Veja 7 passos para começar com o pé direito! Conheça as providências formais e os cuidados que você precisa ter ao abrir seu próprio negócio
Diante da crise econômica aprofundada pela pandemia, empreender tornou-se a única saída para muitos brasileiros. As altas taxas de desemprego e o mundo do trabalho em profunda transformação reforçaram a necessidade de buscar novas fontes de renda a partir dos talentos que cada um possui. Se esse é o seu caso, este post é para você.
Para ajudar nos seus primeiros passos, preparamos um guia rápido com orientações para fincar bem os pés no chão para não ter prejuízo nem pagar para trabalhar. Mais do que encontrar aquela atividade que fará você ter disposição para pular da cama bem cedo todos os dias, é necessário cuidar das finanças e das questões legais desde o começo.
Passo 1: escolher o que você vai vender, para quem e onde
Já resolveu com o que você vai trabalhar? Se
não decidiu ainda, vale lembrar que a oportunidade
para empreender pode estar no seu bairro, na sua rua ou até mesmo no condomínio
onde você mora. Usando máscara e tomando todos os cuidados para se proteger, ande
a pé pelas redondezas, converse com os vizinhos e liste coisas que fazem falta
na região e pelas quais as pessoas estariam dispostas a pagar. Afinal, resolver
um problema é um bom jeito de começar um negócio.
Outras
ótimas oportunidades estão no mundo online. Como esse é um universo sem fim,
escolha um público que deseja atender e direcione sua atenção a ele. Mulheres
em home office com filhos em casa, por exemplo. Em qual região? Você conseguirá
fazer entregas, se o seu negócio for a venda de algum produto? Como vai vender?
Comece conferindo algumas dicas
para trabalhar com vendas online.
Durante
a pandemia, surgiu uma onda de novos
pequenos negócios virtuais. E muita gente que já tinha seu empreendimento
também migrou para a internet. Contação de histórias, reforço escolar, aulas de
canto ou música, brincadeiras, aulas de maquiagem online são apenas alguns
exemplos de serviços que começaram a ser vendidos online. Teve até mesmo muita gente que seu reinventou na crise, usando a criatividade para salvar seus
negócios.
E não faltaram plataformas tecnológicas para
facilitar esse acesso e a prestação de serviços. No www.superprof.com.br, uma busca promove o encontro de alunos e
professores nas mais diversas especialidades, como ioga, piano ou balé. Basta
fazer uma pesquisa por região para conhecer os profissionais disponíveis e o
preço da aula.
Atividades que, por princípio, requerem
aglomeração foram as que mais sofreram com a pandemia e, portanto, precisaram
encontrar caminhos. A turma do teatro, da música e da dança também viveram seu
processo de digitalização, oferecendo espetáculos dentro de casa. O mesmo
aconteceu com a área de eventos. Palestras, oficinas e debates, que antes
aconteciam de forma presencial, precisaram migrar para o online.
Para esses dois mercados, ganharam destaque
canais como o Sympla,
que permite a compra de ingressos online. Depois que o adquire, o produtor
libera o acesso para você para salas virtuais como Zoom, Google Meet, Google Hangout e outros aplicativos. Para assistir à peça
teatral “A Arte de Encarar o Medo”, por exemplo, você compra o ingresso pelo
Sympla e recebe o link de acesso do Zoom.
Passo 2: fazer a formalização
Depois que escolher o produto ou serviço que
quer desenvolver e ao qual quer se dedicar, chegou a hora de formalizar o seu
negócio. Esse processo permite que você tenha benefícios sociais, como
aposentadoria e auxílio-doença, e que emita nota de produtos e serviços, o que
é uma exigência dos clientes. Mais do que garantias formais, registrar sua
empresa assegura que você inicie sua trajetória autônoma de forma profissional.
A maneira mais fácil e acessível de ter um
cadastro de pessoa jurídica, o famoso CNPJ, é se tornar um MEI
– Microempreendedor Individual.
Você paga um valor fixo mensal que vai de R$ 53,25 a R$ 58,25 (valores de
2020), dependendo do tipo de atividade (comércio, serviços e indústria), pode
faturar até R$ 81 mil por ano e ter um funcionário (mais de um não é
permitido). Todos os impostos, inclusive a contribuição para o INSS, estão
incluídos nesses valores.
Fique de olho nas mudanças que acontecem
anualmente no MEI, porque elas podem impactar sua rotina. Por exemplo, a partir
de 2020, todo empregador deve incluir os dados de seu funcionário no sistema
(chamado e-Social), assim como informações como férias, exames, demissão, etc.
Passo 3: separar a pessoa física da jurídica
Ao iniciar um negócio tocado por você, é
preciso entender que você se transforma em duas pessoas: a física e a jurídica.
A primeira é aquela que usa o dinheiro para fazer compras no mercado, pagar o
aluguel da moradia e demais contas da casa. Já a segunda deve pagar
fornecedores e funcionários, comprar matéria-prima e adquirir equipamentos e
serviços para melhorar seus negócios.
