O Open Finance já é uma realidade na vida dos brasileiros, com mais de 42 milhões de consentimentos ativos de compartilhamento de dados feitos por clientes de mais de 900 instituições financeiras. Praticamente 15% da população bancarizada brasileira já aderiu ao sistema, segundo dados do Banco Central. O Open Finance brasileiro tornou-se, assim, o maior do mundo.
Além das informações sobre produtos bancários tradicionais, como taxas de contratação de produtos e serviços financeiros, o Open Finance também abrange outras funcionalidades, como câmbio, investimentos, seguros e previdência.
Mas você quer entender melhor como ele funciona e como aderir ao Open Finance? Vem, que preparamos esta matéria especialmente para você.
Neste artigo você irá conferir: o que é open finance, como funciona, vantagens e exemplos, quais são as diferenças do open banking ao open finance, quais dados são compartilhados e o que vem novo por aí. Boa leitura!
Destaques:
- O que é o Open Finance
- Open Banking e Open Finance são a mesma coisa? Qual a diferença?
- Como funciona o Open Finance na prática
- Como aderir ao Open Finance
- As vantagens do Open Finance para o consumidor
- As vantagens do Open Finance para as empresas
- Medida positiva para o desenvolvimento tecnológico e financeiro do país
- Open Banking x Open Finance: quais são as diferenças
- Mitos e verdades sobre o Open Finance
O que é o Open Finance
Open Finance, que pode ser traduzido como sistema financeiro aberto, é um conceito criado para padronizar o compartilhamento de informações dos clientes entre instituições financeiras. Isso é feito de maneira segura, por meio das APIs (Interfaces de Programação de Aplicação), nos canais das próprias instituições.
Assista ao vídeo:
Por meio da tecnologia do Open Finance, é possível que um cliente que tem conta no banco A e queira compartilhar seus dados com o banco B para comprar um serviço qualquer, faça isso de um jeito muito fácil.
Em outras palavras, o Open Finance permite que os clientes das instituições financeiras, de pagamentos e outras autorizadas a funcionar no Brasil pelo Banco Central, liberem o compartilhamento de seus dados pessoais, bancários e financeiros com outras instituições nas quais têm interesse em contratar crédito, investimentos ou apenas centralizar, em um só aplicativo, as diversas movimentações financeiras que possuem em diferentes bancos.
Essa organização torna o sistema financeiro menos burocrático e mais transparente. Quanto mais informações são trocadas, melhor as instituições conhecem o consumidor, seus hábitos e preferências, tendo a possibilidade de oferecer a eles produtos e soluções sob medida.
Open Banking e Open Finance são a mesma coisa? Qual a diferença?
O Open Finance foi lançado em 2022 e é a evolução do Open Banking, que chegou ao Brasil em 2021. Porém, o Open Finance conta com mais produtos que os oferecidos pelo Open Banking, como o câmbio, investimentos, seguros e previdência. O Open Finance é, assim, mais abrangente que o Open Banking, pois amplia os dados que podem ser compartilhados e as instituições que estão autorizadas a ter acesso a essas informações.
Com a evolução do Open Banking para o Open Finance, em um futuro próximo, será possível utilizar as suas informações financeiras relativas a um banco para contratar seguros ou realizar investimentos que ofereçam condições melhores em outras instituições participantes, com um mínimo de burocracia.
"O Open Finance já conta com mais de 7,5 milhões de consentimentos de compartilhamento de dados de clientes de mais de 800 instituições financeiras diferentes"
(Banco Central)
Como o Open Finance funciona na prática
O Open Finance não é um site ou aplicativo, mas um sistema que permite que diversos tipos de instituições financeiras — bancos, empresas de pagamento, cooperativas de crédito, corretoras de seguros, fintechs, corretoras de valores, fundos de previdência, fundos de pensão e plataformas de investimento — compartilhem informações em um mesmo lugar.
