Seguro por minuto, já ouviu falar?

Agora, você pode contratar seguros pelo período em que realmente irá usar. Veja quando ele vale a pena

10 de dezembro de 2019 5 min. leitura

Agora, você pode contratar seguros pelo período em que realmente irá usar. Veja quando ele vale a pena

Se você já comprou um seguro de carro ou de celular, sabe que o período mínimo de contratação é de um ano. Ou melhor, era. A Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão regulador responsável pelo setor, editou neste final de 2019 uma norma que aboliu a obrigatoriedade das apólices anuais. A justificativa, segundo a própria Susep, é atender às reais necessidades do consumidor atual.

A medida possibilita a customização de planos de seguros com vigência reduzida – meses, dias, horas ou minutos. Permite, também, o período intermitente, ou seja, a contratação por um determinado período ou trecho de viagem, por exemplo. Ou seja, a partir de agora, as seguradoras poderão oferecer apólices de seguros que são acionadas de acordo com a conveniência do consumidor.

Na prática, isso significa que você poderá comprar um seguro de automóvel apenas para o período em que o carro estiver sendo usado e não trancado na garagem. “Citando como exemplo o seguro de automóvel, um dos mais populares do país, o segurado terá a opção “liga-desliga” quando comprar o produto ou mesmo optar por intervalos de contratação diferentes da praxe do mercado, que é o plano anual”, explicou o diretor da Susep Rafael Scherre, no comunicado de lançamento da nova norma.

A medida alinha a oferta de seguros à nova realidade das iniciativas de economia compartilhada, como os aluguéis de bicicleta e patinetes, que têm se popularizado nas grandes cidades brasileiras. Olhando para o mundo, ela também abre espaço para o fortalecimento de mais uma tendência que começa a ganhar corpo: o aluguel de automóveis de pessoa para pessoa.

Vale a pena pagar pelo uso?

Dentro do mercado de automóveis, já há empresas que oferecem o chamado seguro “pay per use” (pague pelo uso). No modelo de uma dessas empresas, a Thinkseg, o pagamento é feito por meio de uma assinatura de valor fixo mensal mais um valor que varia de acordo com o número de quilômetros rodados.

Para um automóvel na faixa de R$ 50 mil (um Onix 2019, por exemplo), o valor da assinatura mensal é de R$ 115 mais alguns centavos por quilômetro rodado. O preço por km depende de algumas variáveis, como se o carro é zero ou não ou se há mais de um motorista. Para uma pessoa que usa pouco o automóvel, num cálculo rápido, o valor pode ser arredondado para R$ 150 mensais. Por ano, o gasto é de R$ 1.800.

Na contratação de um seguro tradicional, o valor anual varia muito, mas pode passar de R$ 3.000, com o peso de algumas variáveis de maior risco, como onde o carro passa a noite (se numa garagem fechada ou na rua) e o gênero do condutor (o seguro para homens costuma ser mais caro do que para mulheres). Ou seja, se você usa pouco o carro, essa pode ser uma opção.

Outras empresas já começam a ofertar outras modalidades de seguros por minuto. Na Onsurance, por exemplo, assim como nos planos de celulares pré-pagos, você compra créditos que não têm data de validade e podem ser consumidos à medida que você liga e desliga sua cobertura de seguro.

O funcionamento é simples. Você compra crédito inicial de um valor fixo e a plataforma calcula o custo por minuto do seu seguro. Na mesma simulação feita com um Onix 2019, na faixa dos R$ 50 mil, o seguro demanda um investimento inicial de R$ 1.500, que equivale a um custo de R$ 0,00846 por minuto. Você só paga o que usar e os créditos não expiram. Ativando o seguro quatro horas por dia, por exemplo, os créditos durarão quase 15 meses (o equivalente a gastar R$ 1.220 por ano). Após a primeira recarga, quando os créditos acabarem, a recarga mínima é de R$ 299.

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