Como gastar menos e fazer dinheiro com a economia a circular

Praticando o consumo consciente, é possível gastar menos com roupas, móveis e outros objetos. E dá até para fazer um dinheiro extra!

14 de março de 2022 6 min. leitura

Durante a pandemia, fomos desafiados, o tempo todo, a mudar hábitos e adotar novos padrões de comportamento. Sem festas e, em muitos casos, sem a necessidade de ir para o local de trabalho, pudemos experimentar viver com menos peças de roupas - algumas camisetas e outras poucas vestimentas e calçados. A rotina começa a voltar à normalidade, mas que tal aproveitar essa vivência e mudar o jeito de consumir?

É o que nos propõe a economia circular, um modelo de produção e consumo que envolve a partilha, reutilização, reparação e reciclagem de materiais e produtos já existentes, aumentando o ciclo de vida dos mesmos e tornando-os mais sustentáveis. Essa prática é cada vez mais adotada ao redor do mundo, trazendo benefícios para as pessoas e o planeta. Se você quer mergulhar nessa onda, veja as dicas para economizar e, quem sabe, fazer um dinheirinho a mais!

Economizar ajudando o planeta: sem preconceito com os usados

Sabe a calça daquela marca que você gosta? Aquele sapato diferentão? Ou o sofá e a mesa de centro para a casa nova? Você pode encontrar esses itens em brechós, em ótimo estado e por um preço infinitamente inferior ao das peças oferecidas nas lojas tradicionais. Em São Paulo, por exemplo, é possível comprar uma calça jeans de marca conhecida em brechós por cerca de R$ 60,00, quase quatro vezes menos do que o valor pago pela mesma peça em shoppings.

Como gastar menos e fazer dinheiro com a economia a circular: simbolo do infinito

Comprar de segunda mão é, de fato, uma ótima pedida para manter o orçamento em dia. E se você ainda tem preconceito com os usados, pode estar perdendo a chance de fazer boas escolhas tanto para o seu bolso como para o planeta. Prolongar a vida útil de uma mercadoria reduz seu impacto ambiental: isso significa menos lixo produzido, menos energia, água e matéria-prima utilizadas para confeccionar novos produtos. Consumir de forma consciente é, assim, uma maneira de cuidar do bolso e da natureza.

Vale a pena comprar produtos usados? Veja dicas e cuidados

Roupas e calçados infantis e de adultos, móveis, livros, eletroeletrônicos, móveis para jardins e objetos de decoração: você pode comprar quase tudo de segunda mão. E o melhor é que, além de saírem mais em conta, esses artigos podem carregar uma boa história. A seguir, veja as dicas para garimpar com segurança na hora de comprar.

Desenvolva o prazer de pesquisar

Ao contrário da compra apressada, muitas vezes feita por impulso, a procura por usados de qualidade requer uma dose de paciência: pesquise na internet, liste as lojas que têm o que você procura e busque referências sobre elas nas redes sociais. E, se o vendedor estiver em sua cidade, conheça e teste o produto para saber se ele está em bom estado. É importante, também, comparar preços e negociar: mesmo pagando menos, você ainda pode conseguir descontos na hora de fechar o negócio. Aprenda a fazer isso na matéria Pechinchar não é pecado.

Roupas e acessórios a preços acessíveis

Fazendo uma boa pesquisa, é muito provável que você descubra brechós interessantíssimos perto da sua casa ou do seu trabalho. Como usar roupa de segunda mão está na moda, os brechós também estão. Muitos deles, inclusive, além de terem a loja física, também enviam mercadorias para todo o Brasil, mediante pagamento do frete pelo cliente (o valor varia conforme a distância).

Na cidade de São Paulo, um brechó badalado é o Capricho à Toa, no bairro da Vila Madalena, que recebe legiões de clientes, sobretudo aos finais de semana. O Balaio de Gato, em Curitiba (PR), possui mais de 4 mil peças, entre roupas, acessórios e itens para decoração, além de peças autorais que costumam sair bem em conta. 

Além deles, há inúmeros outros brechós interessantes, físicos ou online, onde você encontra o que procura. Conheça alguns e veja qual combina mais com o seu estilo. Para ajudar a começar a busca, aqui vão cinco dos mais conhecidos: Frou Frou Vintage, Cris Nunes Brechó, I Need Brechó e Repassa. Com uma vasculhada rápida na internet, você descobre mais endereços em sua região.

