Comportamento empreendedor 3: Correr riscos calculados

Dicas para avaliar os riscos antes da tomada de decisão para o seu negócio

Correr riscos calculados comportamento empreendedor
24 de setembro de 2021 12 min. leitura

Conteúdo produzido pelo Sebrae-MG para o Meu Bolso em Dia

Correr riscos calculados envolve a disposição de assumir desafios e responder por eles. E, esta, é mais uma das dez características de comportamento associadas ao desempenho de empreendedores de sucesso. Para entender como essas características foram mapeadas, você pode ler a matéria “Empreendedor ou empresário: qual é a diferença?”.

Até agora, já conversamos sobre duas outras características do comportamento empreendedor: a busca de informações e a busca de oportunidades e iniciativa.

A primeira está diretamente ligada à característica de correr riscos calculados. Para correr riscos calculados, é muito importante que o empreendedor esteja munido de informações, dados e indicadores suficientes para entender os riscos que estão envolvidos, caso uma determinada decisão seja tomada.

E, estar munido de informações não está ligado, diretamente, ao nível de instrução de um empreendedor - ou seja, se ele tem o ensino fundamental, médio, técnico, graduação ou especialização. O que realmente importa, nesse momento, é a sua percepção e avaliação do mercado e dos demais aspectos nos quais o negócio está inserido.

Buscar informações que darão o suporte necessário para compreender as possibilidades que o mercado oferece é essencial para entender a viabilidade de se correr ou não um risco, relacionado ao seu produto ou serviço.

Outras informações fundamentais para essa análise são as relacionadas à viabilidade econômica e financeira do negócio, que envolvem toda a estrutura da empresa, desde as questões de mercado, até recursos humanos, custos totais, projeções, dentre outros.

Analisar e manter as finanças da empresa em ordem, assim como as finanças do empreendedor e da sua família, são uma parte importante para calcular os riscos e mantê-los sob controle.

Assim, para o Sebrae, o empreendedor que possui essa característica (correr riscos calculados):

  • Procura e avalia alternativas para tomar decisões;
  • Busca reduzir as chances de erro;
  • Aceita desafios moderados, com boas chances de sucesso.

A seguir, veremos de forma detalhada cada um desses aspectos, com base no ebook produzido pelo Sebrae Bahia.

Procure e avalie alternativas para tomar decisões

Tomar decisões é algo muito presente na vida dos empreendedores. Para reduzir os riscos de se tomar uma decisão equivocada, procure ter mais de uma alternativa para que você possa se decidir entre elas. Para isso, é importante que se tenha o máximo de informações possíveis. Ah, e não se esqueça de relembrar as suas experiências com outras situações de tomada de decisão. Isso faz muita diferença e pode contribuir bastante para a que você precisa tomar agora!

Busque reduzir as chances de erro

Pesquise! Sim, é muito importante que o empreendedor avalie seus riscos. Antes de tomar uma decisão é possível utilizar ferramentas para avaliar os riscos ou contratar uma empresa de pesquisa, por exemplo, para apurar alguns dados e entender se há viabilidade para aquela ideia de um novo produto, um novo serviço, a abertura de uma filial, a mudança de endereço, dentre outros. Até mesmo expandir os negócios ou uma determinada atividade da empresa demanda análise criteriosa sobre os impactos gerados. Para que a expansão seja vantajosa, é preciso planejamento e avaliação dos “prós e contras”.

Se você ainda não tem uma empresa e pretende empreender, aprimorar essa característica é muito importante para que o futuro negócio tenha ainda mais chances de sucesso.

Com essa atitude, crescem as chances de deixar de perder dinheiro em um investimento errado, por exemplo.

O Sebrae Minas disponibiliza, gratuitamente, um material completo sobre como elaborar uma pesquisa de mercado.

Desafios moderados, com boas chances de sucesso. Será?

Se propor a um novo desafio, que seja moderado, é ir um pouco além, dar um passo a mais, exigindo um pouco mais de você. Mas, é preciso avaliar muito bem a escolha desses desafios. Eles precisam ser possíveis de se alcançar, para que você tenha chance de sucesso!

O empenho e o trabalho são essenciais para ter sucesso diante do risco. Novamente, a informação correta e adequada para a decisão é fundamental para minimizar os riscos. Acessar pessoas com experiência na área e se amparar por dados técnicos e práticos podem tornar seu desafio moderado.

Agora que já conhecemos as três características do empreendedor que possui o comportamento “correr riscos calculados”, vamos entender como um bom planejamento financeiro é importante durante esse processo.

