Antes de mudar, a proposta é negociar o aluguel

Dicas para negociar seu contrato de aluguel, reduzir custos e evitar uma mudança em tempos de crise.

1 de abril de 2016 4 min. leitura

Confira as dicas para negociar e evitar os transtornos da mudança

Com os preços dos alugueis em queda, é possível encontrar imóveis com um valor mais em conta. E reduzir despesas é sempre uma boa medida, principalmente em uma situação de desemprego e crise econômica como a que estamos atravessando. Mas, antes de ir atrás de uma casa nova, a alternativa é conversar com o proprietário do imóvel atual e propor uma negociação. E você não precisa esperar a época de renovação do contrato para fazer isso!

Se gosta do lugar onde mora e é um bom inquilino, negociar pode ser vantajoso para você e também para o dono do imóvel. Veja por quê:

Para você:
- A mudança pode gerar uma série de gastos extras. Os mais comuns são:
- Transporte: você precisará contratar um serviço de transporte dos móveis e eletrodomésticos.
- Multa por rescisão antecipada de contrato: em geral, cobra-se o equivalente a 3 meses de aluguel, proporcional ao tempo que falta para o contrato terminar.
- Pequenas reformas antes de entregar as chaves: geralmente, os contratos de aluguel obrigam o locatário a devolver o imóvel nas mesmas condições em que recebeu.
- Investimentos na nova moradia: talvez você precise equipar a casa com armários, luminárias e chuveiro, por exemplo.
- Locomoção: é importante levar em conta a distância do trabalho ou da escola dos filhos. Morar mais longe pode gerar mais despesas de condução ou, até mesmo, a necessidade de buscar uma nova escola para as crianças. 

Para o proprietário:
- A perda do inquilino pode significar alguns meses sem receita, já que há muitos imóveis disponíveis e o momento não está propício para alugar. A demora na locação também pode representar despesas com o IPTU e com o condomínio, no caso de apartamentos.
“Aceitei a redução do valor do aluguel porque tenho um ótimo inquilino, que cuida bem da casa e é assíduo nos pagamentos”, conta Juçara de Santis, dona de um imóvel no Jardim da Glória, em São Paulo (SP). “Estamos passando por um período de recessão e as coisas estão complicadas para todo mundo”.

Prepare-se antes
Para ser satisfatório, o resultado do diálogo entre inquilino e proprietário precisa ser bom para os dois lados. Para isso, você precisa se preparar com argumentos e informações. Confira as dicas para uma boa negociação:

Se você é o inquilino:
- No caso de perda de emprego ou diminuição da renda familiar é importante que, antes de fazer uma proposta, você tenha clareza sobre sua situação financeira para saber se conseguirá arcar com o aluguel com desconto. Liste todos os ganhos e gastos. Se preferir, use as tabelas dia a dia as tabelas mês a mês para fazer isso.
- Caso tenha aluguel em atraso, a sugestão é negociar o pagamento da dívida com desconto ou propor o parcelamento, sem juros, para pôr os atrasados em dia.
- Tenha em mãos dados que podem ajudar na argumentação: pesquise preços de imóveis nas redondezas e conheça os principais indicadores de mercado, como o IGP-M e o Índice FipeZap de Locação. Este último acompanha os preços de imóveis anunciados em várias cidades e registrou uma queda real de 12,98% no preço médio do aluguel entre janeiro de 2015 e janeiro de 2016. Já o IGP-M, índice oficial de reajuste do aluguel, foi de 10,95% no mesmo período.
- Seja flexível para aceitar e discutir uma contraproposta. É o melhor jeito de chegar a um valor que seja viável.
 

Se você é o proprietário:
- Se o inquilino procurou você é porque tem a intenção de continuar no imóvel e quer fazer as coisas do jeito certo – e isso é um ótimo sinal.
- Para negociar, você precisa saber qual é o valor médio do aluguel de um imóvel semelhante na região. 
- Se você depende do aluguel para completar seu salário ou aposentadoria, avalie o impacto da redução em sua renda e defina o valor máximo em que pode chegar.
- Conheça a realidade do inquilino e ofereça alternativas: caso ele tenha perdido o emprego, por exemplo, um caminho é propor um desconto por um período de quatro a seis meses, que é o tempo mínimo estimado para recolocação.

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