Como um consultor financeiro pode ajudar sua família a prosperar

8 dicas úteis na hora de contratar um profissional para ajudar a organizar as finanças e planejar conquistas futuras

22 de agosto de 2019 10 min. leitura

8 dicas úteis na hora de contratar um profissional para ajudar a organizar as finanças e planejar conquistas futuras

Sair das dívidas, colocar o orçamento em dia, planejar a aposentadoria, conquistar a liberdade financeira, mudar de vida e realizar outros projetos são tarefas que nem sempre a gente tira de letra. Quando não conseguimos descobrir o que nos impede de caminhar (e prosperar) ou perdemos a capacidade de cuidar do próprio dinheiro, talvez seja a hora de procurar a ajuda especializada de um consultor financeiro.  

Essa atividade vem ganhando evidência nos últimos tempos, mas ainda existem muitas dúvidas em torno desse serviço. O que faz esse profissional? Que tipo de conhecimento e contribuição ele pode nos trazer? Quais cuidados tomar na hora de contratar? O que esperar desse tipo de consultoria? A seguir, procuramos esclarecer essas e outras questões, com o apoio de duas planejadoras financeiras: Andy de Santis e Paula Sauer.

O trabalho desse profissional não consiste apenas em organizar uma planilha ou indicar um aplicativo para lançar ganhos e gastos. Ele pode ajudar a mapear, com clareza, a origem de um eventual descuido com o dinheiro, geralmente atrelado a aspectos emocionais e comportamentais. Por exemplo: pais separados que entram em dívidas ao pagar viagens caras para os filhos para compensar o sentimento de culpa.

“A desorganização financeira nunca vem só, ela sempre vem com alguma história”, afirma a economista Paula Sauer, que é planejadora financeira e tem especialização em psicologia econômica. Ela conta que boa parte de sua clientela é formada por pessoas que ganham bem, não sabem identificar a origem da própria desorganização e que sentem dificuldade em formar patrimônio, pois “sempre ficam no zero a zero”.

Um bom consultor financeiro é aquele que, com muito cuidado, irá buscar entender o contexto pessoal do cliente e a maneira como cada um aprendeu a lidar com o dinheiro para, então, identificar os obstáculos à prosperidade. “Nas primeiras sessões, tento conhecer as crenças, valores, sonhos e objetivos da pessoa, além das relações familiares”, explica Andy de Santis, que é planejadora e autora de livros de educação financeira.

Assim que o consultor financeiro consegue entender o estilo de vida, as demandas e prioridades de cada família, chega o momento de conhecer os ganhos e gastos. Nessa etapa, será necessário compartilhar com o consultor extratos bancários, a declaração de imposto de renda e informações sobre o patrimônio. Ou seja, documentos que mostrem detalhadamente o que aquela família possui e como ela usa seu dinheiro.

Essa é a fase em que se descobre planos de telefonia mais caros do que o necessário, pacotes de TV a cabo com canais que nunca são usados, a academia que é paga mas não é frequentada e outros gastos invisíveis, mas que pesam no bolso.

“O mais interessante dessa etapa é identificar aquilo que está sendo esquecido, em geral, coisas às quais não se dá mais valor e que não tem mais sentido”, afirma Paula. O consultor tem, portanto, o papel de questionar, permitindo que a pessoa que o contrata pense sobre suas escolhas e possa, assim, revê-las.

Mais do que trazer liberdade e tranquilidade, a organização financeira permite a realização de projetos de vida. Fazer a viagem dos sonhos, pagar uma faculdade ou comprar a casa própria exigem um planejamento. Em que tempo você quer realizar? Quanto precisa guardar mensalmente para lá?

Nem sempre montar este mapa é uma tarefa simples. Muitas vezes, com tantos compromissos financeiros do dia a dia, não conseguimos enxergar como formar o “cofre dos sonhos”. Dessa forma, um bom consultor financeiro pode ajudar a montar uma estratégia eficiente para a realização de projetos.

