Problema
ambiental pode representar oportunidade de negócio para empreendedores
A cada ano, um número gigantesco de equipamentos e acessórios são descartados porque quebram ou ficam obsoletos: computadores, celulares, tablets, impressoras, monitores, câmeras fotográficas, aparelhos de TV, máquinas de lavar, micro-ondas, torradeiras, cartuchos e baterias, entre outros. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são acumuladas a cada ano no planeta.
Com
os avanços da tecnologia, a quantidade de lixo eletrônico vai continuar a subir.
É o que mostra o relatório Uma Nova Visão Circular para os Eletrônicos (disponível
apenas em Inglês), produzido pela Plataforma para Aceleração da Economia
Circular e pela Coalização das Nações Unidas sobre Lixo Eletrônico. Divulgado
no início de 2019, o relatório mostra que, em 2050, o nível global de lixo
eletrônico deverá alcançar 120 milhões de toneladas.
O
documento estima que o valor anual dos resíduos descartados, hoje, é superior a
62,5 bilhões de dólares, mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) de muitos
países. No entanto, menos de 20% do lixo eletrônico produzido no mundo é
adequadamente reciclado. Os 80% restantes acabam indo parar em aterros
sanitários, com riscos de contaminação do solo e dos lençóis freáticos por
substâncias tóxicas e cancerígenas, como mercúrio, níquel, cádmio e chumbo.
Oportunidade de ouro
No
Brasil, a cada ano, é produzida 1,4 milhão de tonelada de lixo eletrônico –
cerca de 7 quilos por pessoa –, segundo a iniciativa Separe. Não
pare, mantida pela Coalizão de Embalagens e
pela ONU Meio Ambiente. Aproximadamente 88% desse total é depositado em aterros
sanitários.
Um
problemão ambiental que pode representar uma oportunidade de negócio para
empreendedores. Muitos itens classificados como lixo eletrônico contêm materiais
valiosos. Os fios, por exemplo, são à base de plástico e cobre. As placas e
chips de computadores e celulares têm quantidades muito pequenas de ouro, prata
e platina que, acumulados, podem somar um valor considerável. Outros metais,
além de partes e peças, podem ser recuperados e reaproveitados.
Não
é à toa que surgem, em todo o mundo, negócios nessa área. Com seu trabalho, as
empresas de reciclagem de eletroeletrônicos promovem a chamada economia
circular, que possibilita que os recursos empregados na fabricação dos
materiais sejam reutilizados de maneira a minimizar os impactos ambientais e a criar
empregos.
Conheça o mercado e como ele
funciona
Antes de se aventurar em qualquer empreendimento, é preciso conhecer as
regras de funcionamento de cada mercado. Na reciclagem de eletrônicos, não é
diferente. Para atuar nesse segmento, a empresa precisa obter licenciamento ambiental
de órgãos como Ibama e secretaria estadual de meio ambiente, alvará de licença
sanitária e respeitar as regras das secretarias estaduais e municipais de
Saúde.
Esse mercado é regulado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei
12.305/2010 – que estabelece a responsabilidade compartilhada entre
fabricantes, importadores, comerciantes e os cidadãos no manejo dos resíduos
sólidos urbanos.
No e-book Como montar um serviço de reciclagem de eletrônicos, o Sebrae ensina o passo a passo para
estruturação de negócios nessa área. As dicas e orientações vão desde o
dimensionamento da estrutura e equipe, equipamentos necessários,
matérias-primas e processo produtivo até processos de venda, distribuição e
organização financeira.
Você também pode aprender os meandros desse negócio
em outros cursos, como o de Resíduos Eletrônicos & Reciclagem, que fornece uma visão geral do
mercado, e o de Tecnologias de Reciclagem de Resíduos Eletrônicos, que qualifica
profissionais para montarem uma linha de processamento de resíduos e
recuperação de materiais. Ambos são ministrados pelo Portal dos Resíduos. Faça
uma busca na internet para encontrar outros cursos em sua região.
5 negócios de reciclagem de eletrônicos para você se inspirar
Tech
Trash: fundada em 2017 pelo engenheiro Caio
Miranda, no Rio de Janeiro, a empresa atua em quatro frentes: instalação e
gestão de pontos de coleta de lixo eletrônico em empresas, realização de
campanhas de descarte ecológico, coleta domiciliar e projetos de inclusão
digital (doação de computadores em bom estado para instituições sociais).
Sinctronics: criada em 2012 em Sorocaba (SP), a empresa coleta e
transforma eletrônicos em matéria-prima e peças para novos produtos. A empresa
oferece soluções de logística reversa, processamento dos materiais,
investimentos em pesquisa e desenvolvimento, inclusão social e educação
ambiental.
Eixo-TI: a start-up atua no ciclo completo de reciclagem de equipamentos
eletroeletrônicos. Faz a coleta, desmonta e separa os materiais a serem
reaproveitados e, por fim, recicla. A sucata eletrônica é processada em um conjunto de trituradores, moinhos e divisores de
amostras. Os materiais são submetidos a processos de fusão, pulverização e
peneiramento, dependendo de sua composição, e recuperados.
Ecobraz:
faz coleta de lixo eletrônico em empresas, separa todos os componentes e os
encaminha para companhias especializadas na reciclagem de cada tipo de
material.
Nova Recicle: coleta resíduos em empresas em todo o território nacional, faz a destruição de dados, separa e recupera os materiais por meio da reciclagem. Atua, também, como terceirizada nos processos de logística reversa de fabricantes, importadores e grandes consumidores de eletroeletrônicos.