Para os clientes das instituições, o Open Finance pode ser visto como uma grande vitrine, na qual podem visualizar produtos e serviços de várias instituições em um só lugar, comparar preços e condições, e escolher a opção mais vantajosa para si.
Evolução do Open Finance
Desde sua implementação, o Open Finance já ganhou novas funcionalidades, para tornar a experiência de quem o usa cada vez mais simples, segura e completa. Dentre elas, estão a expansão do tipo de informações que podem ser compartilhadas e consultadas.
Em 2023, o Open Finance passou a incluir dados relacionados aos produtos de câmbio, investimentos, seguros, previdência, capitalização e credenciamento, além de informações transacionais sobre produtos e serviços de investimento, englobando tanto dados de bancos, quanto de instituições não bancárias, como corretoras independentes e gestoras.
O Open Finance faz parte do movimento de modernização do sistema financeiro iniciado há alguns anos no país e que levou ao lançamento do Pix, em 2020. E, como próximos passos, deverá possibilitar outras inovações. Alguns exemplos do que vem por aí:
- Pix Automático: para pagamento de despesas fixas, como mensalidades, escolas, academias, aluguel ou outros serviços financeiros. O Banco Central anunciou que o serviço será lançado em junho de 2025.
- Pix Agendado: pagamentos com valor fixo poderão ser agendados para serem feitos na data escolhida pelo consumidor.
- Transferências inteligentes: o consumidor poderá programar movimentações entre contas mantidas em diferentes instituições.
Como aderir ao Open Finance
Para aderir ao Open Finance, primeiro é preciso saber que você é dono de suas informações e o seu banco só poderá compartilhá-las com o sistema integrado se você permitir. Para isso, basta solicitar à sua instituição financeira que suas informações sejam incluídas no sistema. O compartilhamento de dados ocorre em algumas etapas:
- Consentimento: você informa que gostaria de incluir os seus dados no sistema financeiro aberto, especificando em qual instituição eles estão, que dados serão coletados e por quanto tempo.
- Autenticação: você acessa a sua conta no banco ou outra instituição financeira com seu login e senha.
- Confirmação: você confirma que autoriza o compartilhamento de informações.
- Efetivação: a instituição que recebeu os dados confirma que o compartilhamento deu certo.
Para fazer isso, entre na área de Open Finance (ou Open Banking) de seu banco, seja pelo aplicativo ou pelo site oficial, preencha o formulário e siga os passos para concluir o compartilhamento de seus dados. Lembrando que a autorização é para finalidades e prazos específicos. Você pode, por exemplo, pedir para seu banco compartilhar seus dados por um mês com uma fintech da qual você queira contratar um empréstimo.
As vantagens do Open Finance para o consumidor
O Open Finance é um sistema que busca proporcionar mais facilidade e praticidade para os usuários de produtos e serviços financeiros, que não precisam começar o relacionamento com novas instituições do zero. Com o compartilhamento de dados, abre-se espaço para a criação de novas soluções para um sistema financeiro que atenda às mais diferentes necessidades dos consumidores.
Os principais benefícios para pessoas físicas são:
1. Condições mais vantajosas para o consumidor
2. Otimização no uso de produtos e serviços financeiros
3. Opções de produtos e serviços mais personalizados
4. Total segurança e privacidade com seus dados
As vantagens do Open Finance para as empresas
O Open Finance também oferece benefícios às pessoas jurídicas. A praticidade, transparência e a capacidade para otimizar processos financeiros são as principais características que fazem do sistema financeiro aberto um aliado das empresas de todos os tamanhos e segmentos.
