O 13º salário pode ser mais do que um alívio nas contas de final do ano. Ele pode dar um impulso para começar 2025 com o pé direito. A entrada extra de dinheiro é sempre uma oportunidade para quitar dívidas, começar uma reserva de emergência, investir na melhoria da competitividade no mercado de trabalho ou realizar qualquer outro projeto que você tenha em mente.
A seguir, trazemos algumas dicas práticas para ajudar você a aproveitar ao máximo esse recurso para se organizar financeiramente.
O que é o 13º salário e quem tem direito a ele
O 13º salário é um pagamento extra que todo trabalhador brasileiro com carteira assinada recebe ao final do ano. Ele é pago em duas parcelas, sendo a primeira até novembro e a segunda até 20 de dezembro.
Seu valor é proporcional ao tempo de trabalho. Assim, quem tem um ano ou mais de empresa, recebe um salário integral. Quem tem alguns meses, recebe o equivalente ao período trabalhado. O benefício foi criado em 1962 para ajudar o trabalhador a cobrir as despesas típicas do período, como presentes de Natal, férias e outras necessidades.
Ainda que o 13º salário seja exclusivo para quem tem carteira assinada, com um pouco de planejamento, profissionais liberais, MEIs e pequenos empreendedores conseguem reservar uma parte de sua receita para ter um bônus de final de ano. Veja um passo a passo de como se preparar para isso.
Como usar o 13° salário para proteger as finanças
Dinheiro na mão é vendaval, por isso, a dica é fazer uma lista de prioridades financeiras. Assim, você consegue usar o 13º salário de forma estratégica e alinhada aos seus objetivos. Sonha ter uma reserva de dinheiro para te socorrer na hora do aperto ou fazer aquela viagem? Planejar bem o uso do dinheiro é essencial para chegar lá.
A entrada do décimo terceiro também pode ser usada como reserva para cobrir despesas típicas do início do ano, como IPVA, IPTU e material escolar, sem precisar recorrer ao rotativo do cartão ou contrair outras dívidas. Veja outras dicas para aproveitar bem a entrada extra de dinheiro.
#1 Quitar dívidas para aliviar o pagamento de juros
Aproveitar o décimo terceiro para quitar parcelas em atraso é uma boa forma de reduzir o impacto dos juros no bolso e começar o próximo ano com mais tranquilidade. Você não precisa destinar todo o valor para essa finalidade: separe uma das parcelas para quitar dívidas e vá, aos poucos, liquidando as pendências.
Uma boa oportunidade é renegociar as dívidas no Mutirão de Negociação e Orientação Financeira 2024, que acontece de 1 a 30 de novembro de 2024. Durante o Mutirão, bancos e financeiras oferecem boas condições para o consumidor sair da inadimplência e limpar o nome. Veja dicas de como fazer uma boa renegociação com bancos e financeiras.
Para quem tem muitas dívidas, uma dica é priorizar as contas essenciais como água e luz, seguidas pelas dívidas com bens dados como garantia, como carro ou imóvel. Em seguida, foque nos débitos com juros mais altos, como o rotativo do cartão de crédito ou cheque especial.
Repensar o estilo de vida também é importante; reflita se está vivendo dentro de um padrão que cabe no orçamento. Muitas vezes, dar um passo atrás é importante para reorganizar as contas, prevenir o superendividamento e conseguir guardar algum dinheiro para realizar seus projetos.
Outra boa pedida é antecipar parcelas de financiamentos, especialmente se as taxas de juros forem elevadas. Assim, você reduz o valor que irá desembolsar e pode conseguir guardar dinheiro.
#2 Começar uma reserva de emergência
Se você ainda não tem uma reserva de emergência, o 13º salário pode ser usado para começar a construir um colchão para lidar com imprevistos, como a perda de emprego, despesas médicas ou até um reparo inesperado em casa. O ideal é, ao poucos, acumular entre 3 e 6 meses de despesas mensais. Isso dará um fôlego financeiro para enfrentar situações adversas sem comprometer o orçamento.
Construir uma reserva de emergência exige disciplina, mas é possível começar com pouco. Para isso, escolha um investimento seguro, que permita fazer retiradas rápidas quando você precisar. Quer saber mais? Confira nosso Guia da Reserva de Emergência.