Móveis, utensílios, decoração e livros

Está montando um novo escritório, reformando a casa ou decorando o quartinho do bebê? Saiba que também dá pra conseguir itens bacanas de segunda mão quando se trata de mobília e afins. Sites como OLX,  Enjoei e Mercado Livre lideram a preferência de quem busca por móveis, utensílios domésticos e artigos de decoração usados. Também é interessante conferir os grupos de venda de usados, que existem aos montes nas redes sociais e geralmente são separados por região, o que facilita bastante.

Se você prefere comprar móveis presencialmente, uma boa opção é pesquisar antiquários, lojas de usados, “outlets” e iniciativas, como as populares vendas de garagem, ou “família vende tudo”. Além de encontrar peças originais, você pode conseguir bons descontos. Em muitos casos, em função da pressa e da necessidade de esvaziar estoques, os vendedores estão mais abertos à negociação.

Agora, se você é um leitor voraz ou está numa fase intensa de estudos, preparando-se para o vestibular ou para um concurso, sebos online, como o Estante Virtual, podem ser bons aliados. Devido ao grande acervo, eles conseguem oferecer preços menores, além de ajudar a encontrar obras raras e fora de catálogo.

Cuidados básicos ao comprar produtos usados por telefone e WhatsApp

Muitos brechós não têm site de comércio eletrônico. Para divulgar seus produtos, usam as redes sociais e fazem a venda por telefone ou WhatsApp. Porém, antes de fechar uma compra, é importante que você:

  • Veja o perfil do vendedor nas redes sociais e pesquise para ver se há reclamações contra ele. Caso existam, confira se foram respondidas e solucionadas.
  • Tire todas as suas dúvidas, sobretudo sobre a política de devolução e troca, caso fique insatisfeito ou a peça não sirva.
  • Solicite fotos de detalhes do produto para saber se ele realmente vale a pena. Caso você receba peças que não sejam coerentes com as imagens, reclame e peça a substituição.
  • Dê preferência a lojas que trabalham com um sistema no qual você paga pelo produto somente depois que recebê-lo, por meio do cartão de crédito ou boleto bancário.
  • Caso vá encontrar o vendedor para retirar sua compra, não entregue o dinheiro antes de ter o produto em mãos.
  • Tente documentar tudo o que foi combinado com a loja, guardando e-mails, mensagens, recibos e comprovantes. Caso tenha problemas, você precisará desses dados para recorrer aos serviços de proteção do consumidor.

Atenção redobrada nas compras online

Ao comprar de lojas de comércio eletrônico, além dos cuidados listados acima, que também valem para as compras online, há alguns cuidados adicionais que devem ser tomados:

  • Pesquise a reputação do vendedor em sites como Reclame Aqui e Ebit, que ajudam a conhecer a confiabilidade, inclusive por meio de rankings e notas. Se a loja tem muitas reclamações, não responde ou não soluciona as queixas, não compre, por mais tentadora que seja a oferta.
  • Confira se o site possui selo de segurança, um certificado que garante a compra segura. Em geral, o selo é representado por um ícone, como um cadeado, que fica no rodapé da página.
  • Veja também os dados de contato: desconfie de sites que não informam e-mail, endereço, telefone e CNPJ. De preferência, envie uma mensagem ou ligue antes de comprar. Confira, sempre, se o e-mail tem o mesmo endereço da loja.
  • Ofertas tentadoras podem ser uma maneira de atrair pessoas para golpes. Por isso, pesquise preços e desconfie de valores que fujam muito do padrão. Vale a máxima: quando a esmola é demais, o santo desconfia.
  • Ao comprar eletrônicos, redobre os cuidados, porque eles podem apresentar defeitos posteriormente (isso é especialmente válido no caso de consoles de videogame, PCs, notebooks, tablets e celulares, que costumam ter uma vida útil reduzida).

Se, mesmo com todos estes cuidados, você se sentiu lesado em alguma compra, lembre-se que pode recorrer aos órgãos de defesa do consumidor de seu estado, como o Procon.

Faça dinheiro com coisas que você tem em casa

Que tal fazer um dinheirinho vendendo produtos que estão parados dentro de casa? Na economia circular, você também pode estar do outro lado do balcão. Ao desapegar, além de liberar espaço em casa, você evita o desperdício de ter algo que não usa (mas que pode ser importante para outras pessoas, que estão dispostas a pagar um preço justo por isso). Para saber como começar, veja as dicas na matéria A onda agora é desapegar

E lembre-se: se você, por algum motivo, precisa adquirir uma mercadoria nova, sem nenhum uso, dê preferência ao pequeno produtor, como destacamos na matéria Um novo jeito de pensar e viver suas escolhas. Também é importante ficar atento aos selos e certificados que comprovam que um produto foi fabricado de forma a causar o mínimo possível de danos ao meio ambiente.

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Atualizada em 14 de Março de 2022.

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