Os principais benefícios para as empresas (pessoas jurídicas) são:
1. Maior possibilidade de acesso a serviços financeiros com taxas mais competitivas
2. Melhoramento da gestão financeira, sendo possível consultar saldos, extratos, fazer transferências e pagamentos em um só lugar
3. Mais segurança e rapidez na validação dos dados dos clientes
As vantagens do Open Finance para o desenvolvimento tecnológico e financeiro do país
Como vimos, o Open Finance traz diversos benefícios para pessoas e empresas. De um lado, o sistema oferece condições mais vantajosas e personalizadas para os consumidores na oferta de serviços e produtos bancários, com total segurança e privacidade, podendo auxiliar você a ter mais saúde financeira.
Por outro lado, o Open Finance também possibilita a diminuição dos custos operacionais e de marketing das instituições financeiras que, à medida em que possuem mais informações sobre seus clientes, conseguem customizar soluções.
O impacto é o aumento de competitividade entre as empresas do setor, uma vez que o acesso compartilhado a dados de clientes possibilitará mais contato das instituições financeiras com o consumidor, que terá em mãos as melhores ofertas.
Além disso, a expectativa é que, no processo de desenvolvimento do open banking, surjam aplicativos que unifiquem diferentes serviços financeiros em uma única ferramenta, facilitando a sua vida. Se você investe na corretora X, tem uma conta corrente em um banco Y, e ainda contratou crédito na instituição Z, é possível, com alguns cliques, monitorar e fazer suas movimentações em um único lugar.
Crédito x empréstimo x financiamento: assista ao vídeo!
Já que o Open Finance chegou para facilitar a contratação de serviços e produtos financeiros de maneira personalizada e sob as melhores condições, por que não aproveitar para entender a diferença entre algumas linhas de crédito e ponderar sobre qual delas é a mais adequada para sua necessidade? Assista ao vídeo do canal do Meu Bolso em Dia no Youtube e saiba tudo sobre o tema!
Mitos e verdades sobre o Open Finance
Como toda inovação, o Open Finance gera dúvidas. Por isso, agora iremos esclarecer alguns mitos e verdades sobre o sistema:
Open Finance é pago? O banco vai cobrar taxas?
O compartilhamento dos seus dados no sistema financeiro aberto é totalmente gratuito. Mas, algumas instituições podem cobrar por certos serviços disponibilizados neste ambiente, como aconselhamento financeiro. Porém, as cobranças só podem ser feitas se você efetivamente contratar um serviço específico e devem estar previstas na tabela de tarifas do banco ou instituição financeira. Consulte a página de Perguntas e Respostas sobre Tarifas do Banco Central para saber mais.
O Open Finance é confiável e seguro?
Sim! O compartilhamento de dados feito no Open Finance entre as instituições é realizado por meio da integração de seus sistemas, através da tecnologia de API (Application Programming Interface) padronizado. O compartilhamento de dados é feito de forma criptografada, garantindo o sigilo e a segurança.
Sistemas de monitoramento analisam as transações, indicam aquelas que têm maior probabilidade de estarem relacionadas a fraudes e tomam as medidas necessárias. Além disso, o Banco Central definiu normas rígidas, que devem ser seguidas por todos os participantes.
O processo é guiado por rígidos padrões de segurança, utilizando protocolos internacionais, como os adotados no Reino Unido, e segue as determinações da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e da Lei de Sigilo Bancário. Dessa maneira, é possível afirmar que o Open Finance é totalmente confiável e seguro.
Eu preciso autorizar o meu banco a me incluir no Open Finance?
De fato, a adesão ao Open Finance não é obrigatória. Para ela ser realizada, é necessário que o cliente dê sua autorização para o compartilhamento de dados, o que deve ser feito de maneira clara e objetiva, com a indicação da finalidade para a qual os dados serão utilizados e com um prazo de validade.
É bom lembrar que o consentimento para o compartilhamento de dados ocorre em ambiente próprio nos canais eletrônicos das instituições participantes, sendo que a autorização não pode ser feita por meio de contrato de adesão, formulário com opção de aceite previamente preenchida ou de forma presumida, sem a manifestação da vontade do cliente.
O Open Finance não vale a pena?
