Como ensinar seu amor a poupar e a cuidar bem do dinheiro

Dicas para apoiar seu companheiro ou companheira com orientações para organizar as finanças e começar a guardar dinheiro.

9 de junho de 2022 4 min. leitura

Quando o assunto é dinheiro, há uma série de hábitos enraizados em nossa cultura. Alguns positivos e outros que afastam as pessoas de seus sonhos e de uma vida financeira saudável. Não guardar dinheiro se encaixa nesse segundo grupo. A pesquisa Raio X do Investidor 2021, feita pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e o Datafolha, mostra que 64% dos brasileiros não conseguiram economizar no último ano.

Mas economizar para quê? Essa é uma pergunta muito importante, que as pessoas devem se fazer e que define a maneira como lidamos com o dinheiro no dia a dia. Morar um tempo fora do Brasil, dar entrada na casa própria, comprar um carro, fazer um curso, ter uma vida tranquila quando decidir parar de trabalhar. Não importa qual é o nosso sonho. O importante é tê-lo em mente toda vez que tiramos o cartão de crédito da carteira ou tomamos qualquer outra decisão financeira.

Nem sempre é fácil fazer isso sozinho e, na crise econômica em que estamos mergulhados, com inflação alta e perda de emprego e renda, começar a poupar pode ser ainda mais desafiador. Por isso, uma boa orientação financeira pode ser um ótimo presente para quem você ama. Confira as dicas abaixo e descubra como apoiar a saúde financeira de seu parceiro ou de sua parceira.

Preparação: como falar sobre dinheiro sem complicar a relação

Dinheiro ainda é um tabu em nossa sociedade, não costuma entrar nas conversas da família e, quando chegamos à vida adulta, acabamos reproduzindo a ideia de que este é um assunto sobre o qual não devemos falar. Nos relacionamentos amorosos, o entendimento mais comum é que conversar sobre finanças estimula um sentimento de desconfiança ou desamor.

No entanto, é justamente o contrário. A omissão pode fragilizar o começo das uniões, colocar em risco a harmonia do convívio e até o casamento. Conversando com franqueza e tranquilidade sobre o tema, expondo o seu jeito de pensar e ouvindo seu par, é possível encontrar caminhos e fazer combinados em relação às finanças.

Na matéria Falar sobre dinheiro é o melhor remédio trazemos uma série de dicas para colocar o tema na mesa, de um jeito leve e construtivo. 

Como ensinar seu amor a poupar e a cuidar bem do dinheiro: Casal discutindo sobre dinheiro

Passo 1: ajude seu par a organizar as contas

O primeiro passo para manter as finanças em dia é organizar os ganhos e gastos. Por isso, se o seu parceiro ou parceira não tem o hábito de fazer o orçamento mensal, esse é um bom começo. Para isso, é necessário registrar as entradas (salário, bônus, comissões, 13º e outros rendimentos, como aluguéis) e as saídas de dinheiro, incluindo alimentação, moradia, transporte, saúde, educação, lazer e outros gastos eventuais.

Apresente à pessoa que você está ajudando algumas maneiras simples de fazer isso. Anotar em uma folha e pendurar na geladeira, usar um aplicativo ou uma planilha, por exemplo. Cada pessoa prefere fazer de um jeito – o importante é encontrar o mais adequado ao estilo de seu par. Aqui no Meu Bolso em Dia estão disponíveis para download quatro planilhas gratuitas, com as fórmulas prontas. Basta incluir entradas e saídas de dinheiro para ter uma fotografia da vida financeira no mês e no ano.

Ao fazer o orçamento, temos a chance de entender se estamos operando no vermelho todo mês, se estamos empatados ou temos uma sobra de dinheiro. E, a partir dessa fotografia, identificar o que pode ser melhorado ou alterado para ter mais saúde financeira. 

Passo 2: incentive o seu amor a poupar

Seu par gasta tudo o que ganha ou costuma usar o rotativo do cartão e o cheque especial com frequência? Hora de conversar sobre algumas ações que podem ajudar a construir novos hábitos na relação com o dinheiro.

