Com o IGP-M em mais de 20%, como fica o aluguel?

Veja as dicas para renegociar e evitar a transtorno da mudança em plena pandemia

Reajuste do aluguel: homem pensando no que fazer diante do aumento
5 de novembro de 2021 3 min. leitura

Quem depende do aluguel para morar ou empreender tem vivido um momento difícil. Além da queda na renda causada pela pandemia, o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), usado como referência para reajustes nos contratos, sofreu um aumento de 21,73% nos últimos 12 meses (setembro de 2020 a outubro de 2021).

A alta do IGP-M se explica, principalmente, pela forte influência do dólar, produtos agropecuários, como milho, trigo e carne, e dos custos da construção. O aumento registrado nesses indicadores elevou o IGP-M a um dos maiores patamares desde o início do Plano Real, em 1994.

Mudar de casa, no cenário atual, pode ser muito custoso. Por isso, antes de ir atrás de outro imóvel, a primeira alternativa é conversar com o proprietário do imóvel atual e propor uma negociação. E você não precisa esperar a época de renovação do contrato para fazer isso, já que muitos proprietários estão abertos a fazer acordos para evitar perder a renda dos aluguéis.

Se gosta do lugar onde mora e é um bom inquilino, negociar pode ser vantajoso para você e também para o dono do imóvel. Veja o por quê.

Para você

A mudança pode gerar uma série de gastos extras. Os mais comuns são:

- Transporte: você precisará contratar um serviço de transporte dos móveis e eletrodomésticos.

- Multa por rescisão antecipada de contrato: em geral, cobra-se o equivalente a 3 meses de aluguel, proporcional ao tempo que falta para o contrato terminar.

- Pequenas reformas antes de entregar as chaves: geralmente, os contratos de aluguel obrigam o locatário a devolver o imóvel nas mesmas condições em que recebeu.

- Investimentos na nova moradia: talvez você precise equipar a casa com armários, luminárias e chuveiro, por exemplo.

- Locomoção: é importante levar em conta a distância do trabalho ou da escola dos filhos. Morar mais longe pode gerar mais despesas de condução ou, até mesmo, a necessidade de buscar uma nova escola para as crianças.

Para o proprietário

A perda do inquilino pode significar alguns meses sem receita, já que há muitos imóveis disponíveis e o momento não está propício para alugar, devido ao desemprego e à crise. A demora na locação também pode representar despesas com o IPTU e com o condomínio, no caso de apartamentos.

“Aceitei a redução do valor do aluguel porque tenho um ótimo inquilino, que cuida bem da casa e é assíduo nos pagamentos", conta Juçara de Santis, dona de um imóvel no Jardim da Glória, em São Paulo (SP). “Estamos passando por um período de recessão e as coisas estão complicadas para todo mundo”. Fica a dica!

Homem leva as mãos ao rosto preocupado com suas finanças

Prepare-se antes para negociar!

Para ser satisfatório, o resultado do diálogo entre inquilino e proprietário precisa ser bom para os dois lados. Para isso, você precisa se preparar com argumentos e informações. Confira as dicas para uma boa negociação.

Se você é o inquilino

1. No caso de perda de emprego ou diminuição da renda familiar é importante que, antes de fazer uma proposta, você tenha clareza sobre sua situação financeira para saber se conseguirá arcar com o aluguel com desconto. Liste todos os ganhos e gastos. Se preferir, use nossas tabelas dia a dia e tabelas mês a mês para fazer isso.

2. Caso tenha aluguel em atraso, a sugestão é negociar o pagamento da dívida com desconto ou propor o parcelamento, sem juros, para pôr os atrasados em dia.

3. Tenha em mãos dados que podem ajudar na argumentação: pesquise preços de imóveis nas redondezas e conheça os principais indicadores de mercado, como o IGP-M e o Índice FipeZap de Locação. Este último acompanha os preços de imóveis anunciados em várias cidades brasileiras. Já o IGP-M é o índice oficial de reajuste do valor do aluguel.

4. Seja flexível para aceitar e discutir uma contraproposta. É o melhor jeito de chegar a um valor que seja viável.

Se você é o proprietário

1. Esteja aberto para negociar. Se o inquilino procurou você é porque tem a intenção de continuar no imóvel e quer fazer as coisas do jeito certo ? e isso é um ótimo sinal.

2. Para negociar, você precisa saber qual é o valor médio do aluguel de um imóvel semelhante na região.

3. Se você depende do aluguel para completar seu salário ou aposentadoria, faça as contas e avalie o impacto da redução em sua renda. A sugestão é definir um valor máximo para negociar.

4. Conheça a realidade do inquilino e ofereça alternativas: caso ele tenha perdido o emprego, por exemplo, um caminho é propor um desconto por um período de quatro a seis meses, que é o tempo mínimo estimado para recolocação.

Fique de olho!

Além do aluguel, veja como é possível economizar em outros gastos da casa fazendo uma caça aos gastos invisíveis. E não esqueça de baixar as nossas planilhas. Elas vão ajudar você a se lembrar dos pagamentos e a organizar suas contas.

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Matéria publicada em 19 de dezembro de 2020 e atualizada em 05 de novembro de 2021

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