Confira as dicas para negociar e evitar os transtornos da mudança
Com os preços dos alugueis em queda, é possível encontrar imóveis com um valor mais em conta. E reduzir despesas é sempre uma boa medida, principalmente em uma situação de desemprego e crise econômica como a que estamos atravessando. Mas, antes de ir atrás de uma casa nova, a alternativa é conversar com o proprietário do imóvel atual e propor uma negociação. E você não precisa esperar a época de renovação do contrato para fazer isso!
Se gosta
do lugar onde mora e é um bom inquilino, negociar pode ser vantajoso para você
e também para o dono do imóvel. Veja por quê:
Para você:
- A mudança pode gerar
uma série de gastos extras. Os mais comuns são:
- Transporte: você precisará contratar um serviço
de transporte dos móveis e eletrodomésticos.
- Multa por rescisão antecipada de contrato: em
geral, cobra-se o equivalente a 3 meses de aluguel, proporcional ao tempo que
falta para o contrato terminar.
- Pequenas reformas antes de entregar as chaves:
geralmente, os contratos de aluguel obrigam o locatário a devolver o imóvel nas
mesmas condições em que recebeu.
- Investimentos na nova moradia: talvez você
precise equipar a casa com armários, luminárias e chuveiro, por exemplo.
- Locomoção: é importante levar em conta a
distância do trabalho ou da escola dos filhos. Morar mais longe pode gerar mais
despesas de condução ou, até mesmo, a necessidade de buscar uma nova escola
para as crianças.
Para o proprietário:
- A perda do inquilino pode significar alguns meses sem receita, já que há muitos
imóveis disponíveis e o momento não está propício para alugar. A demora na
locação também pode representar despesas com o IPTU e com o condomínio, no caso
de apartamentos.
“Aceitei
a redução do valor do aluguel porque tenho um ótimo inquilino, que cuida bem da
casa e é assíduo nos pagamentos”, conta Juçara de Santis, dona de um imóvel no
Jardim da Glória, em São Paulo (SP). “Estamos passando por um período de
recessão e as coisas estão complicadas para todo mundo”.
Prepare-se antes
Para ser
satisfatório, o resultado do diálogo entre inquilino e proprietário precisa ser
bom para os dois lados. Para isso, você precisa se preparar com argumentos e
informações. Confira as dicas para uma boa negociação:
Se você é o inquilino:
- No caso de perda de emprego ou diminuição da renda familiar é
importante que, antes de fazer uma proposta, você tenha clareza sobre sua
situação financeira para saber se conseguirá arcar com o aluguel com desconto.
Liste todos os ganhos e gastos. Se preferir, use as tabelas dia a dia e as tabelas mês
a mês para fazer isso.
- Caso tenha aluguel em atraso, a sugestão é negociar o
pagamento da dívida com desconto ou propor o parcelamento, sem juros, para pôr
os atrasados em dia.
- Tenha em mãos dados que podem ajudar na argumentação: pesquise
preços de imóveis nas redondezas e conheça os principais indicadores de
mercado, como o IGP-M e o Índice FipeZap de Locação. Este último acompanha os preços de imóveis
anunciados em várias cidades e registrou uma queda real de 12,98% no preço médio
do aluguel entre janeiro de 2015 e janeiro de 2016. Já o IGP-M, índice oficial
de reajuste do aluguel, foi de 10,95% no mesmo período.
- Seja flexível para aceitar e discutir uma contraproposta. É o
melhor jeito de chegar a um valor que seja viável.
Se você é o proprietário:
- Se o inquilino procurou você é porque tem a
intenção de continuar no imóvel e quer fazer as coisas do jeito certo – e isso
é um ótimo sinal.
- Para negociar, você precisa saber qual é o valor
médio do aluguel de um imóvel semelhante na região.
- Se você depende do aluguel para completar seu
salário ou aposentadoria, avalie o impacto da redução em sua renda e defina o valor
máximo em que pode chegar.
- Conheça a realidade do inquilino e ofereça
alternativas: caso ele tenha perdido o emprego, por exemplo, um caminho é propor
um desconto por um período de quatro a seis meses, que é o tempo mínimo
estimado para recolocação.