3 investimentos para formar sua reserva de emergência

Conheça algumas opções de aplicações seguras e que podem ser sacadas em imprevistos

porquinho protegido por um guarda-chuva, representando a segurança da reserva de emergência
1 de dezembro de 2022 7 min. leitura

Quer conquistar uma vida financeira saudável e, consequentemente, ter mais sossego e qualidade de vida? O primeiro passo é construir a chamada reserva de emergência. É aquele dinheiro que fica guardado, rendendo em uma aplicação, para te socorrer naquelas situações em que você realmente precisa dele, como a perda do emprego, problemas de saúde na família, queda de renda ou uma pane no computador que vai obrigá-lo a comprar um novo.

Nessas horas, ter um dinheiro guardado evita o risco de entrar em dívidas e garante tranquilidade para lidar com os imprevistos. Para calcular o valor que você precisa acumular para essa finalidade, a dica é somar os gastos mensais de sua família e poupar o suficiente para pagar as contas por alguns meses. Considere, ainda, fatores como o tempo médio de recolocação profissional, caso fique desempregado. Se esse tempo for de seis meses, por exemplo, a recomendação é guardar o equivalente a esse período.

Como montar sua reserva de emergência

O importante é colocar o dinheiro da reserva de emergência em uma aplicação segura e que possa ser sacada a qualquer momento. Não precisa ser, necessariamente, a poupança. Há outras opções que se encaixam nessas condições. A seguir, você conhece 3 delas.

1. Tesouro Selic

O Tesouro Selic é um título público federal que tem seu rendimento atrelado à taxa básica de juros da economia, a Taxa Selic. O produto tem liquidez diária, ou seja, você não precisa esperar a data de vencimento para recorrer a ele e não perde o rendimento pelo tempo em que o dinheiro ficou aplicado.

Sobre os rendimentos é descontado Imposto de Renda, que vai de 22,5% a 15%, conforme o tempo em que o dinheiro ficou investido. Se forem até 180 dias, será a taxa maior (22,5%) e, acima de 720 dias, a menor (15%). Você também precisa pagar a taxa de custódia da Bolsa de Valores (responsável pela operação), que é 0,30% sobre o valor dos títulos. Há, ainda, cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), caso o resgate seja feito antes de trinta dias.

Mesmo assim, o Tesouro Selic pode ser mais vantajoso do que outras aplicações, como você pode conferir nas matérias Seu dinheiro está de férias? e Tesouro direto e poupança: onde é mais seguro investir hoje?

2. CDB com liquidez diária

Outra opção para a construção da reserva de emergência é o CDB (Certificado de Depósito Bancário) com liquidez diária. São muitas as opções de CDBs disponíveis no mercado e com características variadas. Portanto, é fundamental que você pesquise aqueles que têm liquidez diária, assim, o dinheiro pode chegar rápido à sua mão em uma emergência.

Existem três modalidades de CDB:

  • Pré-fixado: a rentabilidade é fixa e você sabe exatamente quanto vai receber na data de vencimento. Por exemplo, você coloca R$15 mil num CDB que renderá 4% durante todo o período, da compra ao vencimento.
  • Pós-fixado: a rentabilidade acompanha o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), taxa de referência usada em movimentações entre os bancos, que é equivalente à Taxa Selic. Quando mais próximos os juros estiverem de 100% (ou até mais) do CDI, melhor a rentabilidade do fundo.
  • Híbrido: o CDB híbrido nada mais é que uma mescla entre o CDB pré-fixado e o pós-fixado: uma parte da rentabilidade é estabelecida no momento da aplicação e a outra parte é atrelada a um índice econômico, como o IPCA. Por exemplo, o rendimento do título seria calculado da seguinte forma: IPCA + 2% ao ano.

Sobre a rentabilidade do CDB há incidência de Imposto de Renda (de acordo com a Tabela Regressiva) e, caso você faça o resgate em menos de trinta, também há cobrança de IOF. Este tipo de investimento é protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito – se o seu banco ou corretora falir, você é ressarcido em até R$250 mil por aplicações mantidas em cada instituição financeira.

3. Fundos DI (ou fundo de renda fixa referenciado DI)

Fundos conservadores e de baixo risco que também têm liquidez diária, os Fundos DI são compostos por títulos (públicos e privados) atrelados à Taxa Selic e ao CDI. A escolha desses títulos é feita pelo gestor do fundo (banco ou corretora de valores), que irá administrá-lo para encontrar um melhor retorno para você.

Por ser pós-fixado, você só irá saber quanto seu dinheiro rendeu na data de vencimento. Mas não se preocupe: por ter liquidez diária, você não terá perda financeira se precisar resgatá-lo em caso de urgência.

Sobre fundos DI, incide a taxa de administração paga ao gestor, além da tabela regressiva do Imposto de Renda, com uma peculiaridade chamada “Come-cotas”: nos meses de maio e novembro, parte da incidência do IR é adiantada, recaindo sobre o rendimento do período investido.  

O único “porém” dessa modalidade de renda fixa, que merece alguma atenção, é que o Fundo DI não está protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Antes de investir, leia com atenção as informações sobre as características de cada aplicação e tire todas as suas dúvidas com seu gerente. Pergunte qual é o valor mínimo para começar e se existem mais custos além dos previstos em cada modalidade, como taxas de administração.

Matéria atualizada em 01 de dezembro de 2022.