Tenha um bom planejamento financeiro para correr riscos calculados

Tenha um bom planejamento financeiro para correr riscos calculados

O empreendedor deve, através de um bom planejamento, calcular os riscos que irá assumir. Um exemplo disso é que, em sua empresa, ele não vai buscar aumentar as vendas de qualquer forma. Aliás, vender muito não, necessariamente, é sinal de muito lucro. Do que adianta vender e não receber?

Nesse caso, o prejuízo será dobrado. Primeiro, porque não entrarão no caixa da empresa os recursos referentes à venda. E depois, porque sairão do caixa recursos para pagamento do produto, dos colaboradores envolvidos na venda e dos impostos. Hoje, oferecer boas condições de pagamento para os clientes é um diferencial competitivo, mas o risco de não receber pode aumentar se a gestão não for feita adequadamente.

Toda vez que uma empresa concede ao seu cliente um determinado prazo para pagar por sua compra, ela está concedendo crédito ao mesmo. É importante para a empresa que o cliente pague. Caso contrário, como já vimos, o prejuízo será grande. Para evitar isso, é importante diminuir o risco da concessão de crédito.

Não dá para conceder crédito para qualquer cliente e aumentar a inadimplência. Mas, também não se deve partir para ações mais radicais, por exemplo, passando a vender somente à vista. Isso pode levar à perda de muitas vendas. O caminho é buscar um equilíbrio, através de um bom planejamento e da gestão de crédito. Neste sentido, utilizar de meios de pagamento eletrônico, como cartões de crédito, por exemplo, traz mais segurança para quanto ao recebimento.

Outro fator financeiro igualmente importante é a formação correta dos preços de venda dos seus produtos e serviços. A precificação adequada é importante para a composição das margens de lucro, para garantir um serviço competitivo para a empresa e atrativo para os clientes.

Em se tratando de planejamento financeiro, manter as finanças pessoais independentes das finanças da empresa é um ato de extrema importância. Você já ouviu a frase “empresa pobre, empresário rico”? Isto significa que as retiradas (ou o salário) do empreendedor são superiores ao que o caixa da empresa suporta. Fatos como este geram altos riscos de o negócio não suportar por muito tempo.

O ideal é estabelecer um valor que combine expectativa de remuneração do empreendedor com a capacidade de pagamento pela empresa. Assim, todas as despesas pessoais do empreendedor e de sua família, como o pagamento da escola das crianças, o supermercado da casa e as contas de telefone da família, são cobertas pelo “salário” pago pela  empresa, ou seja, por sua retirada ou pró-labore. Do caixa da empresa, devem sair somente recursos para pagamentos referentes às despesas da empresa.

Vimos, portanto, que a gestão financeira é um dos pontos fundamentais para manter os riscos do negócio calculados e sob controle. A seguir vamos saber sobre a importância de se conhecer o cliente como estratégia para potencializar os resultados e minimizar os riscos do negócio.

Conheça o histórico do seu cliente

É fundamental adotar ações e procedimentos para que se possa correr riscos calculados. Uma ação que muitas empresas adotam é consultar o histórico do cliente. Verificar se há algum impedimento em seu CPF ou CNPJ, para os casos de crediário próprio. Se não há nada, ficam tranquilos para realizar a venda.

Mas, será que é tão simples assim? Quando se consulta os dados de um cliente, estamos olhando para o seu passado. Quando damos a ele um crédito, estamos preocupados com o seu futuro. É claro que um bom histórico é uma boa notícia. Mas, não pode nos dar a certeza de que o mesmo comportamento continuará sendo repetido. É preciso ter mais cautela. Buscar referências também pode ser uma boa ideia. De preferência de empresas do nosso conhecimento. Elas terão mais liberdade em nos dizer a verdade.

Uma alternativa é ir flexibilizando as condições de pagamento a cada nova compra. Na primeira compra, parte do pagamento, por exemplo, deverá ser à vista. O risco de inadimplência incidirá somente na parte restante. Na próxima compra, a parcela à vista pode ser diminuída ou pode ser oferecido um prazo menor do que o dos clientes tradicionais. Após algumas compras e com uma certeza maior da qualidade de pagamento do cliente, pode-se oferecer os prazos tradicionais.

Situações como esta são muito comuns, sobretudo, em municípios de menor porte localizados nas diferentes realidades do Brasil. Se, por um lado, vendas com pagamento com cartões de crédito e débito e outras formas digitais já são rotina para os negócios localizados nos grandes centros urbanos do país, em muitas cidades pequenas o crediário ainda sobrevive. Assim, caso você utilize desse mecanismo, fique atento às dicas trazidas especialmente para contribuir com o sucesso da sua empresa ou do seu futuro negócio.

Para empreender é preciso fazer uma análise bem rigorosa dos riscos envolvidos em cada situação do negócio, assumindo aqueles desafios com maiores chances de sucesso. Isso é correr riscos calculados!

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