Como ter crédito mais barato para seu pequeno negócio

Entenda o Microcrédito e como o utilizar para abastecer estoque ou comprar equipamentos. Dicas de como contratar, quem oferta e suas taxas.

17 de novembro de 2016 6 min. leitura

Ao começar um pequeno negócio, as pessoas investem sua energia e dinheiro para fazer as coisas acontecerem, sem se preocupar em separar as contas pessoais e da empresa. E, quando precisam de crédito para comprar materiais ou equipamentos para trabalhar, é comum recorrer ao cartão de crédito, limite do cheque de especial ou empréstimos pessoais.

Se você costuma fazer isso, possivelmente, está desperdiçando dinheiro com o pagamento de juros, já que há no mercado linhas de crédito mais adequadas ao micro e pequeno empreendedor. O microcrédito é a principal delas. Possui uma das menores de taxas de juros e, em geral, é acompanhado de orientações que podem ajudar seu negócio a prosperar. E para contratar, você não precisa, necessariamente, ter renda comprovada ou empresa formal, com CNPJ.

Confira as principais características, funcionamento e as instituições que ofertam o produto.

O que é o microcrédito

É um empréstimo para pequenos empreendedores que precisam de dinheiro para abastecer seus estoques ou investir no negócio. Ele pode ser usado para fazer uma adaptação no espaço em que você irá trabalhar, comprar equipamentos, ferramentas, móveis e matéria-prima. Se você vai produzir pães para vender e precisa de um forno elétrico, precisa de produtos para montar o seu salão de beleza ou quer ampliar sua oficina de costura, por exemplo, o microcrédito pode ser uma boa opção.

Dinheiro e orientação financeira

Em vez de ser realizada pelo gerente do banco, a operação de microcrédito é feita pelo agente de crédito. Ele vai até a casa ou empresa do cliente, examina sua situação financeira e capacidade de pagamento e, quando fecha o contrato, presta orientação ao empreendedor e acompanha seu desenvolvimento. Ou seja, além do dinheiro, você tem acesso a informações sobre finanças e organização do negócio. Por isso, essa linha é conhecida como Microcrédito Produtivo Orientado.

Quem pode contratar

Pessoas ou empresas que desenvolvam alguma atividade de venda, fabricação de produtos ou prestação de serviços. Como o objetivo do microcrédito é estimular a geração de renda e o desenvolvimento social, ele pode ser contratado inclusive por microempreendedores individuais e por pessoas que trabalham na informalidade, como costureiras e vendedores de cosméticos.

Garantias exigidas

Para pessoas que não têm comprovação de renda ou empresa aberta, as instituições financeiras que operam o microcrédito costumam pedir outras garantias, como fiador, imóvel ou outro bem que você possua. Outra forma comum de garantia são os grupos solidários, formados por certo número de empreendedores que, solidariamente, se responsabilizam pelo pagamento das parcelas do empréstimo.

Quais instituições ofertam?

O microcrédito é ofertado pelos principais bancos do país. No site da FEBRABAN (Federação Brasileira dos Bancos), você pode consultar os bancos existentes em sua cidade e entrar em contato para buscar informações. Clique aqui e faça a sua busca. 

Também é oferecido por cooperativas de crédito e agências de fomento, como o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que repassa recursos a instituições credenciadas para operar seu programa de microcrédito. Entre elas, estão o Banco do Povo, que atende no ABCD e Jardim Ângela, em São Paulo, e tem o apoio do Sebrae-SP e de uma série de outras organizações. Clique aqui para acessar a lista completa das instituições que trabalham com o microcrédito do BNDES.

Taxas e condições

Cada instituição possui condições próprias, mas a taxa de juros do microcrédito não pode ser superior a 4% ao mês e a Tarifa de Abertura de Crédito (TAC) deve ser, no máximo, de 3%. Não há cobrança de Impostos sobre Operações Finaneiras (IOF) na operação. Confira, a seguir, as condições oferecidas por alguns dos bancos que possuem microcrédito produtivo orientado.

Banco do Brasil

  • Prazo: de 4 a 12 meses para capital de giro e de 4 a 18 meses para o recurso que será investido no negócio 
  • Juros: a partir de 2,80% ao mês
  • Pré-requisitos: Ser microempreendedor individual (MEI) com faturamento até R$ 60 mil por ano ou microempresa que fatura até R$ 120 mil por ano
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Banco Itaú

  • Valor: mínimo de R$ 400,00 e máximo de R$ 14.500,00
  • Prazo: de 7 a 12 meses
  • Juros: 3,99% ao mês
  • Pré-requisitos: ter pelo menos seis meses na atividade e faturar no máximo de R$ 200 mil ao ano
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Banco Santander

  • Valor: mínimo de R$ 500,00 e máximo de R$ 15.000,00
  • Prazo: de 4 a 24 meses
  • Juros: de 2% a 4% ao mês
  • Pré-requisitos: A garantia é dada por grupos solidários
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Caixa Econômica Federal

  • Valor: mínimo de R$ 300,00 e máximo de R$ 15.000,00
  • Prazo: de 4 a 24 meses
  • Juros: a partir de 3,3% ao mês
  • Pré-requisitos: Não ter nome em cadastros de inadimplentes
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BNDES (regras para as instituições credenciadas)

  • Valor: máximo de R$ 20.000,00
  • Prazo: negociado com a instituição
  • Juros: até 4% ao mês
  • Pré-requisitos: Conforme a instituição. No Banco do Povo, por exemplo, é preciso pertencer a um grupo solidário em que pelo menos metade dos integrantes não tenham restrição cadastral.
  • Saiba mais 

Comece com o pé direito!

Para começar a empreender com o pé direito, a recomendação é organizar sua empresa desde o início. Confira o checklist para aplicar o controle financeiro no seu negócio. Veja, também, as dicas de acesso ao crédito para pequenos negócios.



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