Inspiração e
dicas para você ajudar seu pai a começar um negócio
No Brasil, a população com 60 anos de idade cresceu mais de 18% entre 2012 e 2018, de acordo com a PNAD
Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). São mais de 30 milhões de pessoas nessa faixa etária atualmente no país.
Muitos desses cidadãos são
saudáveis, ativos e podem continuar a ter uma vida profissional produtiva por
muitos anos. A realidade, contudo, é que é difícil manter-se no mercado de
trabalho. A pesquisa Envelhecimento
da Força de Trabalho no Brasil, feita pela consultoria PWC em
parceria com a Fundação Getúlio Vargas, revela que apenas 1% dos cargos em mais
de uma centena de empresas no Brasil são ocupados por pessoas acima de 65 anos.
Isso acontece porque as organizações
não se prepararam, ainda, para a realidade do envelhecimento populacional,
criando condições para integrar diferentes gerações no ambiente profissional. Mesmo
assim, um grande número de pessoas tem contornado essa realidade com atitude
empreendedora, enxergando nessa etapa da vida um novo ciclo de oportunidades.
Seja pela necessidade de
completar a renda ou pelo desejo de manter uma ocupação, profissionais seniores
se tornam prestadores de serviços na área em que têm conhecimento e
experiência. Outros fazem uma guinada de carreira na maturidade, buscando
conciliar renda e realização pessoal. E isso significa, muitas vezes, abrir o
próprio negócio.
Negócio de filho para pai
Em muitos casos, são os filhos
quem dão o empurrão para que os pais façam esse movimento. Rubens Augusto Júnior
abriu a Patroni
Pizza, no bairro do Paraíso, em São Paulo (SP), em 1984, para
criar uma ocupação para seu pai que havia entrado em depressão após perder o
emprego, aos 50 anos de idade. O ramo de delivery de pizzas ainda era novo no Brasil, mas Rubens
apostou nessa ideia.
Juntou suas economias e chamou dois sócios para ter
o capital necessário e viabilizar a primeira loja. Seu pai assumiu a frente do
negócio e, nos anos seguintes, duas outras lojas foram abertas. Quando seu pai
faleceu, aos 70 anos, Rubens decidiu
largar a carreira no mundo corporativo para se dedicar à Patroni, que se se
tornou uma das maiores redes de franquias de alimentação do país, com mais de
200 lojas espalhadas por 20 estados.
Outro exemplo é o de Ricardo Oliveira, fundador da Like
a Boss Barbearia. Ele chamou seu pai aposentado, João Oliveira, para ser o operador de caixa
da loja que abriu com um sócio em Goiânia (GO), em 2014. Ricardo trabalhava com
o pai desde a adolescência, em uma produtora de vídeos. Quando o negócio fechou,
ele planejou ocupar o espaço com um novo empreendimento. E trouxe o pai para trabalhar
com ele.
Hoje, a barbearia possui cinco
unidades em Goiânia, Belém (PA), Anápolis (Goiás) e Palmas (Tocantins), realizando
mais de 10 mil atendimentos ao mês. E já planeja diversificar os negócios com
uma linha de artigos masculinos de marca própria, que inclui camisetas,
relógios, pulseiras, óculos de sol, carteiras e produtos de beleza.
Empreendedorismo na maturidade
Segundo o Sebrae, pessoas acima
de 60 anos reúnem características ideais para o empreendedorismo. “Elas têm menos
medo dos riscos e apostam na realização pessoal ao abrir um negócio”, afirma o
texto da página dedicada ao empreendedorismo sênior no portal
do Sebrae.
Para conhecer melhor esse
universo, o Sebrae realizou a pesquisa Perfil
do Potencial Empreendedor Aposentado, cujos resultados foram
divulgados no início de 2018. O estudo revelou que uma em cada dez pessoas que
estão próximas à aposentadoria pretende empreender nos próximos dois anos.
Desse universo, 50% querem abrir um negócio no setor do comércio e 30% disseram
que irão atuar no ramo de serviços.
O motivo alegado pela metade dos
entrevistados para empreender foi a necessidade de complementar a renda. Para 21%,
a vontade de começar um negócio está relacionada ao desejo de se manterem
ocupados após a aposentadoria. Outros 21% afirmaram que a motivação para abrir
uma empresa é a necessidade de contribuir com o sustento da família.
A partir dos resultados da
pesquisa, o Sebrae lançou a cartilha Empreender
na Aposentadoria, que traz dicas de testes que ajudam o interessado
em empreender a identificar o seu perfil, ideias de negócios e os primeiros
passos para colocar um projeto em prática. Para conhecer outras oportunidades,
leia também o relatório Os
negócios promissores em 2018, editado pelo Sebrae.
Planejamento e organização
Começar um negócio, em qualquer
idade, passa por uma reflexão sobre a vocação para se tornar empreendedor e
pela descoberta de habilidades e limitações individuais, ou seja, pelo
autoconhecimento. Na matéria Quer
começar um negócio e não sabe qual?, preparamos um roteiro que ajuda
a escolher caminhos para empreender.
Se você vai iniciar essa
jornada, ou ajudar alguém próximo, dê uma olhada nos demais conteúdos do Canal do
Empreendedor, que traz informações e dicas para ser bem-sucedido no
planejamento e na organização de negócios. Conte, também, com o aplicativo Meu
Negócio em Dia, uma ferramenta que apoia a gestão financeira de
pequenas empresas.