Você está preparado para imprevistos?

Veja como identificar seus riscos e ter a proteção necessária para você, seu patrimônio e sua família

4 de janeiro de 2017 9 min. leitura
Veja como identificar seus riscos e ter a proteção necessária para você, seu patrimônio e sua família 

Imprevistos acontecem a todo momento e, muitas vezes, podem gerar custos inesperados. Por isso, é importante conhecer seus riscos, ou seja, aquelas situações que podem trazer perdas financeiras bruscas, corroendo o patrimônio que você batalhou tanto para construir, ou, ainda, comprometer sua capacidade de continuar arcando com suas despesas básicas.

E, a partir daí, se preparar para essas situações. Mas como fazer isso? A primeira providência é manter uma reserva de dinheiro para emergências (veja aqui como calcular). Outra precaução é a contratação de um seguro que proteja você e seus dependendentes. O que segurar? Como calcular o valor do seguro e quais precauções tomar? Organizamos o roteiro abaixo para ajudar você a entender o funcionamento dos seguros e buscar a proteção mais adequada. 

O que é possível segurar?

Os bancos e seguradoras oferecem uma grande gama de seguros para as mais diferentes situações e perfis de pessoas e empresas. Portanto, o mais indicado é começar pensando nas suas principais necessidades:

Bens: Você possui imóveis, veículos, objetos ou equipamentos, como celular, câmera fotográfica, notebook e outros que podem ser perdidos, roubados ou danificados em uma eventualidade? Quanto eles valem? O que aconteceria se você perdesse um desses bens? Você depende deles para trabalhar?

Dívidas: Você possui empréstimos ou financiamentos que dependem da sua força de trabalho para serem pagos? Qual é o valor dessa dívida e em quanto tempo você pretende quitá-la? Quem pagaria essa dívida se você perdesse repentinamente sua fonte de renda, seja por desemprego, doença, invalidez ou morte?

Pessoas: Você é um funcionário registrado ou autônomo? Quantas pessoas dependem financeiramente de você? Por quanto tempo essas pessoas continuarão sendo suas dependentes? Qual é a qualidade de vida que deseja proporcionar para você e seus dependentes mesmo que perca subitamente sua fonte de renda?

Fazendo essa reflexão é possível identificar suas prioridades na hora de contratar um seguro. Assim, ficará mais fácil pesquisar as opções que o mercado oferece e encontrar o produto certo para você.

Como calcular o valor a ser segurado?

O valor segurado é o dinheiro que você receberá em caso de sinistro, ou seja, se o acontecimento previsto no seguro (perda, roubo, morte, etc.) se realizar.

No caso de bens, o cálculo é simples, pois você pode utilizar como base os valores de mercado. Para as dívidas, os bancos ou financeiras costumam oferecer os seguros prestamistas no momento da contratação do empréstimo ou financiamento. A indenização pode corresponder ao valor total do empréstimo ou a um determinado número de parcelas, em situações como desemprego involuntário.

Já no caso dos seguros voltados à proteção pessoal, é preciso usar como base o seu planejamento pessoal. O consultor de proteção financeira, Ítalo Bertagnoli, recomenda listar todas as despesas que estão sob sua responsabilidade. Depois, defina o período em que precisará arcar com esses gastos. “Essa conta vai ajudar a calcular a soma necessária para garantir a sua vida ou a de seus dependentes em sua ausência. Você não precisa ter todo o valor segurado, pois ele pode ser composto com outros recursos, como o benefício do INSS, bens ou investimentos”, explica Ítalo.

Ele dá três exemplos:

1. Casal com filhos pequenos que deseja garantir o sustento dos filhos até a idade adulta:

  • › Despesas mensais: R$ 4 mil
  • › Prazo para que todos os filhos estejam formados ou em condições de trabalhar: 15 anos
  • › Valor do capital segurado: R$ 4 mil x 12 meses x 15 anos = R$ 720 mil

Se tanto o pai quanto a mãe trabalham, esse valor pode ser distribuído proporcionalmente entre eles, em apólices separadas. Também é possível determinar como o prêmio deve ser distribuído entre os dependentes. Para ser ainda mais exato, preveja que as despesas com educação tendem a crescer nos últimos anos de formação. Se for o caso, considere um seguro específico para educação.

2. Jovem solteiro que quer garantir o seu sustento em caso de invalidez temporária ou permanente:

  • › Valor que deseja ter mensalmente se não tiver condições de trabalhar: R$ 1,5 mil
  • › Período em que receberá o benefício, considerando que o jovem tem 25 anos: 40 anos
  • › Valor do capital segurado: R$ 1,5 mil x 12 meses x 40 anos = R$ 720 mil

Há seguros que cobrem a perda da renda pelos dias não trabalhados (especialmente importante para os profissionais autônomos) e facilitam o acesso a tratamentos, cobrindo despesas médicas, hospitalares e odontológicas, medicamentos, etc.

3. Pessoa que deseja deixar uma renda para seu companheiro em caso de morte:

  • › Valor mensal que deseja deixar: R$ 2 mil
  • › Período da renda, considerando que seu companheiro tem 55 anos: 25 anos
  • › Valor do capital segurado: R$ 3 mil x 12 meses x 25 anos = R$ 600 mil

“São situações que a gente não gosta de pensar, mas é importante fazer esse exercício. Mesmo quem possui bens e uma boa reserva financeira deve ter um seguro, pois ele tem liquidez e não depende de inventário”, explica Ítalo.

Segundo o consultor, nos seguros de vida é possível definir quem receberá o dinheiro e como ele deverá ser utilizado. “Você pode, por exemplo, especificar que o dinheiro deverá ser usado exclusivamente na educação dos filhos. O beneficiário deverá prestar conta todos os meses para um juiz”, acrescenta.

Quais cuidados devem ser tomados na hora de contratar?

› Procure empresas autorizadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) para vender esse tipo de produto financeiro. Consulte aqui as seguradoras e corretores cadastrados em todo o Brasil.

› Avalie o quanto poderá gastar com o seguro, de forma que a sua proteção não inviabilize o pagamento de outras despesas que você já possui. O Jimbo pode te ajudar a fazer essa conta! 

› Pesquise as opções de seguros, comparando com bastante cuidado o que está coberto, o valor das indenizações e as condições para a liberação do dinheiro. Veja se a proteção estará valendo a partir da contratação, independentemente do número de parcelas pagas. Em alguns casos bem específicos pode haver carência. Por lei, o dinheiro deve ser liberado em até 30 dias.

› É muito importante que o questionário de análise de risco seja preenchido corretamente na contratação. Se for fazer um seguro de vida, por exemplo, não esconda doenças crônicas já diagnosticadas. O mesmo vale para seguros de veículos: informe quem serão os condutores e onde o veículo ficará estacionado. “O seguro é um contrato de boa fé. Se o cliente faltar com a verdade no momento da contratação ou da renovação, ele corre o risco de não receber o seguro ou demorar muito para receber”, alerta Ítalo Bertagnoli.

› Verifique se o índice e a frequência de atualização dos valores estão definidos nos documentos do seguro (apólice, condições gerais ou contrato) e fale com seu corretor de seguros periodicamente para revisar os valores e coberturas. Não se esqueça de perguntar se as condições do contrato original mudaram.

› No momento em que o beneficiário receber o valor do seguro, é importante administrar bem o dinheiro, de forma que ele cumpra a sua função. “No caso de um seguro de vida, deve-se buscar a ajuda de um especialista para escolher uma aplicação que ofereça liquidez e baixo risco”, recomenda o consultor.

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