O consultor financeiro também pode ser um mediador em situações delicadas que envolvem dinheiro, sobretudo porque ele fará o papel de alguém de fora que, além de conhecimento técnico, poderá contribuir com uma visão mais neutra da situação.

Imagine uma família com muitos integrantes que precisam cuidar da transferência de uma herança e não conseguem entrar num consenso. Na matéria Quanto custa receber uma herança, mostramos como este pode ser um processo burocrático, delicado e caro. Nesse contexto, o consultor pode atuar como mediador e ajudar no planejamento.

Outro exemplo: um casal de namorados resolve formar uma vida juntos, mas um tem uma visão oposta à do outro na relação com o dinheiro. O consultor pode conduzir este diálogo e ajudá-los a encontrar o regime mais adequado de união de bens e a fazerem planos juntos. Leia também: Vai casar? Hora de conversar sobre dinheiro

Uma das atribuições do consultor é conhecer bem, e de forma mais ampla, os produtos de investimentos. Ele deve ser capaz de indicar aqueles mais adequados às necessidades e objetivos de cada cliente.

Muitas vezes, o consultor pode identificar oportunidades que trazem melhores rendimentos. Ele também pode ser capaz de fazer uma composição de investimentos considerando o mínimo de taxas e impostos pagos, sugerindo, por exemplo, aplicações isentas de Imposto de Renda.

A consultoria financeira não é uma atividade regulamentada, por isso, você pode se deparar com pessoas com experiências e formações das mais diversas.

No momento de conhecer a trajetória e credenciais do consultor, busque avaliar o grau de compromisso com seu próprio desenvolvimento, verificando o seu nível de conhecimento e interesse pela educação continuada. Quantos cursos já fez? Há quanto tempo foi sua última formação? Quantas pessoas já atendeu? Se o profissional foi recomendado por uma pessoa de confiança, já é mais um ponto positivo.

“Um consultor financeiro precisa, sim, de conhecimento técnico, de conteúdo, teoria e pesquisa para saber o que está fazendo. Só a experiência não é suficiente para entrar na vida das pessoas”, alerta Paula, que é credenciada pela CFP (Certified Financial Planner), certificação reconhecida internacionalmente e que é concedida pela Planejar, associação que representa a categoria profissional no Brasil.

Outro ponto importante é perguntar qual é o método de trabalho do profissional, para saber se você se identifica com ele. Como é feito o acompanhamento? É presencial ou remoto? Que tipo de ferramentas o consultor utiliza? Existe um plano de ação para se atingir o objetivo? Qual é o formato? Até que etapa o consultor acompanha as ações? Nessa primeira conversa, não deixe de tirar nenhuma dúvida.

A forma de remuneração também pode variar muito de profissional para profissional. Andy explica que o serviço pode ser pago por encontro, por pacote de sessões ou por horas, por exemplo. Ou, ainda, o consultor pode receber uma porcentagem das economias ou dos investimentos que ajudou o cliente a fazer.

Paula conta que o pagamento antecipado é parte de sua estratégia de fazer com que o contratante se engaje no processo. “Quando a pessoa paga a sessão com antecedência, as chances de faltar e de se autossabotar são menores. É como uma reeducação alimentar. Se a pessoa não se compromete, ela não volta”, revela.

É importante saber o que está contratando e em quê exatamente o profissional poderá te ajudar. Sair das dívidas? Montar um orçamento doméstico numa planilha ou aplicativo? Fazer uma reserva financeira? Investir em ações? Comprar uma casa? De antemão, vocês devem combinar o número de sessões, a forma de pagamento, os objetivos esperados e o método de trabalho, por exemplo.

“Se não for um apoio em uma questão pontual, mas sim uma consultoria mais prolongada, por pacote de sessões, é fundamental formalizar os combinados em um termo ou contrato, que não precisa ser nada burocrático”, orienta Andy.

Muitas vezes, o profissional já até tem um modelo padrão. Nesse ou em outro documento, o consultor contratado também deve assinar e se comprometer com a confidencialidade das informações fornecidas pelo cliente.

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