5 comportamentos que facilitam ou dificultam o hábito de guardar dinheiro
As pessoas, em geral, lidam com o dinheiro de duas maneiras. A primeira e mais comum: a gente recebe o salário, paga as contas e poupa o que sobrar. Mas sobra? Dificilmente. No segundo grupo estão aqueles que separam um valor para formar uma reserva e, então, pagam as contas e planejam o que vão gastar no mês.
São dois jeitos de pensar e agir que fazem toda a diferença para o sucesso financeiro. A questão é que, no Brasil, poucos estão no segundo grupo. Um estudo feito pelo Banco Central em parceria com a Serasa e o Ibope mostra que apenas 30% da população costuma guardar dinheiro. Outras pesquisas, como a do Datafolha, revelam que, mesmo entre os que ganham mais e têm mais instrução, poucos têm o hábito de poupar.
O fato é que poupar está mais relacionado a fatores internos, que definem se você terá mais tendência a ter um perfil poupador ou gastador. O bacana é que, com determinação e paciência, é possível mudar comportamentos e virar o jogo financeiro a seu favor.
1. Autocontrole
As tentações estão em todo lugar e em todo momento. É o celular de última geração, a atrativa prateleira do supermercado, a novidade na loja de roupas, o amigo que chama para fazer aquela viagem, a oferta para trocar o carro, a família que quer ir ao restaurante nos finais de semana. Não faltam, no cotidiano, estímulos para o consumo.
Nesses casos, algumas pessoas se deixam levar e outras se mantêm fiéis a seus limites e propósitos, exercitando o autocontrole. Aí está uma das mais importantes capacidades humanas. O autocontrole impede que a gente aja impulsivamente nas diferentes situações de vida, incluindo aí os relacionamentos e o modo de lidar com as finanças.
Quem tem um comportamento impulsivo tende a usar o que ganha como se não houvesse amanhã. Não sabe para onde vai o seu dinheiro, não poupa e, por vezes, acaba se endividando. O poupador faz o oposto e vai, com equilíbrio e organização, construindo um futuro mais tranquilo.
O autocontrole funciona como um músculo: quando mais você exercitar, mais ele se desenvolve. Veja algumas dicas para aprender a fazer isso nestas matérias da revista Superinteressante e do portal Universia.
2. Disciplina
Guardar dinheiro é um hábito que exige a mesma disciplina que você precisa ter quando quer melhorar a alimentação para perder peso ou frequentar a academia para ganhar qualidade de vida, por exemplo. Para ser bem-sucedido nessas metas, é preciso ter regularidade e persistência.
Um bom jeito de criar disciplina é reservar todo mês uma quantia para poupar e contratar uma aplicação automática, também chamada de investimento programado, em seu banco. O serviço é gratuito. Assim, na data que você definir e antes que tenha a chance de gastar, o dinheiro sai de sua conta e vai para a aplicação.
Mesmo para valores pequenos, há opções para pôr o dinheiro para render. O Tesouro Direto, por exemplo, aceita aplicações acima de R$ 30,00. Na poupança, não há limite. Uma opção é ir guardando dinheiro na poupança até juntar R$ 1.000,00 e, quando chegar lá, transferir o valor para outro tipo de aplicação, como os fundos de investimentos. Daí, comece tudo novamente.
3. Foco nos objetivos e prioridades
Quando você define um objetivo bem claro e direciona seus esforços para ele, as chances de ser bem-sucedido são maiores. O mesmo acontece com as finanças. É mais fácil guardar dinheiro para começar uma faculdade daqui a dois anos, abrir um negócio próprio no ano que vem, comprar um carro dentro de três anos ou viajar bastante quando se aposentar, por exemplo.
Definir projetos e em quanto tempo você pretende concretizá-los traz vantagens. A primeira delas é calcular o quanto você precisará poupar por mês. A segunda, igualmente importante, é ter uma âncora na hora de tomar decisões. O que é mais importante: comprar algo não planejado ou guardar esse dinheiro para o seu sonho?
4. Postergar gratificações
Pessoas com perfil poupador têm uma característica em comum: são menos imediatistas e, portanto, capazes de abrir mão de uma recompensa instantânea – o prazer de comprar aquele par de sapatos, por exemplo – para ter algo maior no futuro (fazer uma viagem de férias).
Suas decisões são pautadas não somente pela satisfação que terão no presente, mas também pelo modo como suas escolhas irão afetar outros momentos da vida no futuro. A visão do poupador tem muito a ver com essa capacidade de postergar gratificações. Ela é essencial para quem deseja construir um patrimônio financeiro.
5. Paciência e determinação
Poupar é um hábito que pode ser fortalecido com paciência e determinação. Quem é capaz de juntar dinheiro por um determinado tempo, até formar um bolo que permita realizar seus objetivos, e toma logo as decisões que influenciam a realização de seus projetos, tem mais tendência a ser bem-sucedido financeiramente.
Mesmo que no início o valor que você guarda pareça pouco, mantendo o ritmo de guardar dinheiro todo mês, a quantia irá crescer. Se o dinheiro estiver aplicado, será beneficiado, ainda, pelo efeito dos juros sobre juros, os chamados compostos. Eles irão reduzir seu esforço para poupar.
Veja o exemplo: se você investir R$ 100,00 todo mês, ao final de dez anos terá R$ 18 mil, sendo R$ 12 mil guardados por você e R$ 6 mil de rendimentos. Em vinte anos, terá R$ 58 mil, sendo que R$ 24 mil saíram do seu bolso e R$ 34 mil vieram dos juros. A taxa de juros considerada nos cálculos foi de 8% ao ano. Ou seja, a paciência e a determinação ajudam seu dinheiro a se multiplicar.