Esta costuma ser uma época de reflexão, em que as pessoas começam a fazer planos para viver
melhor. E, no Brasil, onde mais de 60 milhões de cidadãos estão inadimplentes, de
acordo com pesquisa
feita pela Serasa Experian (dezembro/2017),
sair do vermelho frequentemente faz parte da lista de projetos para o Ano Novo.
Este é, de fato, um bom período
para planejar a conquista do equilíbrio financeiro, já que entra o 13º salário, as comissões de vendas tendem a aumentar e há uma
previsão dos bônus e PPR (participação nos lucros e resultados). Para quem não
tem emprego fixo, nesta época, aumentam as oportunidades de trabalho temporário
no comércio, hotéis, pousadas e em eventos.
Também é possível fazer algum
dinheiro oferecendo serviços e produtos que as pessoas necessitam nessa época. Vale,
por exemplo, cuidar de animais de quem vai viajar, organizar atividades para os
filhos de casais que precisam trabalhar durante as férias escolares ou alugar
um quarto de casa para conhecidos que vão receber parentes de outra cidade e
não têm espaço para acomodá-los. Se você tem outras habilidades, como cozinhar,
costurar ou fazer reparos domésticos, a demanda por esses serviços costuma ser
maior no final do ano.
Toda entrada extra de dinheiro
pode dar o empurrão que você precisa para começar a pôr a vida financeira em
ordem. Para tanto, é preciso se planejar. Confira o passo a passo para isso e
entre em 2017 com o pé direito!
1. Coloque tudo no papel
Faça uma lista das contas que
você tem em atraso, incluindo o cheque especial, prestações, cartão de crédito
e empréstimos. Insira nessa lista o nome do credor, o valor da parcela e o
total devido. Assim, você passa a enxergar as dívidas com maior clareza e pode
pensar melhor em como liquidá-las.
2. Organize seu orçamento mensal
Liste suas receitas – salário, comissões, enfim, todas as entradas de dinheiro – e suas despesas mensais. Você pode usar uma das Tabela mês a mês do Meu Bolso em Dia ou fazer o download do aplicativo Jimbo no celular. É só fazer o download gratuito, lançar sua renda e seus gastos em cada categoria (alimentação, estudos, moradia, transporte, saúde e outras), sem esquecer as pequenas despesas do dia a dia, como a padaria e o cafezinho. Ao final, você terá os valores totais das entradas e saídas de dinheiro, acompanhando sua saúde financeira diariamente.
3. Converse com a família
Se a renda não está dando conta
de cobrir os gastos, levando você a acumular dívidas, é essencial compartilhar
isso com a família. Exponha a situação e peça que todos contribuam com a busca
de soluções. Elas podem envolver o corte ou redução de gastos e a venda de
algum bem (automóvel, por exemplo) para ter dinheiro para pagar as dívidas que
não forem cobertas com as entradas de dinheiro de final de ano.
4. Defina uma estratégia para pagar
Com a lista das dívidas em mãos,
organize a ordem em que devem ser feitos os pagamentos. Primeiro, devem ser
quitados os serviços essenciais, como água, telefone, gás e luz. Em seguida, os
empréstimos em que você ofereceu algum bem como garantia – carro ou imóvel, por
exemplo – e que podem ser penhorados após um período de atraso. Em terceiro
lugar, as dívidas que têm juros mais altos, como o cheque especial e o cartão
de crédito.
5. Saiba o valor com o qual pode contar
Feito o orçamento e definido o
corte de gastos junto com a família, estipule o valor com o qual poderá contar,
mensalmente, para pagar as contas atrasadas. Considere que você terá as contas
normais da casa para pagar, faça alguma previsão de gasto extra e reserve o dinheiro
que será usado exclusivamente para quitar dívidas.
6. Negocie com os credores
Quando souber exatamente o
quanto poderá pagar, procure seus credores para negociar. Muitas empresas
oferecem descontos e condições especiais de pagamento. Outra opção é usar o
serviço Limpa
Nome Online da Serasa Consumidor,
criado para facilitar o contato direto entre devedores e credores. É preciso,
contudo, que a empresa seja cadastrada no serviço. Antes de partir para a negociação, confira as
dicas de como negociar.
7. Tirando o nome da lista de inadimplentes
Você não precisa aceitar a
primeira proposta de acordo feita pelo credor. Faça contrapropostas, tendo
claro o valor que poderá pagar. A partir do momento em que fechar um acordo de
renegociação e quitar a primeira parcela da dívida, em até cinco dias a empresa
deverá retirar seu nome das listas de inadimplentes. Caso isso não aconteça,
procure a defensoria pública ou um órgão de defesa do consumidor. Clique aqui para
localizar o mais próximo de você. Mantenha os pagamentos em dia, para evitar
dores de cabeça ainda maiores no futuro.
8. Troque as dívidas mais caras por outras mais em conta
Caso preciso escalonar os pagamentos, você pode reduzir o ritmo de crescimento das dívidas com o cartão de crédito e o cheque especial, que têm os juros mais elevados do mercado. A dica é contratar um
empréstimo consignado ou um crédito pessoal, que custam menos, para
cobrir o cheque especial e quitar a fatura do cartão.
9. Descubra as causas do endividamento
Fazendo seu orçamento mensal,
tente identificar onde está o descompasso entre a renda e as despesas da
família. Se você gasta mais do que ganha e precisa recorrer com frequência ao
limite do cheque especial ou outras linhas de crédito, pode estar construindo
uma vida financeira insustentável. Nesses casos, é preciso encontrar um
equilíbrio, aumentando a renda ou reduzindo as despesas. Quanto mais cedo você
fizer isso, melhor para o seu bolso. Se o desequilíbrio acontece porque você gasta
desenfreadamente, pode ser que você seja um comprador compulsivo. Leia esta
matéria
para entender o que é e como tratar esse distúrbio.
10. Construa hábitos financeiros saudáveis
Aproveite este momento para rever a necessidade de ter um limite tão elevado de cartão de crédito ou limite de cheque especial. A soma desses limites não deve ultrapassar a metade do valor líquido que você recebe. Aproveite, também, para reavaliar outros itens que acabam gerando gastos importantes, como um automóvel. Saiba mais.