Mas é muito comum as coisas se misturarem. O
dinheiro de casa e da empresa acabam ficando uma coisa só e é aí que mora o
perigo. Isso complica a vida de muitos empreendedores e, muitas vezes, os
impede de ir adiante e crescer de maneira sustentável ao longo do tempo.
Todo negócio regulamentado precisa ter uma
conta bancária em nome da empresa para receber e efetuar pagamentos. Alguns
bancos oferecerem contas digitais simplificadas e com tarifas bem reduzidas
para MEIs. Faça uma pesquisa por “conta bancária mais barata para MEI” para
descobrir alguns deles. Com uma conta PJ, você terá condições organizar as
finanças, separando o dinheiro da pessoa jurídica X pessoa física.
Mas como terei dinheiro se os pagamentos
feitos pelos clientes entram na conta jurídica? Crise uma rotina para que todos
os meses, sua empresa pague a você um salário, que no caso do empreendedor é
chamado de pró-labore. Lembrando de deixar na conta PJ o dinheiro que precisará
para pagar as contas da empresa e formar uma reserva para investir no futuro.
Assim, nem você nem sua empresa precisarão viver de sustos.
Passo 4: calcular o custo para formar o preço
certo
Esse é um assunto que costuma gerar confusão
mesmo entre quem já é empreendedor. Para você ter ganhos financeiros, é
fundamental entender o custo de seu produto ou serviço, ou seja, o quando você
precisará tirar do bolso para produzir, ofertar e fazer chegar até o cliente.
Para colocar preço em uma camiseta, antes, uma
confecção de roupas precisa calcular o custo da peça: anotar o quanto pagou
pelo tecido, linha e mão de obra, por exemplo. Se o dono da confecção tirou do
bolso R$ 40 para construir uma peça bem caprichada e diferente, seu preço pode
sair a R$ 70. Assim, ele terá R$ 30 de lucro.
Esse é um exemplo rápido para que você entenda
a lógica da precificação, mas o tema merece muito mais atenção e cuidado. Para
entender como fazer esse cálculo, nós explicamos direitinho as regras e o
funcionamento da diferença entre preço, custo e valor.
Passo 5: descobrir canais de vendas
As mudanças para o comércio foram profundas
após a pandemia. Muitos negócios precisaram fazer grandes manobras para
sobreviver, mas conheceram novas oportunidades. E teve quem começou a vender,
do zero, a vender algum produto. Nesse período, por segurança, muitas pessoas
preferiram comprar e receber em casa, uma mudança na forma de consumo que veio
para ficar.
Muitos empreendedores surfaram nessa onda para
fazer renda extra. Quem tinha habilidade na cozinha passou a vender refeições
prontas, como marmitas e bolos. Outras pessoas tornaram-se revendedoras de
produtos como roupas e cosméticos. Enfim, não faltaram opções de negócios para começar em casa durante a
pandemia.
Para quem é do comércio, o WhatsApp foi o
grande trunfo, também pela facilidade que o aplicativo oferece de tirar dúvidas
e fechar negócios. Um produtor rural, que vende frutas, verduras e legumes ou
quem prepara quentinhas pode mandar seu cardápio (ou lista de produtos e
ofertas pelo zap). Informa as condições e a forma de pagamento e já fecha o
pedido. Tudo simples e rápido.
Segundo o último Observatório Febraban, publicado em setembro, o WhatsApp é a
preferência de 66% dos respondentes para acessar a internet, sendo que 71% são mulheres.
Ou seja, uso do aplicativo é uma tendência principalmente entre o público
feminino, o que pode representar uma oportunidade para quem quer empreender.
Passo 6: preparar-se para o mundo digital
Mais do que nunca, junto com a construção de
um novo negócio, é preciso buscar capacitação para se posicionar bem no mundo
digital. O próprio Sebrae disponibiliza cursos gratuitos para você começar sua trilha de aprendizagem:
como vender pela internet na crise do
coronavírus
e marketing digital para empreendedor são algumas delas. A gente também tem muita
informação e dica para você trabalhar com vendas online.
Mesmo no processo de retomada das atividades
presenciais, muita coisa continua mudando, e a chance de obter renda pode se
tornar cada vez mais visíveis. Um cabelereiro que antes só trabalhava no salão
de beleza agora tem demanda de atender a clientela que prefere ficar em casa.
Passo 7: fazer o orçamento e se planejar
A pandemia tem nos ensinado que, de uma crise
profunda e sem precedentes, existem muitas perdas, mas também espaço para
criação de novas possibilidades. E que esses novos caminhos podem, sim, ser
construídos com paciência e persistência, sempre buscando informação e
conhecimento.
Porém, no mundo do empreendedorismo, certos princípios nunca mudam. O primeiro é o planejamento: antes de colocar a mão na massa, tenha clareza de onde se quer chegar. Planeje pequenos passos, um por vez. A vivência da pandemia mostrou que nunca foi tão importante fazer o planejamento. Ter um orçamento bem controlado é um caminho seguro para ter sucesso financeiro, na vida pessoal e empresarial. Veja um checklist para aplicar no controle financeiro de seu negócio e mãos à obra!