O que o dólar tem a ver comigo?

Veja como a cotação da moeda norte-americana afeta seu bolso

17 de outubro de 2018 7 min. leitura

Veja como a cotação da moeda norte-americana afeta seu bolso

Economistas, empresários, investidores e turistas que viajam ao exterior estão sempre acompanhando o preço do dólar em comparação ao real. O recente aumento do valor da moeda norte-americana, que chegou a custar mais de R$ 4,00, fez muita gente adiar os planos de conhecer outros países. Mas, além dessas pessoas, quem mais deveria se importar com o câmbio? A resposta: todos nós, já que o dólar influencia o preço de quase tudo o que consumimos. Entenda melhor como isso funciona.

Quem ganha

O aumento do dólar afeta pessoas e empresas de maneira diferente: uns ganham, outros perdem. A primeira a ganhar é a indústria exportadora. Quem compra matéria-prima nacional paga em reais, vende para o exterior e recebe em dólar. Assim, seus produtos ficam mais baratos para os consumidores gringos, aumentando suas vendas fora do Brasil e seus lucros.

Isso gira a economia, gera empregos e traz dinheiro para o país. É o caso, principalmente, de produtos como soja, carne, café, açúcar, milho, papel e celulose. Mas essa aparente vantagem tem outro lado da moeda. Para vender dentro do país, as empresas acabam aumentando seus preços aqui, já que ganhariam mais vendendo no exterior.

Outra área beneficiada é o turismo doméstico. O turista que não quer pagar sua fatura de cartão de crédito em dólar vê vantagem em trocar uma viagem ao Caribe por uma praia do Nordeste. Com dólar em alta, nossos destinos turísticos também atraem turistas estrangeiros que enxergam no Brasil uma alternativa para viajar mais gastando menos.

Quem perde

Por outro lado, empresas que dependem de peças e matérias-primas importadas gastam mais na compra ou sua produção e isso as obriga a encarecer seus produtos para não ter perdas. As indústrias química, farmacêutica, de revenda de carros importados, perfumes, chocolates e vinhos importados são diretamente prejudicadas pela alta do dólar.

Mas essa alta afeta também quem só consome produtos brasileiros, pois muitos itens do nosso dia a dia dependem de ingredientes importados, como o trigo, gás e petróleo. Ela provoca o aumento do pão francês, macarrão e da gasolina, por exemplo. O resultado é que o consumidor brasileiro perde poder de compra.

Como driblar os efeitos do dólar no seu dia a dia

Confira algumas medidas que podem ajudar a reduzir os impactos negativos da alta do dólar em seu bolso:

1. Refaça o orçamento

Se o dólar influencia quase tudo o que consumimos, para driblar os efeitos da alta da moeda é preciso dominar as contas: saber quanto se ganha e gasta por mês. Com isso feito, veja quais itens podem ser reduzidos ou cortados neste momento. Esta decisão deve ser tomada em família. Reprograme as metas e sonhos para um momento mais favorável e persista no controle do orçamento.

2. Prefira ingredientes locais e produtos da estação

Trocar o pão pela tapioca, legumes e hortaliças importadas pelas nacionais, escolher frutas da estação e comprar de feirantes e produtores locais, que usam menos combustível para fazer chegar seus produtos até o ponto de venda, são boas alternativas para fugir dos impactos da alta do dólar na mesa. Saiba mais na matéria Um novo jeito de viver e pensar suas escolhas.

3. Poupe combustível

Evite usar o carro para trajetos curtos, vá a pé ou de bicicleta. Prefira o etanol e planeje suas saídas para evitar os horários de pico e aproveitar os trajetos de forma mais inteligente. Vai sair para levar os filhos para a escola e precisa ir à farmácia? Use o GPS e calcule a rota mais curta e com menos trânsito para poupar tempo e combustível. Use a Calculadora Álcool x Gasolina para conferir as vantagens econômicas do uso do etanol. E considere, também, as vantagens de usar um combustível menos poluente.

4. Espere para comprar equipamentos e eletroeletrônicos

Se não for urgente, evite trocar a TV, o smartphone ou a geladeira com o dólar em alta, pois os preços de eletroeletrônicos e eletrodomésticos costumam aumentar bastante. Aproveite para poupar um pouquinho por mês, assim quando o dólar baixar você terá o dinheiro na mão e poderá fazer um ótimo negócio negociando valores menores.

5. Troque, reaproveite e customize suas roupas

Mesmo roupas produzidas no Brasil dependem de tecidos importados da China e de outros países. Com o dólar em alta, a troca da coleção terá que esperar. É momento de usar a criatividade. Que tal organizar uma feira de trocas de roupas com os vizinhos, reaproveitar peças antigas ou colocar apliques e combinar acessórios para repaginar o visual sem ter que comprar tudo novo?

6. Compre direto do fabricante

Quanto menos intermediários estiverem entre o produtor e você, melhor. Isso porque gastos com combustível e comissões podem encarecer bastante o preço do produto, principalmente com o dólar mais alto. Comprar diretamente da fábrica pode ser muito econômico, e a internet pode ajudar você a encontrar quem fabrica o que você precisa.

7. Venda e compre produtos de segunda mão

Um ótimo momento para se desapegar de produtos parados em casa e fazer renda extra, já que os preços em geral estarão mais altos, haverá maior procura por itens de segunda mão. Essa também é uma alternativa para você adquirir algo que esteja precisando sem gastar tanto. Use e abuse dos aplicativos e sites de classificados disponíveis no mercado. Só cuidado com o preço dos fretes, que pode ficar um pouco salgado neste período. Veja mais dicas na matéria Bons negócios de segunda mão.

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