Como aproveitar essa fase para impulsionar novas
experiências e possibilidades na vida
Quando começamos a trabalhar e ganhar nosso próprio
dinheiro também começamos a fazer planos. Alguns querem logo financiar a moto
ou o carro e outros sonham com conquistas a serem obtidas mais no longo prazo.
O fato é que, nessa fase que vai até os trinta, trinta e poucos anos, é
importante dar atenção a coisas que possam impulsionar novas experiências e
possibilidades na vida.
Completar ou ampliar os estudos, aprender línguas
estrangeiras e viver em outra cidade ou país são algumas dessas realizações que
podem fazer toda a diferença no futuro. Isso porque elas trazem aprendizados,
ajudam a gente a se preparar melhor para uma vida profissional bem-sucedida e
aumentam a chance de ter melhores salários.
Outra atitude que deve fazer parte da rotina assim
que os primeiros salários começam a entrar, é formar uma reserva financeira
para ter tranquilidade em situações inesperadas e, também, ter a chance de
fazer escolhas em determinados momentos. Escolhas como trocar de emprego, mudar
de profissão ou sair da casa dos pais, por exemplo.
A seguir, você entende melhor e confere algumas dicas para cada uma dessas situações.
1. Avançar nos estudos
Quanto maior a escolaridade, maior a probabilidade de se manter
empregado e de ter rendimentos mais elevados. É o que mostra o relatório Education at a Glance 2020 (visão
geral da educação em 2020) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE).
O estudo mostra que, no Brasil, a empregabilidade na
faixa dos 25 a 34 anos é de 61% para quem não tem o ensino médio, de 73% para
quem tem o ensino médio completo e de 85% para quem tem um curso superior.
Trabalhadores que têm uma faculdade ganham 144% a mais do que aqueles que
possuem apenas o ensino médio no país.
Ou seja, estudar faz a roda do futuro girar a seu
favor. Ainda que você não tenha condições financeiras de ir direto do ensino
médio para o superior, é importante ter um plano para isso. Carmem Müzel, 29
anos, começou a trabalhar como vendedora numa ótica de bairro em São Paulo
assim que terminou o ensino médio e, batalhando, fez o curso de Administração e
conseguiu emprego na área patrimonial de um grande banco de varejo. Quatro ano
depois, já formada e com mais tranquilidade financeira, resgatou o sonho que
tinha no ensino médio: fazer arquitetura. Em 2019, concluiu a sua segunda
faculdade.
Já Camila Vieira, de 26 anos, cumpriu uma exigência
vinda dos pais: fazer uma faculdade a qualquer custo. Como seu pai trabalha em
uma instituição de ensino, em São Paulo, ela contou com a sorte de cursar Rádio
e TV com bolsa integral e acabou adorando. Mais tarde, conseguiu emprego na
área de programação de uma grande emissora de televisão.
Como Camila e Carmem, muitos jovens têm conseguido
se firmar em uma carreira a partir dos estudos, mostrando que investir em educação aumenta a renda.
2. Dominar novos idiomas
Quando mais cedo você aprender uma nova língua, mais
oportunidades terá no futuro. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Catho, um dos maiores sites de classificados de empregos
do país. Segundo a empresa, quem tem um segundo idioma consegue aumentar seu
salário em 52%, além de ter mais chances de ser promovido e, até mesmo, de ser
contratado.
Tem, também, maior flexibilidade para dar uma
guinada na carreira. A Camila Vieira, por exemplo, estuda inglês desde os 15
anos. Trabalhando como recepcionista, ela conseguiu guardar dinheiro e fazer
sua primeira viagem internacional aos 21 anos, quando foi para Toronto, no
Canadá. Depois, já trabalhando na emissora de TV, saiu de férias e foi estudar
em Los Angeles (EUA). De volta ao Brasil, fez mais uma reserva financeira, saiu
da emissora e voltou aos Estados Unidos para aprender mais. Resolveu, então,
transformar a paixão pela língua inglesa em atividade profissional. Hoje, ela
dá aulas crianças em uma escola privada.
A melhor notícia é que é possível aprender uma
língua estrangeira sem gastar ou pagando pouco por bons cursos online.
Instituições como o Senac e Universidade de São Paulo
ou em plataformas como Duolingo,
Coursera e Veduca
oferecem cursos gratuitos e de baixo custo. Veja também esta curadoria de
cursos gratuitos feita pela Catraca Livre e procure outras opções na internet. Estudar línguas é fundamental
para fazer intercâmbio ou ter outra vivência no exterior. Leia também: Truques para juntar dinheiro e estudar.
3. Morar fora de sua cidade natal
Sair da casa dos pais já é, por si, uma experiência
que traz maturidade e crescimento pessoal. É quando você aprende a ser virar
para resolver as mais diferentes situações que vão surgindo pela vida. Imagina,
então, o que significa morar em outra cidade ou, quem sabe, em outro país. A
primeira etapa da vida adulta costuma ser a mais propícia para adquirir essa
experiência, já que os laços de carreira e a constituição de família costumam
acontecer mais tarde.
Mudar de ares pode ser importante para vivências que
nem sempre são possibilitadas pelo local em que você vive. Fazer um intercâmbio
para trabalhar ou estudar (ou ambos) pode abrir possibilidades em todos as
esferas da vida. Você conhece outras pessoas, diferentes culturas e visões de mundo,
o que pode ter um peso enorme na vida profissional. Veja dicas que podem te
ajudar nisso:
- Vai morar sozinho ou dividir um teto?
- Como concretizar o sonho de estudar fora do Brasil
- Intercâmbio: sua rota pelo mundo transformada em realidade
4. Fazer uma reserva financeira
Com os primeiros salários na mão, é muito tentador
sair gastando ou assumindo dívidas que podem nos impedir de prosperar e
construir um futuro seguro. O autocontrole, nessa situação, é fundamental.
Um truque que ajuda no autocontrole é dividir o
salário do mês pelo número de horas em que trabalhamos para saber quanto você
“vale” o nosso tempo. Se eu trabalho 160 horas por mês (40 horas por semana) e
ganho R$ 1.600, o valor de minha hora será R$ 10,00. Daí, cada vez que ficar
tentado a gastar, faço as contas para ver quantas horas eu precisarei trabalhar
para pagar.
Outro truque é não esperar ter mais dinheiro para
poupar e investir. Comece mesmo que ache o valor irrisório, porque com o tempo
ele deixará de ser. A dica é começar guardando 10% do que receber, todo mês,
até ter uma reserva de emergência para se bancar por seis a doze meses. Ela garantirá
que você leve uma vida com menos sustos e não precise, por exemplo, trancar a
faculdade se perder o emprego. Veja 3 investimentos para formar sua reserva de
emergência.
A partir daí, a sugestão é continuar poupando os mesmos 10%, destinando uma parte para seus projetos de vida e outra para sua liberdade financeira futura. Sem esquecer de investir o dinheiro em uma aplicação adequada a cada objetivo. Com os juros em queda, onde aplicar o seu dinheiro?