Nada melhor do que uma virada de ano para adotar hábitos mais saudáveis. Que tal aproveitar o início de 2023 para começar a investir? Preparamos um passo a passo que pode ajudar você a sair da inércia e dar o pontapé inicial na realização dos seus sonhos. Confira!
Passo 1. Preencha o questionário de perfil de investidor
Duas pessoas podem ter os mesmos objetivos, mas se o perfil de investidor de ambas não for o mesmo, cada uma delas deverá aplicar seu dinheiro de maneiras diferentes, com prazos e em produtos financeiros distintos. Isso porque cada pessoa tem o seu grau de tolerância para lidar com perdas financeiras que possam acontecer ao longo do período de aplicação.
Um investidor mais conservador, por exemplo, não tolera perdas e prefere ter um retorno mais lento, porém certo. Já o investidor mais arrojado topa correr riscos para multiplicar seu dinheiro mais rapidamente, mesmo que isso signifique lidar com perdas ao longo do caminho.
Para saber qual é o seu perfil, acesse o site ou o aplicativo do seu banco ou corretora e responda ao questionário. Ao final, você receberá o resultado e a instituição financeira terá uma orientação sobre os tipos de investimentos que ela deve ou não indicar para você realizar seus objetivos.
Passo 2: Defina suas metas
Sonhar é fundamental para nos motivar a poupar, mas só depois de definir metas com valores e prazos pré-estabelecidos é que podemos começar a delinear um plano de investimentos. Se o seu sonho for trocar o carro, por exemplo, estabeleça um prazo e o valor necessário para essa aquisição.
Com essas informações em mãos, você pode ter mais clareza sobre qual é a carteira de investimentos ideal para atingir sua meta. Comece dividindo o valor desejado pelo prazo em meses, assim você terá uma ideia de quanto precisará aplicar mensalmente.
Se o desejo for trocar o veículo usado por um novo daqui a 18 meses e, para isso, for necessário juntar R$ 9 mil, isso significa que você precisa guardar R$ 500 por mês (R$ 9.000/18 = 500).
A partir daí, é possível avaliar as opções de investimentos de acordo com o seu perfil. Nesse caso, se o investimento escolhido render 0,5% ao mês, bastaria juntar R$ 479,00 mensais para alcançar o objetivo. Já se a aplicação escolhida render 0,8% ao mês, o valor mensal a ser poupado seria de R$ 467,00 para atingir a mesma meta no prazo.
A vantagem de estabelecer um prazo e dividir o valor total pelos meses até lá é justamente a possibilidade de analisar se haverá possibilidade de poupar o valor no período estimado. Use nosso Simulador de Sonhos para fazer essa conta. Se for muito difícil guardar a quantia necessária, a dica é estender o prazo ou reduzir o valor da meta até chegar a um plano que seja possível de executar.
Passo 3: Escolha o investimento certo para cada objetivo
Para escolher o investimento que serve melhor para cada meta, é importante entender os 3 pilares que compõem todos os investimentos: liquidez, segurança e rentabilidade.
A liquidez é a capacidade de transformar uma aplicação em dinheiro vivo na hora que precisar. Alguns investimentos, como imóveis, por exemplo, têm baixa liquidez, ou seja, demoram para serem vendidos e transformados em dinheiro. Outros, como a poupança, têm alta liquidez pois podem ser resgatados a qualquer momento.
A segurança, por sua vez, está relacionada ao risco de perdas de um investimento. Quanto maior o risco, maior a chance de perdas, principalmente no curto prazo. Enquanto o Tesouro Selic é um investimento com baixo risco, pois está atrelado às mudanças na taxa Selic, que acontecem apenas a cada 45 dias, as ações têm alto risco, pois dependem das condições econômicas que afetam os setores produtivos e são altamente voláteis.
Por fim, a rentabilidade é a medida de retorno de um investimento, ou seja, quanto ele irá remunerar o investidor. Geralmente, os investimentos mais arriscados prometem mais retorno do que os conservadores, mas é possível obter bons retornos com baixo risco dependendo do seu objetivo.
Como não é possível ter alta liquidez, alta segurança e alto retorno em um único investimento, a dica é diversificar, ou seja, dividir as aplicações em diferentes “caixinhas”, considerando cada meta definida. Vejamos alguns exemplos de objetivos e famílias de investimentos correspondentes para cada um deles.
Formar uma reserva de emergência até o final de 2023
Para esse objetivo, é fundamental priorizar a liquidez, já que as emergências podem surgir a qualquer momento. Assim, o Tesouro Selic ou um CDB com liquidez diária podem ser algumas das opções para esse objetivo.
Começar uma faculdade daqui a dois anos
Quando o objetivo tem data certa para acontecer, é importante priorizar a segurança, já que se houver alguma perda financeira no meio do caminho, a realização da meta pode ir por água abaixo. Investir em Tesouro prefixado, fundos de renda fixa, CDB ou LCI com prazo definido pode ser uma boa sugestão, pois são seguros e mais rentáveis do que a poupança. Confira o que é e como investir seu dinheiro em renda fixa.
Fazer uma viagem ou intercâmbio no exterior
Caso a viagem esteja programada para daqui a três anos, por exemplo, é importante considerar as variações do dólar ou da moeda estrangeira do local de destino. Comprar moeda aos poucos ou investir em fundos cambiais permite que o dinheiro aplicado acompanhe a variação de moeda e mantenha o poder de compra do investidor.
Comprar ou dar entrada na casa própria
Vamos supor que esse objetivo esteja programado para ser alcançado daqui a dez anos. O principal, nesse caso, é garantir que a inflação não corroa o valor do patrimônio investido. O Tesouro IPCA e outros investimentos atrelados a esse índice permitem uma rentabilidade real acima da inflação, para garantir seu poder de compra no futuro.
Viver com tranquilidade quando parar de trabalhar
A ideia, nesse caso, é obter renda passiva, ou seja, um dinheiro mensal na conta vindo de outras fontes além do trabalho. Além dos imóveis que geram aluguel, os fundos imobiliários e ações que pagam bons dividendos são algumas das opções para esse objetivo. Nesse caso, a prioridade é a rentabilidade, já que há mais tempo para recuperar possíveis perdas. Conheça os primeiros passos para investir em renda variável.
Passo 4: Na hora do resgate, lembre-se do imposto de renda
Alguns investimentos, como a poupança, a LCI e a LCA são isentos de imposto de renda. Isso nem sempre quer dizer que sejam melhores, já que outras opções, mesmo descontando o IR podem ter melhores retornos do que as aplicações isentas.
De modo geral, sobre os investimentos em renda fixa, são descontados os impostos de forma decrescente, conforme o tempo em que o dinheiro fica aplicado. Veja uma tabela que explica a tributação:
Tempo antes do resgate | Alíquota |
---|---|
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20,0% |
De 161 a 720 dias | 17,5% |
Acima de 721 dias | 15,0% |
É importante citar que o IR incide sobre os rendimentos, não sobre o valor total investido. E que, se o resgate ocorrer nos primeiros 30 dias também costuma incidir o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Confira como investir pagando menos impostos e reduzir a mordida do leão.