#3 Planejar os gastos de fim de ano sem se enrolar
O Natal e as férias costumam trazer gastos adicionais, como presentes, ceias e viagens. Por isso, uma boa medida é separar parte do 13º salário para lidar com essas despesas festivas sem estourar o orçamento.
Para começar, faça uma lista de prioridades, ou seja, aquelas coisas que você gostaria de realizar, pesquise bastante e compare preços. Se o seu plano é sair de sua cidade, considere viajar para lugares menos badalados e pergunte, também, por descontos e promoções.
Outra dica é não deixar as compras de presentes para a última hora — isso ajuda a evitar preços inflacionados e a correria das festas. Se for organizar a festa de Ano Novo, compartilhe a responsabilidade com os convidados. Cada um pode trazer um prato ou bebida, deixando o evento mais colaborativo e leve para o bolso de todos.
#4 Investir para aumentar patrimônio
O mercado financeiro tem se tornado cada vez mais acessível, com diversas opções de investimentos simplificados para iniciantes. Se você deseja fazer seu dinheiro trabalhar para você, investir parte ou toda a bonificação salarial pode ser uma excelente medida para acelerar a construção de seu patrimônio.
Antes de começar, o importante é definir seus objetivos e o tempo que você pretende deixar o dinheiro aplicado. Pretende formar uma reserva de emergência, comprar um carro, adquirir a casa própria ou se preparar para a aposentadoria? Cada meta exige um prazo e, consequentemente, um tipo de investimento específico.
Se você não sabe por onde começar, descubra seu perfil de investidor e como o tempo pode ser seu maior aliado na construção de patrimônio. A longo prazo, os juros compostos podem fazer uma grande diferença no crescimento do seu capital.
Confira nosso Guia de Investimentos para Iniciantes e use nosso Simulador de Sonhos para organizar seu futuro. E lembre-se: Investir não é tão complicado como pode parecer.
#5 Impulsionar a carreira
Se você está pensando em empreender, melhorar sua competitividade no mercado de trabalho ou mudar de carreira, o 13º salário pode ser uma mão na roda. Além de guardar o dinheiro para ter tranquilidade durante o período em que investe na carreira no negócio, um ótimo uso é fazer um curso técnico, uma faculdade ou especialização ou, ainda, aprender uma nova língua. Afinal, investir em educação abre portas para novas oportunidades e pode aumentar a renda.
Antes de escolher o curso, pesquise a reputação da instituição e se ela é reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). O Cadastro de Instituições e Cursos de Educação Superior do MEC pode ajudar você a encontrar os melhores cursos em sua área de interesse. Além disso, não deixe de conferir se há programas de bolsas de estudo ou financiamentos disponíveis.
#6 Começar seu próprio negócio
Se você está pensando em mudar de carreira ou abrir seu próprio negócio, o 13º salário pode ser o empurrão que faltava para transformar essa ideia em realidade. O recurso pode ajudar a cobrir as despesas iniciais com formalização, compra de matérias-primas, equipamentos ou investimento em comunicação, incluindo aí a criação de um site ou produção de fotos para o perfil de sua marca nas redes sociais.
Além disso, o 13º pode ser investido em cursos e treinamentos que ajudem a desenvolver habilidades de gestão e marketing, fundamentais para o sucesso de qualquer empreendimento.
#7 Fazer doações e apoiar causas sociais e ambientais
Se você está financeiramente confortável, considere separar parte do seu 13º salário para apoiar causas sociais e ambientais. Além de ajudar quem precisa, você pode reduzir o valor do Imposto de Renda a pagar.
É possível deduzir até 6% com doações para projetos culturais e de reciclagem, e até 1% para programas como o Pronon (atenção oncológica) e Pronas/PCD (saúde da pessoa com deficiência). No caso de doações ao esporte, a dedução pode chegar a 7%.
Além disso, você pode destinar até 6% do imposto a pagar aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Pessoa Idosa. Isso deve ser feito diretamente na declaração.
Lembre-se de que todas as doações precisam ser comprovadas e registradas na sua declaração.