Uma pesquisa do Instituto Locomotiva revelou que as favelas e periferias são os principais centros de empreendedorismo do país. Há, segundo a pesquisa, um mundo de oportunidades geradas pelas 165 milhões de pessoas que habitam essas regiões. O fato é que, diante das dificuldades cotidianas, muitos brasileiros e muitas brasileiras começam pequenos negócios que, além de gerar renda, podem contribuir para a redução da pobreza e das desigualdades que marcam tão fortemente nossa sociedade.
Para incentivar esse movimento, muitas organizações dão suporte a empreendedores periféricos, contribuindo com sua formação, inserção em redes, acesso ao mercado e a recursos financeiros para potencializar os resultados dos negócios tanto para os empreendedores quanto para suas comunidades. Empreender pode, assim, se tornar um desafio menos solitário. Durante a pandemia, o direcionamento de esforços cresceu nessa área. Confira algumas das instituições atuam com esse enfoque e veja como elas podem te apoiar.
A Aliança Empreendedora auxilia empresas, organizações sociais e governos no desenvolvimento de modelos de negócios inclusivos e em projetos de apoio a microempreendedores de baixa renda, contribuindo para que acessem conhecimento, mercado e crédito. Também atende diretamente empreendedores por meio de dois programas: o Tamo Junto, que oferece cursos online, conteúdos, ferramentas e autoconhecimento, e o programa de mentoria para quem tem interesse em ser acompanhando por um empreendedor mais experiente para desenvolver novas habilidades e identificar novas oportunidades de negócios.
Quem pode participar: empreendedores em geral.
O Baobá – Fundo para a Equidade Racial abre editais periódicos de apoio a uma série de causas, entre elas, o empreendedorismo, com foco na promoção da equidade racial e empoderamento da população negra, combate ao racismo, ao feminicídio, à violência contra jovens negros e à mortalidade (infantil e maternal). A iniciativa atende empreendedores de todo o país, com foco maior no Nordeste.
Quem pode participar: cada edital ou projeto lançado tem um objetivo e público específicos. Portanto, é necessário que você acompanhe as divulgações no site.
A Be.Labs é uma aceleradora de negócios liderados por mulheres e tem como objetivo combater a desigualdade de gênero por meio da conquista de poder econômico. Oferece cursos, treinamentos, palestras e mentorias em versões gratuitas e pagas, online para todo o país e presenciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Paraíba. Durante a pandemia, criou o Programa Calmaria, que oferece mentoria para qualquer pessoa interessada em desenvolver ou recuperar seu negócio ou, ainda, dar o próximo passo na carreira.
Quem pode participar: mulheres empreendedoras.
O FA.VELA tem como foco a formação de empreendedores e a aceleração de negócios e projetos que promovam a diversidade e a inclusão social e econômica em regiões mais vulneráveis. Um dos pilares da organização é o desenvolvimento das habilidades digitais, criatividade e formação de cultura empreendedora, por meio de aulas e encontros (online e presenciais), conteúdos e atendimentos individualizados. Uma das iniciativas é o Corre Criativo, que faz a conexão das juventudes das periferias com o universo tecnológico, estimulando o empreendedorismo criativo. O projeto atende empreendedores de todo o Brasil por meio de atividades online e, presencialmente, em Belo Horizonte (MG).
Quem pode participar: o FA.VELA ESCOLA atende qualquer pessoa que queira se desenvolver como empreendedor.
Oferece capacitação e acesso ao crédito por microempreendedores de regiões periféricas, além de contribuir para formação de uma rede de negócios. Os recursos do Periferia Empreendedora são formados com o apoio de empresas. A iniciativa é realizada pelo Empreende Aí, Firgun e Impact Hub. O empréstimo é parcelado em 20 vezes, com taxa de 1% ao mês. Se o empreendedor paga em dia, a taxa cai, podemos chegar ao juro zero.
Quem pode participar: microempreendedores que atuam nas periferias. Para ter acesso ao empréstimo, é necessário fazer um cadastro e aguardar a análise.
Criado no contexto do Covid-19, o Fundo Volta por Cima concedeu empréstimos, a juros zero, para 55 empreendedores das periferias ou que atuassem no atendimento a populações vulneráveis, com o intuito de manter emprego e renda. Os empréstimos iam até R$ 15 mil, e os empreendedores selecionados pelo projeto ainda contaram com conteúdos e acompanhamento de seus negócios. Acompanhe a abertura de novas rodadas.
Quem pode participar: empreendedores e negócios periféricos que já tenham passado por atividades na Artemísia e ANIP (Articuladora de Negócios de Impacto da Periferia).
Com a missão de aumentar a representatividade dessa população no mercado empreendedor e na sociedade, a PretHub identifica, capacita tecnicamente e acelera projetos e negócios do empreendedorismo negro. É mantida pelo Instituto Feira Preta, que desde 2020 realiza o maior festival de cultura negra da América Latina. Entre seus programas, estão o Afrolab, que capacita negócios desde sua concepção até a distribuição dos produtos, e o Afrohub, que tem um foco no uso da tecnologia como estratégia de aceleração de negócios.
Quem pode participar: pequenos e médios empreendedores negros brasileiros.
A maior plataforma de empreendedorismo feminino no Brasil, a Rede Mulher Empreendedora desenvolve ações que buscam o empoderamento, a capacitação e a independência financeira das mulheres em situações de vulnerabilidade, de forma a combater a desigualdade de gênero. Os programas, como o Ela Pode, realizado em parceria com o Google, são gratuitos e ajudam mulheres que querem crescer pessoal e profissionalmente e conquistar independência financeira.
Quem pode participar: mulheres empreendedoras.
Aceleradora de negócios sediada em Salvador (BA), a Vale do Dendê promove atividades de formação, como cursos, workshops, encontros de networking e treinamentos para jovens talentos. Trabalha com conceitos adotados no Vale do Silício, região da Califórnia, no Estados Unidos, conhecida com o maior centro de tecnologia e inovação do mundo. Seu objetivo é democratizar o pensamento em inovação, a tecnologia e a economia criativa, como foco na diversidade e na promoção do acesso desse conhecimento por públicos de menor poder aquisitivo.
Quem pode participar: empreendedores em geral.