Juros baixos: onde aplicar seu dinheiro?

Opções para investir num cenário de baixa rentabilidade das aplicações convencionais

19 de novembro de 2020 8 min. leitura

Opções para investir num cenário de baixa rentabilidade das aplicações convencionais

Se o país fosse uma pessoa, a inflação poderia ser considerada uma febre, um sintoma de atividade acelerada, em que se compra muito, o que pode levar a um colapso. O aumento da demanda superaquece a economia e aumenta os preços, elevando a inflação. A Selic, taxa de juros básica da economia, funciona como um antitérmico para essa situação.

Para “esfriar” o corpo, é preciso aumentar os juros, tornando o crédito mais caro e desestimulando o consumo. Por outro lado, quando a atividade econômica está lenta demais, é necessário baixar a dose do remédio para “aquecer” o corpo, ou seja, reduzir os juros para estimular o consumo e fazer a economia voltar a girar com mais velocidade. Leia a matéria A inflação, os juros e o seu bolso para entender melhor como isso funciona.

Impactos para o consumidor e o investidor

A Selic vem caindo desde 2016, quando chegou a 14,25% ao ano. No final de agosto de 2020 chegou a 2% ao ano, a menor taxa desde 1996, e tem se mantido neste patamar. Para o consumidor, esta é uma boa notícia, já que essa redução tende a se refletir nas taxas de juros do crédito: tomar empréstimos e fazer financiamentos pode ficar mais barato.

Já para o investidor, juros menores significam rentabilidade menor. Com a Selic em 2%, quem está acostumado a aplicar seu dinheiro na poupança, por exemplo, terá que se contentar com uma rentabilidade de 1,4% ao ano. Isso porque, pela regra definida pelo Banco Central, quando a taxa Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende apenas 70% da Selic.

Se a intenção é montar uma reserva de emergência, uma opção é o Tesouro Selic, que acompanha a taxa básica da economia. Comparado à poupança, esta aplicação rende melhor e com a segurança do Tesouro Nacional. Veja mais detalhes na matéria Tesouro direto e poupança: onde é mais seguro investir hoje?

Se você já tem sua reserva de emergências formada e deseja ter um pouco mais de rentabilidade, vale a pena diversificar seus investimentos.

Quanto maior o risco, maior o retorno

Tesouro Selic e poupança são aplicações seguras, mas em períodos de taxas de juros menores, sua rentabilidade tende a cair. Se quiser mais retorno, você precisará assumir um pouco mais de riscos. Isso não significa se aventurar em qualquer aplicação, mas testar alternativas aos poucos até se sentir confiante para ampliar o leque e os valores investidos.

Veja três opções que prometem maior rentabilidade em cenário de juros menores.

1. Títulos prefixados ou atrelados à inflação

Para quem é conservador e não suporta a ideia de ver o valor de seus investimentos oscilar, existem oportunidades na renda fixa, em títulos públicos prefixados (Tesouro Prefixado) ou indexados à inflação (Tesouro IPCA, antiga NTN-B).

Os papéis prefixados ajudam a travar o rendimento da aplicação, no futuro, com uma taxa um pouco mais alta. Traduzindo: se o investidor aplicar seu dinheiro em um título prefixado que oferece 5% de taxa de juros com vencimento para 2022 e ao longo deste período os juros caírem ainda mais, ele garante o rendimento com base na taxa de juros atual.

Já o Tesouro IPCA com vencimentos mais longos oferece rendimentos acima da inflação, protegendo o investidor da perda do poder de compra no longo prazo e oferecendo ganhos reais.

O importante, nesses casos, é manter o dinheiro até o vencimento para garantir a rentabilidade contratada, embora seja possível vender os títulos antes, se o preço deles estiver valorizado. Para saber mais sobre como investir em títulos do governo, acesse o site do Tesouro Direto.

2. Fundos imobiliários

Os fundos imobiliários são interessantes para quem gosta de investir em imóveis e receber renda de aluguéis. Com valores a partir de R$ 3,00 é possível começar a comprar cotas de imóveis comerciais como shoppings, galpões logísticos, agências bancárias, lajes corporativas, entre outros. E obter uma renda extra isenta de imposto de renda, em geral, depositada na conta do investidor todos os meses. Com a queda na taxa de juros, o setor imobiliário deve aquecer e as perspectivas desse tipo de investimento são bastante favoráveis.

Para investir em fundos imobiliários, é preciso abrir uma conta em uma corretora, pois eles são comercializados na bolsa de valores, assim como as ações. O site Funds Explorer traz conteúdo específico e gratuito sobre fundos imobiliários, além de apresentar o ranking de todas as opções existentes no mercado.

Uma das informações mais importantes na hora de escolher um fundo imobiliário é o chamado dividend yield, ou seja, o percentual de rendimentos pagos por cota. Assim, se uma cota custa R$ 100 e o dividend yield do fundo é de 5%, significa que ele paga mensalmente R$ 5,00 por cota adquirida.

3. Ações e fundos de ações

Outra opção é investir em ações de companhias listadas na bolsa de valores. Com a queda dos juros, a economia tende a ficar mais aquecida, o consumo deve aumentar e espera-se que os lucros das empresas acompanhem esse crescimento.

A forma mais conhecida de investir em ações é comprando diretamente na bolsa de valores. Para isso, é preciso abrir conta em uma corretora e começar a operar, comprando e vendendo ativos. Veja no site da B3 as corretoras certificadas e saiba mais sobre o assunto na matéria Pensando em comprar ações?

Em vez de investir diretamente nas ações das empresas, o que exige conhecimento sobre os setores mais favoráveis, as ações com preço mais atrativo, as tendências de alta e de baixa, entre outros, vale a pena avaliar os fundos de ações.

Os fundos são grupos de investidores que se juntam para aplicar seus recursos em ações escolhidas por especialistas, chamados de gestores. Com valores a partir de R$ 500,00 já é possível escolher um fundo de ações para investir. É importante levar em conta os custos do investimento, que englobam taxa de administração e taxa de performance, além do imposto de renda.

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