Entenda por que o combustível ficou mais barato e o gás mais caro e veja dicas para economizar na cozinha
O distanciamento social é, até o momento, a maneira mais eficaz de conter o avanço do novo coronavírus e evitar um colapso no sistema de saúde, por isso, foi adotado em praticamente todo o país. O fechamento de escolas, indústrias, comércios e serviços não essenciais levou à redução de pessoas e veículos circulando nas ruas.
Essas rápidas mudanças na rotina das pessoas afetaram os preços de vários itens do consumo diário dos brasileiros. Chamamos atenção aqui para dois produtos derivados da mesma matéria-prima, o petróleo, que durante a pandemia se comportaram de forma totalmente invertida: a gasolina e o gás de cozinha.
De acordo com dados da ANP
(Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível), desde 15 de março,
quando foi iniciado o período de distanciamento social na maioria dos Estados,
o preço da gasolina tem caído semanalmente, como demonstra o gráfico a seguir.
A queda de preços é explicada justamente pela maior oferta de gasolina no mercado, já que, com as pessoas em casa, os tanques de carros e motos deixam de ser abastecidos. Isso acaba gerando um estoque de combustível nos postos, que compram menos das distribuidoras, o que leva a uma sobra nas refinarias. E como esse é um fenômeno mundial, o preço do barril do petróleo todo caiu no mundo. Recentemente, chegou a ficar negativo! Isso significa dizer que as empresas de petróleo estavam dispostas a pagar para se livrarem do estoque porque não tinham mais lugar para guardar.
Pensando dessa forma, se o preço
da matéria-prima de um produto cai, o preço do seu derivado também deveria
cair, certo? Não é o que acontece com o gás de cozinha. Embora ele
também seja derivado do petróleo, seu preço só vem subindo desde que a pandemia
chegou ao país.
O preço médio da revenda do
botijão de 13 kg é de aproximadamente R$ 69, segundo a ANP. Porém, quem precisa
de gás para cozinhar todos os dias vem se assustando com os preços, que variam
de R$ 70 a R$ 115. Há locais que ainda inflam o valor se o pagamento for feito
com cartão. Essa alta de preços muitas vezes abusiva é o resultado do aumento
da demanda. Afinal, ao contrário dos carros que pararam de circular, os
botijões de gás estão trabalhando a todo vapor com as pessoas em casa,
cozinhando mais.
Dicas para economizar
Essa comparação demonstra como
funciona a lei da oferta e da demanda, uma das principais regras da economia,
que se aplica também a outros produtos que viraram estrelas neste período, como
sabonete, álcool gel, máscaras e luvas. Ou seja, sempre que um produto é muito
desejado no mercado, seu preço tende a subir, como já vimos na matéria O que acontece com o preço do
feijão?
Quando conseguimos compreender o
comportamento econômico das pessoas diante dessas situações, podemos tomar
decisões de consumo mais conscientes, para evitar cair em armadilhas e pagar um
preço alto por produtos essenciais. Por isso, anote algumas dicas para
economizar nas despesas com gás e alimentação.
# Pesquise
preços e denuncie práticas abusivas em órgãos de defesa do consumidor, como o
PROCON e o site www.consumidor.gov.br.
# Use uma
panela sobre a outra, com a de cima bem apoiada para não cair, para aquecer
alimentos enquanto cozinha outros. Se tiver uma panela a vapor, faça o arroz na
parte de baixo e, na de cima, aqueça o feijão que já está pronto ou cozinhe
vegetais, por exemplo.
# Feche o
botijão de gás quando não estiver usando. Vale olhar também se o encaixe está
bem feito, usando um pouco de pasta feita com água e sabão.
# Prepare arroz na panela de pressão. Refogue normalmente,
coloque um pouco menos de água que o normal e feche a pressão. Quando começar
apitar, abaixe o fogo e deixe cozinhar por cerca de 7 a 8 minutos. Desligue a
panela e a mantenha tampada até o vapor terminar de sair naturalmente.
# Cozinhe
em quantidades maiores e congele para evitar o uso frequente do gás. Outra dica
é tampar as panelas para que os alimentos cozinhem mais rapidamente.
# Coloque
vários pratos no forno para assar ao mesmo tempo. Dependendo do tipo de
alimento, troque as assadeiras de lugar no meio do cozimento. A que está em
cima, vai para a parte de baixo e vice-versa.
# Consuma mais alimentos crus, bem higienizados. Veja algumas técnicas de higienização nesta matéria publicada pelo Jornal de Brasília.
# Crie receitas com sobras, talos e cascas e dê preferência às frutas da época. Confira as dicas e as receitas fáceis e saborosas da cartilha Aproveitamento Integral de Alimentos, publicada pelo SESC. Compre somente o necessário. Nossa lista de compras pode ser uma ótima aliada nisso. É só baixar e usar.