Semana ENEF - Edição especial Rio Grande do Sul

Com o tema Proteção Financeira e Solidariedade, a iniciativa reforça as ações de educação financeira e de apoio a empreendedores afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

edição especial da Semana ENEF para o RS
5 de setembro de 2024 5 min. leitura

Uma das maiores iniciativas de educação financeira do Brasil, a Semana ENEF contará com uma edição extraordinária para o Rio Grande do Sul, entre os dias 9 e 15 de setembro de 2024. Inédita, a edição lança um olhar para a situação de calamidade pública reconhecida pelo Governo Federal devido às fortes chuvas que assolaram o estado nos meses de abril e maio.

A Semana ENEF RS contará com ações direcionadas tanto para pessoas físicas quanto para micro, pequenas e médias empresas, apoiando a sua recuperação. O evento carrega o mesmo tema da primeira edição, que aconteceu em maio: Proteção Financeira - Investir em educação financeira é investir na sua segurança.

Conheça as ações promovidas pelos bancos para apoiar o RS

Para apoiar seus clientes afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, as instituições financeiras têm promovido uma série de iniciativas, que vão desde campanhas de doações, à renegociação de dívidas, com taxas, prazos e condições especiais.

Algumas instituições ofereceram suspensão ou isenção de tarifas nos serviços, outras têm prestado atendimento especial e auxílio a segurados atingidos. Também deslocaram equipes de especialistas em áreas como FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e programas de governo ao RS para dar suporte ao saque de recursos ou enviaram caminhões-agências para atendimento na região.

Veja, a seguir, outras iniciativas em andamento que também serão levadas pelos bancos, de acordo com suas políticas, para a Semana ENEF RS.

Renegociação, flexibilização de carência e prazo nas ofertas de crédito de pessoas

  • Renegociação de dívidas com taxas, prazos de carência e pagamento com condições especiais (ex. 90 dias de carência, prorrogação de faturas de cartões de crédito).
  • Prorrogação dos contratos dos clientes impactados com revisão de taxa.
  • Suspensão da cobrança de parcelas, refinanciamento dos contratos de consignado, conforme convênios.
  • Suspensão de parcelas nos contratos de financiamento habitacional, renegociação com parcelas e encargos repactuados e transferidos para o final do cronograma (ex. suspensão de até 3 meses, quando solicitado pelo mutuário). 
  • Carência estendida para pagamento da primeira parcela na contratação de crédito consignado, crédito salário.

Renegociação, flexibilização de carência e prazo nas ofertas de crédito de empresas

  • Renegociação de dívidas com taxas, prazos de carência e pagamento com condições especiais (ex. 90 dias de carência/pausa.
  • Prorrogação dos contratos dos clientes impactados com revisão de taxa.
  • Prorrogação de operações para produtores rurais
  • Linhas de repactuação nas operações convencionais ou até 72 meses via Pronampe.
  • Oferta de linhas de crédito em parceria com programas do governo, como FGI Solidário e linhas de BNDES.
  • No que se refere à cobrança: suspensão da cobrança dos contratos em atraso curto, suspensão da negativação dos clientes com até 15 dias de atraso, suspensão de retomada de bens em garantia e suspensão do ajuizamento dos contratos ainda não ajuizados.

Proteção financeira

A edição especial da Semana ENEF terá como tema principal a proteção financeira, um conjunto de medidas e orientações para garantir a segurança do patrimônio e dos dados pessoais, especialmente no meio digital, onde acontecem cada vez mais golpes e fraudes financeiras.

Veja as principais dicas divulgadas pelos organizadores do evento: 

Fonte: Banco Central

Ao longo da semana, acontecerão palestras e clínicas financeiras para apoiar a organização financeira de empreendedores e seu acesso ao crédito, com ênfase em capital de giro, fluxo de caixa e investimentos. Acompanhe a programação pelo site oficial da Semana ENEF e participe!

Semana ENEF: aproximando quem faz e quem precisa de educação financeira no país

Semana ENEF e a importância da educação financeira

Uma pesquisa realizada pela Onze, fintech de Saúde Financeira e Previdência Privada do Brasil, mostra que 47% dos brasileiros não conseguem organizar o próprio orçamento; 59% não sabem como fazer, e 26% afirmam que já tentaram, mas desistiram.

Para mudar esse cenário, desde 2014, a sociedade civil organizada, representantes de associações do mercado financeiro e o poder público trabalham juntos na promoção da Semana Nacional de Educação Financeira, a Semana ENEF. 

A iniciativa conta com a participação de diversas organizações, incluindo empresas públicas e privadas, planejadores e educadores financeiros na promoção de eventos e atividades gratuitas como palestras, cursos e oficinas focadas na melhoria da relação dos cidadãos com o próprio dinheiro.

Realizada anualmente, a Semana ENEF concentra iniciativas de educação financeira, previdenciária, securitária e fiscal, presenciais e online, com uma agenda oficial e outras iniciativas distribuídas em todo o território nacional.

Em suas 11 edições, a Semana ENEF já abordou temas como resiliência financeira, saúde financeira e educação financeira nas escolas. Conheça mais sobre essa iniciativa no livro Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF): em busca de um Brasil melhor, escrito pela professora e pesquisadora Claudia Forte, que foi superintendente-executiva da Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF-Brasil) e teve um papel relevante na articulação de ações de educação financeira no país. Cláudia faleceu em 2021 e deixou um importante legado.

Cidadania financeira

o que é cidadania financeira

De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), educação financeira é “o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação, possam desenvolver os valores e as competências necessários para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidos e, então, poderem fazer escolhas bem informadas.”

Esse conceito evoluiu, nos últimos anos, para abarcar a cidadania financeira, definida pelo Banco Central como “o exercício de direitos e deveres que permite ao cidadão gerenciar bem seus recursos financeiros”. A cidadania financeira é construída a partir de pilares como inclusão financeira, educação financeira e proteção do consumidor.

Origens e consequências da falta de aprendizado financeiro

O alto índice de inadimplência observado hoje no Brasil tem várias origens. As principais são a bancarização, com a inclusão de um grande número de pessoas que não estavam acostumadas a lidar com produtos financeiros, a expansão do crédito e o longo período de hiperinflação vivida pelo país, que deixou como saldo um comportamento imediatista, de ganhar hoje e correr para gastar antes que o dinheiro perdesse o valor.

Além do bolso, a falta de conhecimento, planejamento e organização financeira afeta outros aspectos da vida das pessoas, independentemente da renda que elas têm:

ENEF: uma bússola para orientar e fortalecer a educação financeira no Brasil

conheça a Estratégia Nacional de Educação Financeira ENEF

Diante desse cenário, o governo decidiu seguir a trilha de outros países e, em 2010 instituiu a ENEF, Estratégia Nacional de Educação Financeira. Seu objetivo é fornecer e apoiar ações que ajudem a população a tomar decisões financeiras mais autônomas e conscientes. 

Para isso, foi criado o CONEF (Comitê Nacional de Educação Financeira) e uma série de documentos que passaram a nortear as ações e práticas de educação financeira no Brasil. Com base nesses materiais, qualquer pessoa física ou jurídica que deseje implementar ações de educação financeira em sua comunidade, empresa ou escola pode se orientar nos princípios, diretrizes, conteúdos e metodologias da ENEF. 

O Meu Bolso em Dia, da Febraban, integra esse esforço, levando conteúdos que ajudem as pessoas a organizar suas vidas financeiras e a cuidar bem do dinheiro.

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