endividamento
Fazendo seu orçamento mensal, tente identificar onde está o descompasso entre a renda e as despesas da família. Se você gasta mais do que ganha e precisa recorrer com frequência ao limite do cheque especial ou outras linhas de crédito, pode estar construindo uma vida financeira insustentável.
Nesses casos, é preciso encontrar um equilíbrio, aumentando a renda ou reduzindo as despesas. Quanto mais cedo você fizer isso, melhor para o seu bolso. Se o desequilíbrio acontece porque você gasta desenfreadamente, pode ser que você seja um comprador compulsivo. Leia esta matéria para entender o que é e como tratar esse distúrbio.
10. Construa hábitos financeiros saudáveis
Aproveite este momento para rever a necessidade de ter um limite tão elevado de cartão de crédito ou limite de cheque especial. A soma desses limites não deve ultrapassar a metade do valor líquido que você recebe. Aproveite, também, para reavaliar outros itens que acabam gerando gastos importantes, como um automóvel. Sobre esse assunto, vale ler: Carro, você precisa mesmo ter um?
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Este artigo foi publicado originalmente em 05/12/2016 e atualizado em 17/08/2021