Pelo contrário! Esta tecnologia chegou para melhorar a vida e o controle financeiro de pessoas físicas quanto jurídicas. O compartilhamento de dados ajuda tanto os clientes a conseguirem as melhores ofertas por serviços e produtos financeiros, quanto às instituições financeiras a otimizarem os seus serviços e conseguirem o melhoramento de suas gestões financeiras. Dessa maneira, o Open Finance é bom tanto para os consumidores quanto para o mercado.
O Open Finance irá diminuir o meu limite?
Algumas pessoas acreditam que o compartilhamento dos dados com as instituições participantes do Open Finance implicaria na diminuição do limite de crédito. Isso não é verdade. De fato, com o compartilhamento, é possível conseguir, em certos casos, o aumento do limite, uma vez que as instituições financeiras estarão competindo para oferecer as melhores vantagens e serviços.
Você passa a ter melhores condições de acesso ao crédito
Fato! As instituições financeiras que você autorizar a ter acesso aos seus dados poderão lhe oferecer melhores condições não apenas de acesso ao crédito, como também redução de tarifas bancárias, centralização de dados de contas, aumento de limite, cartões de múltiplos bancos e contas digitais em um único canal, facilitando a sua vida financeira.
Só é importante tomar cuidado com a empolgação, porque com o acesso facilitado ao crédito, existe o risco de meter os pés pelas mãos e acabar endividado. É necessário precaução. Por isso, não deixe de conferir nossa matéria especial com dez dicas para não se enrolar com o cartão de crédito nunca mais!
Negativados não podem aderir ao Open Finance?
Mito! Não só negativados poderão aderir ao Open Finance como também terão mais chances de conseguir crédito. Isso porque os birôs de crédito, ou seja, os bancos de dados que contém os nomes dos inadimplentes, não fazem parte das instituições participantes do sistema.
Entretanto, o Open Finance não altera em nada o funcionamento dos birôs, incluindo o prazo de negativação do CPF. Porém, a transparência dada às informações bancárias por meio do Open Finance permite uma análise mais profunda da capacidade de pagamento de um cliente, ampliando as chances de se conseguir crédito.
#CONCLUSÃO
O Open Finance chegou para revolucionar a maneira de vender e consumir produtos e serviços financeiros ao redor do mundo. No Brasil, ele chegou em 2021 com o nome de Open Banking, e evoluiu para Open Finance em 2022, agregando informações além dos produtos bancários tradicionais e abrangendo também outros serviços, como câmbios, investimentos, seguros e previdência.
O sistema permite que clientes de um banco, mediante autorização expressa, compartilhem dados com outras instituições para acessar produtos e serviços com taxas mais competitivas, por exemplo. Com isso, são diversas vantagens trazidas pelo Open Finance, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. O sistema é, também, uma medida positiva criada pelo Banco Central do Brasil para o desenvolvimento tecnológico e financeiro do país como um todo.
O melhor de tudo é que o serviço é gratuito e os seus dados só são compartilhados mediante o seu consentimento. Outra coisa boa é que, além de oferecer diversas vantagens e funcionalidades, como as listadas anteriormente, o sistema está em constante evolução.
Por isso, esperam-se novidades e novas funcionalidades para os próximos anos, tornando o Open Finance cada vez mais eficiente quando o assunto é facilitar a sua vida financeira.
# EXTRAS
Como sair das dívidas e negociar contas atrasadas
Ter mais opções de crédito e melhores condições na aquisição de serviços e produtos financeiros é uma maravilha, e algo que está se tornando cada vez mais viável graças ao Open Finance. Então por que não aproveitar esse momento no qual você está conhecendo melhor essa ferramenta, que está facilitando a vida financeira de milhões de pessoas Brasil afora, para aprender como negociar contas atrasadas? Confira as dicas e livre-se de uma vez por todas das dívidas!
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Matéria atualizada em 25 de julho de 2024. Originalmente publicada em 04/12/2020.