Fazer sobrar $ no final do mês

Ao organizar as contas, seu par pode descobrir que gasta mais do que ganha ou que consegue pagar todas as contas, mas não sobra nada no final do mês. Ok, mas tem aí alguma coisa que dá para enxugar? O delivery nos finais de semana, a ida a restaurantes? Para dar um empurrãozinho, recomendamos que você indique para a sua cara metade a leitura das matérias: 

Outra dica: dar uma boa olhada em serviços que podem ser revistos ou renegociados. Aquela academia que nunca é frequente e a assinatura da TV a cabo com 200 canais que não são vistos são bons exemplos. Veja outras dicas neste vídeo: 

Consumir de forma consciente

O consumo consciente é um grande aliado de quem quer guardar dinheiro. E isso passa pelas escolhas que fazemos no dia a dia. Na pandemia, as compras não planejadas, feitas por impulso, cresceram bastante. Esse é um ponto de atenção. Mas há outros gatilhos de consumo que devem ser levados em conta.

As compras por impulso detonam as finanças e fazem com que o esforço para poupar vá por água abaixo. É preciso entender, contudo, que há casos em que as pessoas não têm controle sobre isso. É a chamada compulsão por compras, um distúrbio psiquiátrico que precisa ser tratado. Detalhamos melhor esse tema na matéria Entendendo a Compulsão

Adquirir o hábito de poupar e investir

Assim como conversar sobre finanças e manter um orçamento pessoal, guardar dinheiro também é uma questão de hábito. A boa notícia é que há várias ferramentas que podem nos ajudar nisso. Uma delas é incluir um valor ou porcentagem dos ganhos líquidos na lista de gastos. E “se pagar” sempre que o dinheiro entrar na conta. 

Outra boa opção é aderir ao investimento programado no aplicativo do banco. Assim, na data definida, a quantia é transferida automaticamente para a aplicação escolhida. Mesmo começando com um valor baixo, a periodicidade e os juros ajudam o bolo do dinheiro a crescer. E que investe a ficar cada vez mais animado a guardar dinheiro. Na matéria Como criar bons hábitos financeiros e poupar em 2022 trazemos outras boas dicas.

Como ensinar seu amor a poupar e a cuidar bem do dinheiro: casal planejando sua reserva financeira

Construir uma reserva de emergência

O primeiro passo rumo à saúde financeira é a criação de uma reserva de emergência para nos acudir em situações inesperadas, como a perda de emprego, evitando entrar em dívidas. 

Para essa reserva, a recomendação é guardar de três a seis meses dos gastos totais mensais. Ou seja, se o custo de vida é de R$ 4 mil, a reserva de emergência deve ser de, no mínimo, R$ 12 mil. Quem é autônomo está mais vulnerável às oscilações do mercado e, por isso, deve construir uma reserva maior.

Esse dinheiro deve ser aplicado em um investimento seguro que possa ser resgatado a qualquer momento. No Guia da Reserva de Emergência trazemos um passo a passo bem completo para avançar na construção dessa reserva. 

Aprender mais sobre investimentos

Caso seu amor já tenha dado seus primeiros passos construindo uma reserva de emergência, talvez seja hora de sofisticar e diversificar os investimentos. Há opções de produtos bastante acessíveis no mercado e, ao contrário do que muitos pensam, não é preciso ser um especialista nem acompanhar de perto o mercado financeiro para diversificar os investimentos. 

Vale dar uma boa olhada na seção Poupar e Investir aqui no portal Meu Bolso em Dia. Recomendamos, principalmente, a leitura das matérias:

Como organizar a vida financeira a dois

Se vocês moram juntos ou planejam fazer isso, é importante fazer combinados financeiros para evitar desgastes desnecessários. Para começar, é bom pensar em como vocês vão administrar as contas da casa e cuidar dos planos do casal. 

As alternativas passam por ter uma conta conjunta para os compromissos da casa e contas individuais para gastos pessoais ou ter apenas contas individuais, controlando as despesas em planilhas conjuntas, por exemplo. Reflitam sobre o que irá funcionar melhor para vocês.

Outro ponto fundamental é combinar como será feita a divisão de despesas. E, nesse ponto, é preciso levar em conta a renda de cada um. Se ambos ganham basicamente o mesmo, faz sentido dividir tudo por igual. Já no caso em que um recebe mais que o outro, é importante considerar o princípio da equidade: cada um colabora como pode, e quem tem mais fica com as despesas maiores.

O mesmo princípio vale para os casais que planejam, juntos, a formação de um patrimônio. Se vocês estão nessa pegada, recomendamos a leitura do Guia do Planejamento Familiar, um e-book gratuito que preparamos para apoiar a definição de prioridades e a criação de estratégias para atingir os objetivos da família.

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