Entendendo a compulsão

Entenda melhor o transtorno chamado compulsão, a diferença entre perfis consumista e compulsivo, como evitar e como controlar o impulso.

26 de janeiro de 2015 4 min. leitura

Muitas pessoas se queixam de cometer excessos ou de agir por impulso quando o tema é finanças. 

Manter a consciência do seu orçamento e ter cuidado com o seu dinheiro faz bem. E isso pode acontecer mesmo quando você vê aquela placa de liquidação total e aproveita para comprar ou quando evita comprar, pois tem outros sonhos. 

Mas em alguns casos os excessos podem ser considerados transtornos e a pessoa pode precisar de um tratamento com terapias e até medicamentos. 

Entenda melhor 
A psicóloga e pedagoga Katia Vieira explica que a compulsão é um transtorno, uma doença que pode estar associada à depressão, depressão crônica e até carência afetiva.

“A pessoa busca se satisfazer com algo que lhe dá prazer, seja comprando ou guardando dinheiro, porém isso não a satisfaz. A felicidade é momentânea e ela precisa repetir cada vez mais este ato, até que um dia perde o controle”, explica.

Por isso, conhecer os limites entre o normal e o exagero e analisar se hábitos de consumo estão prejudicando a sua vida é importante. 

Consumo x compulsão 
Há pessoas com perfis consumista e compulsivo. As de perfil consumista são aquelas que ganham seu dinheiro, creem que merecem consumir e saem gastando, porém mesmo que vivam no limite, tenham dívidas grandes, não são escravizadas pelo desejo de comprar. 

Fazer um bom planejamento, organizar os gastos, ter em mãos aquela tabelinha e principalmente procurar refletir e mudar os hábitos de consumo podem ajudar no equilíbrio financeiro dos consumistas. Lembre-se que se a saúde financeira vai mal outros pontos da sua vida podem estar mal também.  

Já as pessoas com perfil compulsivo precisam de terapia, pois sentem um desejo incontrolável de comprar, gerando um círculo vicioso que vai do extremo prazer à frustração e arrependimento. A pessoa é capaz de comprar dez sapatos de um mesmo modelo apenas pelo prazer momentâneo. 

A psicóloga explica que o compulsivo só vai perceber que precisa de ajuda quando começa a falir financeiramente ou quando esse vício começa a prejudicar sua relação com pessoas próximas e queridas. “Em casos graves, elas começam a enganar e fazer pequenos furtos para comprar o que precisam”, ressalta. 

Planejador x poupador compulsivo
A compulsão também pode acontecer quando o assunto é poupar. Chamada de poupadora compulsiva, a pessoa com esse perfil não abre a mão jamais, é a avarenta. Aquela que não se permite ter o prazer de comprar, mesmo quando é um item de necessidade básica. Tem pavor de gastar qualquer centavo e guarda o seu dinheiro de forma irracional como se fosse levá-lo para a eternidade.

Katia fala que a pessoa compulsiva por poupar é diferente da que tem o perfil planejador. “Economizar para comprar à vista, aguardar o melhor momento ou esperar que haja promoções é agir de forma racional para cumprir objetivos”, ressalta.

Dicas para você manter o controle

1) Use o crédito com consciência
2) Faça um planejamento dos gastos e procure anotar tudo 
3) Pesquise antes de comprar
4) Verifique se você realmente precisa ou quer o que pretende adquirir
5) Veja o dinheiro como seu amigo e cuide dele 
6) Quando sair para comprar não se esqueça de levar uma listinha
7) Entenda o real valor das coisas e tenha metas 
8) Ao sair, estipule um valor de gastos 
9) Busque opções de lazer ao ar livre e passeios gratuitos
10) Tenha prazer no que você quer adquirir e não no ato de comprar ou poupar

Importante: Uma pessoa com sintomas de compulsão precisa procurar um médico especialista, um psicólogo ou psiquiatra. 

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